Capítulo 26

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Jake

Ao chegar na pista vi a Ferrari que estava estacionada e me interessei, mas o Porsche se destacou ainda mais aos meus olhos.
Disse para um dos caras que estavam responsáveis pela corrida e fiquei com o carro. Matt está comigo e entramos no veículo, aguardando a decisão de quem seria nosso adversário.

Me surpreendi ao ver que era o meu irmão, e fiquei ainda mais surpreso quando vi Paige ao seu lado. Não me parecia o primeiro lugar que ela escolheria estar.
Continuei no interior do carro porque sabia que se Joe me visse não aceitaria disputar comigo, e eu queria isso, queria sentir novamente a sensação de correr em um racha com meu irmão.
E deu certo, foi dada a largada e eu acelerei ao máximo, saindo em disparada.

- Não conseguiria viver sem isso!
- Eu sei, Matt. Eu também não! - Falo de forma empolgada aumentando ainda mais a velocidade até atingir o limite do veículo.

Joe consegue passar um pouco de mim mas logo o alcanço outra vez, ficando emparelhados.
Nesse momento Joe baixa o vidro do carro e faço o mesmo, diminuimos um pouco a velocidade e lanço um breve aceno para ele. Quando meu irmão nota que sou o seu adversário parece surpreso e por um descuido de sua parte consigo o ultrapassar me mantendo numa posição a sua frente até o fim do percurso, o que garante minha vitória.

. . .

- Se eu soubesse que era você jamais teria participado dessa merda!
- E por que não?
- Você sempre trapaceia, Jake.
- Relaxa. - Passo o braço pelo meu irmão que tenta se desvencilhar mas não consegue. - Quer uma revanche?
- De jeito nenhum.
- Então vamos comemorar a minha vitória! - Ele olha para a cerveja em minha mão e então desvia o olhar.
- As vezes eu te odeio, sabia? - Joe sorri ao falar.
- Eu sei, você faz questão de deixar isso claro. Agora bebe e relaxa! - Entrego minha bebida para ele e faço menção de sair mas sou interrompido por Paige que se aproxima de nós, pálida e assustada junto com Matt que vem logo atrás.
- Que foi? Parece até que viu um fantasma.
- E vi. Ou pior, vi ele vivo...
- Do que ela tá falando? - Dirijo minha fala ao Matt já que Paige parece incapaz de formular qualquer frase agora.
- Do Arthur. - Congelo por um instante e então começo a rir, olho para Joe que também parece desacreditado do que acabara de ouvir.
- Não tem graça! Ele está aqui, eu juro! - Paige dispara as palavras de forma irritada.
- É impossível que ele esteja vivo, Paige. Joe e eu nos certificamos bem disso.
- Mas ele estava aqui. Ele parecia estar me observando, dentro de um carro.
- Dentro de um carro? Meu amor, você deve ter se enganado. Talvez ainda esteja assustada com o que aconteceu e imaginou que tenha visto ele.
- Está me chamando de louca, Joe?
- Não, só estou dizendo que se confundiu. Aliás, acho melhor irmos embora. Temos viagem amanhã e temos que estar bem para ir.
- Pra onde vão?
- Nova York, é uma viagem de trabalho. - Matt assente ao ouvir a resposta de Joe a sua pergunta.
- Boa sorte, então. - Joe balança a cabeça e agradece, se aproximando de mim para me cumprimentar antes de saírem, Paige faz o mesmo e eles caminham até Henri.

Joe

Como combinado, ontem a noite Henri passou na casa de Paige e depois me deixou na minha. Insisti para que ela dormisse comigo mas Paige me garantiu que ficaria bem no apartamento com Liz e parece ter aceitado que ela só se confundiu em relação ao lance de ter visto o Arthur.
Se as circunstâncias fossem outras eu também teria ficado alerta é impossível que Arthur esteja vivo depois de eu mesmo ter atirado na cara do desgraçado.

Aguardo alguns minutos após o despertador tocar, esperando algum resquício de vontade de me levantar mas o simples pensamento de que hoje é o dia da minha viagem com Paige já é o suficiente para me fazer pular da cama.
Normalmente em uma viagem dessas eu faria um vôo particular, mas quero que seja tudo exatamente como na primeira vez que viemos para cá e por isso não nos dei esse capricho.

