- PRÓLOGO

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              A PRIMEIRA COISA QUE TOM RIDDLE PERCEBEU foi a comoção na mesa da Sonserima logo no banquete de início do ano letivo. Os cochichos iam além dos seus colegas de casa, alunos de todos os anos e casas inclinavam o pescoço para dar uma olhada na aluna nova.

                Ela tinha sido transferida de outro lugar, mas tinha um nome conhecido. Morgenstern, um sobrenome antigo e quase sagrado se levar em conta que era uma das famílias registradas como as Sagradas 28. A garota era descendente direta de duas famílias no registro e ainda havia boatos dela vir da linhagem de Merlin e Morgana.

            Tom não se deu o trabalho de observá-la com a mesma curiosidade que os outros. Nem precisava de informações, os outros alunos lhe entregavam de mão beijada qualquer coisa sobre os Morgenstern e os Komatsu.
 
              Enquanto o grupo saía do Salão Central e seguiam as escadas até as masmorras, Lestrange se virou para Abraxas Malfoy e murmurou:

               — Muitos Komatsu foram desraigados dos clãs de bruxos antigos devido a prática de necromancia.

              De repente o grupo se calou percebendo que a nova aluna estava por perto, e a garota se aproximou dos demais seguindo até a entrada da Sala Comunal da Sonserina.

              Todos pareciam a encarar pelo canto dos olhos, até o garoto Avery se aproximar e perguntar:

              — Você fala nossa língua?

              Ela se virou para ele com uma expressão confusa.

              — Você quer dizer idiotês? — Ela perguntou fazendo o grupo de alunos segurar a risada e ignorando a expressão brava de Avery, ela se virou e entrou para a sala comunal seguindo direto para o dormitório das meninas.

              Algumas garotas do quinto ano se apressaram em subir para o dormitório, Tom presumia que fosse para matar a curiosidade sobre a vida da nova aluna. A única palavra que havia chamado a atenção dele até o momento era necromancia, algo muito difícil de desvendar. Ele tinha uma plano para concretizar no decorrer de seu ano em Hogwarts, precisava de todas as fontes possíveis para completar a pesquisa.

            Se os boatos sobre a família da garota fossem verdadeiros, ela poderia lhe ser útil para alguma coisa. Mas antes ele precisaria observar mais, entender a garota para extrair as informações que precisava.

            Foi mais fácil manipular as condições que ele queria já que eram da mesma casa. A primeira aula dupla de Poções no dia seguinte deu a ele a primeira chance. Como dividiam a aula com alunos da Grifinória, a maioria escolhia alguém de sua própria casa para fazer dupla.

            Naturalmente por ser a novata, Penelope Morgenstern não tinha uma dupla definida. Malfoy sentou com Avery e deixou o lugar ao lado de Tom vago. Quando entrou na sala ela assistiu enquanto todos os alunos escolhiam seus pares e tomavam seus lugares.

            O burburinho e a movimentação começaram a diminuir conforme cada um foi se ajustando. O coração no peito de Penelope acelerou uma batida quando todos os olhos se voltaram para ela.

            — Tadinha, nenhuma das cobras a chamou para ser seu par. — Ela ouviu um aluno da Grifinória murmurar para outro.

            Foi quando ela viu o último lugar vago ao lado de um garoto da Sonserina. Ela seguiu até ele, as cabeças se virando para ver como se estivessem curiosas ao ver quem se atreveria a sentar do lado dele.

             Penelope colocou seu livro de poções sobre a mesa, não se preocupou em pedir licença, afinal aquele lugar não pertencia ao garoto. Ela ergueu o rosto e manteve sua feição intacta, em breve todos iriam querer ser seus parceiros durante as aulas. Era sempre assim.

            O garoto ao seu lado nada disse, nem um sinal de que havia notado sua existência. Mas ao contrário dele, a primeira coisa que o Professor Slughorn fez ao entrar na sala foi notar a presença de Penelope e sorrir.

            — Bom dia, turma. —Disse o Slughorn. Ele usava um chapéu preto e uma capa cor de creme que de alguma forma deixava seus olhos verdes mais detacados na luz fraca da sala. — Na aula de hoje vamos entender o conceito de elixirs e como eles se diferem das demais poções.

              Penelope abriu o livro na página indicada na lousa e ergueu os olhos para o professor quando ele começou a se aproximar da mesa dela.

             — Penelope, é um prazer recebê-la. Tive a oportunidade de dar aula para o seu pai. Como ele está? — Perguntou o professor com um sorriso simpatico.

             — Obrigada, professor. Meu pai está bem, entusiasmado com o novo trabalho no ministério. Ele me falou sobre o senhor e gostaria que eu lhe mandasse seus cumprimentos. — Penelope disse com um leve sorriso.

             A postura impecável e as palavras da garota deixaram Slughorn satisfeito e orgulhoso, ele então se virou para Tom.

             — É ótimo vê-lo novamente, Tom. — Pelo jeito que Slughorn  se referia ao garoto, era claro que ele tinha o seu preferido. — Bom saber que farão esta aula juntos. Cuide de nossa garoto hein, Tom.

              Slughorn voltou para sua mesa dando continuidade à aula deixando tanto Tom quanto Penelope insatisfeitos com a última frase.

             Tom abriu a boca para dizer à Penelope que se virasse sozinha, mas ela o interrompeu antes mesmo que começasse:

            — Eu não preciso que cuidem de mim. — Ela murmurou e dessa vez Tom se virou para encará-la com raiva, mas Penelope nem se deu o trabalho de dirigir o olhar a ele. — Só para deixar bem claro, eu era a melhor em Poções na antiga escola e espero permanecer. Portanto, não estrague nossas poções.

             — Digo o mesmo. — Tom murmurou fechando as mãos em punhos. A garota estava em Hogwarts há um dia e já lhe prometia dores de cabeça. Começava a se perguntar quanto termpo duraria sua paciência.

              Ela não olhou em sua direção ou disse algo durante toda a aula e nem Tom demonstrou interesse. Aquele jogo ele conhecia bem, Penelope poderia se achar melhor do que todos, mas um dia todos iriam se curvar. E Tom estaria esperando por esse momento, ele se lembraria do nome Morgerstern para lembrá-la de que estava abaixo dele.

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notas: deu pra sentir a vibe desses dois? Eu espero que sim. Não pude evitar escrever uma pequena fic com o Tom. Mas dessa vez queria explorar mais do que uma heroína, uma antagonista seria mais interessante. Ainda não sei bem construir esse tipo de personagem. Mas me digam o que estão achando, me ajuda bastante. Obrigada por ler, de verdade.

Malfeito, feito.
Nox.

     

✔ AKATSUKI ༻ Tom RiddleOnde histórias criam vida. Descubra agora