- EPÍLOGO

507 55 18
                                    

SETEMBRO DE 1959           ERA UMA NOITE CHUVOSA, os trovões ressoavam com intensidade e as gotas da chuva batiam contra a janela do quarto

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

SETEMBRO DE 1959
  
   
   
ERA UMA NOITE CHUVOSA, os trovões ressoavam com intensidade e as gotas da chuva batiam contra a janela do quarto. Perséfone observou o quarto e apesar de não estar com tempo para ficar nos detalhes, percebeu a decoração infantil e os bichos de pelúcia ao redor do berço.

Ela se aproximou do bebê que estava descansando no berço e se surpreendeu ao ver que a criança estava acordada e atenta ao som da chuva. Não parecia nem um pouco assustada.

Perséfone sorriu com aquilo, pensou ser a personalidade que esperava de uma Morgenstern.

— Quase sinto pena de tirar a sua pequena vida. — Ela sussurrou para a criança que ergueu os olhos para ela e a observou com curiosidade, abriu um sorriso inocente e colocou a própria mãozinha na boca.

Perséfone sabia que tinha pouco tempo e não queria desperdiçar formalidades com um ser tão pequeno. Ela teria esperado a criança crescer ou esperaria aprimorar aquele feitiço, mas as necessidades falavam mais alto. O Ministério da Magia estava atrás dela.

Antes da perseguição tudo o que ela pode fazer foi deixar um bilhete secreto para Tom avisando que estaria em casa - a casa da família Morgenstern e ele saberia o que significava assim que lesse.

Perséfone tirou a capa molhada pela chuva e a deixou cair no assoalho do quarto juntamente com seu diário de páginas brancas, precisava se certificar de que iriam guardá-lo mesmo que não soubessem o que era. Ela iria precisar do diário mais tarde.

Ela tirou a varinha e mirou na criança, recitou com a voz um pouco mais alta que um sussurro com o som da tempestade ao fundo:

setis aequa mors est
per velamen
suscitat mortuos


O quarto ao redor começou a escurecer conforme ela repetia o encantamento. Mas não era a escuridão pela lâmpada fraca, era uma escuridão de ausência de vida como se estivessem tomando um caminho para além da realidade que conheciam. Perséfone sentiu a garganta fechar e o coração diminuir as batidas em um ritmo alarmante e sem vigor. Ela olhou para a criança que parecia pálida naquele momento, suas mãos estavam geladas e Perséfone lembrou da vez que usara o encantamento na irmã quando ainda eram pequenas. A vida escorregava por entre os seus dedos, mas ela forçava a morte a se curvar para que ela escolhesse o caminho da sua própria alma. Tudo ao redor escureceu e dentro dela e da criança também.
  
  
  
  
QUANDO OS AURORES ENTRARAM NO QUARTO, encontraram o corpo de Perséfone Morgenstern inanimado no chão cercada por sua capa e um diário em branco. A criança dormia pacificamente no berço e foi entregue aos braços da mãe que não havia percebido que a casa tinha sido invadida por uma das bruxas mais procuradas da Inglaterra.

Com suspiros de alívios a equipe de aurores declarou que o que quer que Perséfone Morgenstern estivesse planejando acabou dando errado, e de alguma forma o uso da necromancia proibida havia paralisado o seu corpo praticamente sem vida. Felizmente a criança não havia sido afetada.

Comunicaram imediatamente o Ministério da Magia e o Professor Dumbledore que acompanhava o caso de perto. O corpo fora retirado e declarado em estado vegetativo, mas por pedido da família não deixaram a notícia se espalhar - ninguém além de pessoas específicas do Ministério poderia saber até entenderem se Perséfone estava de fato viva ou de fato morta.

O diário em branco fora guardado no porão dos Morgenstern e os pais da criança se mudaram na tentativa de garantir a segurança da filha, a pequena Morgana cresceria sem saber ou lembrar daquela noite. E ninguém notaria a escuridão crescendo dentro dela, até a própria menina começar a sua jornada em Hogwarts.

     
    
  

✔ AKATSUKI ༻ Tom RiddleOnde histórias criam vida. Descubra agora