Capítulo 22

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Paige

Ao sair da maldita sala e chegar até o lado de fora da casa em que estava encontro Sophia junto com vários homens parados em frente à carros, não fui machucada fisicamente, exceto pelo corte que Arthur fez na palma da minha mão mas ao estar ao ar livre minhas pernas vacilam como se eu tivesse andado por dias e não me restassem mais forças para me manter de pé. Mas ainda assim insisto em andar até o pessoal que devem ter notado meu estado pois no mesmo instante Sophia vem até mim e me apoio em seus ombros. Tento ser forte e ignorar esse mal estar na ilusão de que ao fazer isso ele irá embora mas é em vão pois ao parar ao lado do carro uma ânsia forte me consome e só consigo por tudo para fora, o que não é muita coisa pois desde que estou com Arthur não venho me alimentando muito pelo fato óbvio de que me falta o apetite, fico ali agachada até o momento em que sinto que não há mais nada dentro de mim, todo meu abdômen dói.
Quando finalmente levanto a cabeça Sophi se agacha ao meu lado com uma garrafa de água nas mãos.

- Vou lavar seu rosto, ok? Vai te fazer bem. - Assinto e Sophi segura meu cabelo com uma das mãos enquanto com a outra derrama a água em meu rosto.
- Toma, bebe um pouco também. - Não digo nada e apenas pego a garrafa em sua mão bebendo o que restou do líquido.
- Os meninos ficaram lá dentro... Sophi, o que vocês planejaram?
- Relaxa. Acho que são detalhes que você não precisa saber agora.
- É claro que eu preciso. E se acontecer algo? Eles estão sozinhos lá dentro e não tem ninguém do lado deles lá.
- Está errada. Lá dentro também tem gente que trabalha pra nossa família.
- Como? Todos ali servem o Arthur.
- Eles só o servem porque o Joe mandou.
- Está me dizendo que vocês tem espiões lá dentro?
- Quatro no total. - Não consigo conter a surpresa e me sinto aliviada ao saber disso mas ainda assim não aceito a história totalmente pois sei que ainda há riscos.
- Mas da mesma forma que eles traem o Arthur podem muito bem trair a vocês também.
- Não vão. Eles não traem o Arthur até porque eles só o conheceram porque a gente os trouxe até aqui. Fica tranquila, Paige. Escolhemos a dedo em quem vamos confiar. Agora entra no carro, vão te levar pra casa do Joe.
- Eu quero ir pra minha casa.
- Entendo mas o lugar mais seguro agora é a casa dele.
- Sophi, me deixa ficar.
- Paige, eu recebi ordens pra te mandar para casa.
- Prometo ficar no carro.
- Se você tentar sair nós teremos problemas. Principalmente eu. Somos amigas mas esse é meu trabalho.
- Eu não vou sair.
- Certo, agora entra. - Obedeço Sophia e ao entrar no carro ela trava as portas impossibilitando qualquer tentativa de fuga da minha parte.

Jake

Me dirijo até a porta da sala e a abro avistando os dois guardas que ali estão, os convido para entrar e obviamente ambos acatam minha ordem, afinal eles trabalham para mim na verdade, os dois homens adentram o recinto enquanto outros dois que também fazem parte de meu pequeno grupo infiltrado se instalam na porta ocupando seus lugares.

- Deixem a saída segura, assim que eu mandar vocês executam a ordem como combinado.
- Sim, senhor.
- Senhor? Mark, eu esperaria isso de qualquer um mas você? Nunca imaginei que pudesse ser um traidor.
- Arthur, meu caro... Todos aqui te trairiam se tivessem a chance, e eu não sou um traidor porque sempre trabalhei para os Mancini, minha estadia aqui foi apenas mais um serviço. Bem, a minha e a do Ian.
- E de mais alguns que nesse momento estão lá embaixo e que infelizmente você não vai descobrir porque não vai vê-los antes de partir.
- Desgraçados... - Me aproximo de Arthur e seguro seu rosto magro usando a mão livre para acertar seu nariz com um soco que o faz quebrar, de imediato o sangue escorre por sua face e meu irmão se aproxima repetindo o mesmo ato que eu mas dessa vez na boca de Arthur que agora cospe seu próprio sangue e um dente acaba caindo junto. Joe se abaixa e o pega do chão abrindo a boca de Arthur e o jogando de volta lá dentro.
- Engole! - Arthur continua com a boca fechada enquanto nos encara com nojo e ódio estampados em sua face.
- Não ouviu? Ele mandou você engolir! - Volto a segurar seu rosto o fazendo tombar a cabeça para trás o forçando a engolir e sem lhe restar alternativas Arthur obedece.
- A gente tem que ser rápido, não temos muito tempo e nosso amigão aí pelo visto também não, esse corte na sua barriga está horrível. Paige mandou bem.
- Estão treinando bem a cadelinha de vocês. Obedece em tudo e ainda por cima deita e rola para os dois... Quer dizer, deita e rola com os dois. Uma pena eu não ter tido a sorte de encontrar uma assim.
- Trouxe o que eu te pedi, Mark?
- Mas é claro. Aqui está, senhor. - Mark enfia a mão no bolso da frente de sua calça e retira um pequeno frasco com um líquido transparente e me entrega. Logo após retira também uma seringa com uma agulha. - Esse frasco rende duas doses, consegue aplicar?
- Consigo.
- Que merda é essa? Vão me matar com uma injeção agora?! Porra! Esperava uma morte mais memorável para mim...
- E vai ser, não se preocupe. Isso aqui é só pra aumentar nossa diversão. Assim que eu injetar isso na sua veia você vai ficar muito mais sensível a dor e até mesmo um movimento simples que fizer vai doer pra caralho.

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