Ontem quando a deixei em casa combinamos que eu iria buscá-la às dez, pouco mais de uma hora antes do embarque. Ligo para Paige antes de sair e ela me confirma que já está pronta então pego minha mala e vou direto para a garagem, não aguento mais esperar e saber que o momento está cada vez mais próximo só aumenta ainda mais minha ansiedade para que chegue logo.
Paro na rua e ela já está esperando do lado de fora do prédio 

- Acho que alguém aqui está bem empolgada com essa viagem. - Brinco enquanto me aproximo para a cumprimentar.
- Falou o que me ligou as sete da manhã. - Ela também usa um tom de brincadeira e a abraço, beijando o topo de sua cabeça.
- Pura precaução.
- Certo, acredito em você... - Pego a mala de Paige e levo até o porta malas do carro. Quando me viro ela está parada atrás de mim sorrindo. - Que foi?
- Eu tô tão feliz! Meu segundo trabalho em Nova York, como acha que eu me sinto? - Suspiro encantado ao ver sua empolgação.
- Pode ter certeza de que minha felicidade é ainda maior só por estar vendo esse sorriso lindo no seu rosto, loirinha.

. . .

Logo estamos no aeroporto e depois de todo o processo antes do embarque finalmente entramos no avião. Há toda aquela cerimônia de sempre antes do vôo começar mas quando o avião sai da pista o tempo parece voar e não demora muito para chegarmos ao nosso destino. Agora, chegamos ao hotel em que vamos ficar hospedados durante nossos três dias aqui.

Num primeiro momento havia planejado que faria o pedido só no segundo dia mas mudei de ideia e decidi que será hoje, não aguento nem mais um dia, quero poder dizer que Paige é minha noiva, ciente de que ela será a mulher com quem me casarei.

- Começamos a trabalhar amanhã, e como da outra vez quero sair pra aproveitar um pouco essa noite.
- Joe...
- Fica tranquila, vai ser só um jantar. E tenho certeza que vai gostar do local que escolhi.
- E posso saber qual é ou essa vai ser mais uma surpresa?
- Pode sim. Vamos em um bistrô...
- E depois?
- Não sei. Não tenho nada planejado mas sempre pode surgir uma ideia.

. . .

- O que acha que devo vestir hoje?
- Me mostre as opções. - Paige me mostra duas peças que escolhera e no fim das contas ela não usa nenhuma das duas, mas não me importo porque o que ela escolheu ficou incrível nela.

- Já estou pronto. O que achou? - Agora é a minha vez de pedir sua opinião.
- Está perfeito!
- Então acho que podemos ir. - Estendo a mão para ela e saímos juntos.
Me certifico de que peguei o anel e respiro aliviado ao sentir a caixinha em meu bolso.

. . .

- O jantar estava ótimo! E para onde vamos agora? - Paige pergunta quando já estamos do lado de fora do restaurante.
- Vamos só esperar o carro chegar e já vai saber.
- Que carro?
- Consegui um, não queria ficar andando por aí de táxi.
- Não me diga que...
- Relaxa, não foi de forma ilegal. Eu o comprei. - Ela levanta as sobrancelhas mas não diz nada.

Logo o manobrista do restaurante chega e me entrega as chaves.
- Uau!
- Gostou?
- Não brinca! Esse carro é perfeito!
- Que bom, porque ele é seu. Fiquei com medo de não te agradar.
- O que?
- Você me ouviu.
- Mas eu não posso...
- Não se recusa presentes, Evans. Agora, uma outra coisa...
- Você não se cansa dessas surpresas mesmo?
- E por acaso você se cansa, linda?
- Jamais. - Um sorriso ressurge em seu rosto quando fala.
- Bem, se me dá licença... - Puxo uma gravata de meu bolso e paro próximo a seus olhos. - Juro que não consegui nada melhor mas enfim, posso?
- Nenhum spoiler?
- Não, meu amor. Nenhum spoiler. Vai ter que confiar em mim. - Ela assente e posiciono bem o tecido prendendo com um nó na parte de trás de sua cabeça. Beijo seus lábios mais uma vez e ligo o carro para saírmos.

Não demora e chegamos ao nosso destino. Desço do carro e corro para abrir a porta para Paige, que desce segurando em minha mão. Subimos e ainda não tiro a venda de seus olhos. Nós entramos num elevador e subimos para o último andar.

- O frio na barriga é estranho mas ao mesmo tempo tão...bom.
- Vai passar logo logo, prometo. - Assim que falo o elevador para e um som indica que chegamos ao andar escolhido.

Mais uma vez pego a mão de Paige e a conduzo para fora do cubículo até o meio do local.
As luzes estão apagadas então a única iluminação presente agora é a da rua, dos prédios ao redor. Aciono um controle e isso faz com que algumas lâmpadas daqui também se acendam mas ainda é pouco, e assim o ambiente fica perfeito para o que vem em seguida.

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