Capítulo 06
O CASTELO DE HOGWARTS FICAVA MAIS VAZIO NO NATAL, e incrivelmente enfeitado. Muitos alunos voltavam para casa para celebrar o feriado, mas alguns optavam por permanecer na escola. Tom Riddle sempre optava por ficar na escola, era a melhor época para explorar o castelo evitando os olhares curiosos de seus colegas e não voltar para o orfanato.Tom odiava o orfanato. Odiava as crianças e outros adolescentes trouxas. No sempre soube que havia nascido para algo melhor, para ser poderoso e ideia nojenta de ter que passar as férias de verão no orfanato, era repugnante. Pelo menos, ele tinha a opção de permanecer em Hogwarts no inverno.
Depois de passar os dias livres descobrindo mapas sobre os lugares de Hogwarts, conversando com os retratos conseguindo usar seu charme para conseguir senhas e descobrir novas passagens, o que Tom procurava estava mais perto do que ele imaginava. Era incrível como o próprio castelo lhe revelava seus segredos.
Ele achava ainda mais divertido quando algum quadro se recusava a lhe passar informações, bastava um olhar, um segundo para seu sorriso de bom moço morrer, que mostrava que ninguém em sã consciência gostaria de ter aquele garoto como inimigo.
Também havia pessoas facilmente manipuláveis e que poderiam ser conquistadas apenas com um gesto, geralmente eram pessoas sozinhas. Outras só de olhar para ele, despejavam segredos sem perceber. A Mulher Gorda, por exemplo, só faltou lhe contar a senha da Sala Comunal da Grifinória.
Suas buscas levaram a uma curiosa descoberta no banheiro feminino do segundo andar, e Tom não via a hora de poder explorar melhor. Ao chegar no dormitório e retirar suas vestes, Tom olhou para o quarto vazio e as camas arrumadas. Estava acostumado com seus colegas ausentes naquela época do ano, mas o que estava lhe incomodando era não ter com quem se gabar naquele momento.
Ele buscou em seu baú uma camiseta, mas antes que pudesse colocá-la, seus olhos percorreram a escrivaninha do quarto e ele decidiu que seria uma boa hora para contatar Persefone.
***
ESTAR EM CASA ERA DEPRIMENTE, o Natal era gelado e sem graça. Há muito tempo que os Morgenstern não comemoravam como há muitos anos antes. Morpheus Morgenstern parecia ter envelhecido muito mais do que havia de fato, passava horas em seu escritório sussurrando sozinho. E todos fingiam que estava tudo bem.
Além do pai e da irmã gêmea, Persefone tinha dois irmãos mais velhos e adultos, Adonis e Arthur. Adonis estava noivo e falava dos planos de casamento lamentando que sua noiva não tinha podido passar o feriado com eles. Adonis olhava para Persefone com um suspiro e lhe dava palmadinhas nos ombros como se ela fosse uma criança que ainda sofresse com o estado da irmã gêmea. Arthur, por outro lado a olhava com receio, quase como se sentisse que algo estava errado.
Para se divertir em casa, Persefone encarava Arthur quando ninguém estava olhando e só aquilo fazia-o estremecer de medo. O pai, Morpheus parecia que nem estava consciente e frequentemente respondia as mesmas perguntas e errava datas. Desde o acidente com as gêmeas, Morpheus parecia estar sucubindo à maldição que as lendas da família temiam: a loucura.
Depois de um dos muitos repetitivos jantares, Persefone decidiu ir até o quarto da irmã. O quarto de Penelope ficava de frente ao seu, mas raramente ela passava por lá. Sua irmã não era muito de conversar. Mas naquela noite monótona de Natal quando Adonis não calava a boca, Arthur balbuciava qualquer besteira e seu pai parecia mais morto do que vivo, Persefone achou que estava na hora de ver a irmã.
O quarto de Penelope era simples, tinha uma cama, um guarda-roupa e uma cabeceira. Havia uma pequena prateleira na parede com os livros que o pai delas lia para Penelope todas as noites. Os Contos de Beddle o Bardo estava sobre a cabeceira ao lado do abajur que iluminava parte do quarto.
Persefone entrou se esgueirando pelas sombras, a pessoa na cama havia crescido tanto quanto ela e mesmo depois de todos aqueles anos as semelhanças eram impressionantes. Conforme ela se aproximava, podia ver a pulseira com o nome Persefone no braço da irmã. Os olhos dela estavam abertos e fixos no teto.
— Feliz Natal, irmãzinha. — Persefone murmurou se aproximando da cama, ela olhou para a janela e observou a neve por um instante. — Mas um Natal, o tempo passa muito rápido quando se está vivendo.
Ela observou novamente a irmã que não reagia desde o dia em que tudo havia acontecido.
— Mais um ano em que fico feliz de não estar presa, fico a imaginar o pesadelo que deve ser. — Ela murmurou. — Não sei se já te falei isso, mas acho que você mereceu. Sempre me forçava a fazer o que eu não queria, me beliscava, destruía minhas bonecas e me trancava no armário. Mas eu aceitei seu corpo e decidi nunca mais deixar que me tratassem assim… — Persefone sorriu. — Nunca mais.
Demorou alguns segundos, mas Penelope moveu os olhos encarando diretamente Persefone.
O sorriso dela se desfez, ela esticou a mão e tocou o braço da irmã.
— Todos esses anos e isso é tudo o que consegue fazer? — Ela balançou a cabeça de forma negativa e enfática. — Ainda bem que fui para Hogwarts, seria meio deprimente ficar nessa casa o tempo todo.
Os olhos de Penelope continuaram grudados na irmã de forma sinistra e não natural, e provavelmente poderia lhe custar anos para reunir a força de movê-los novamente.
— Credo, você está me deixando desconfortável. — Persefone se levantou. — Até o próximo natal, irmã.
O gato preto Merlin entrou no quarto de repente e subiu na cama com um salto, ele se virou para Persefone com um miado ameaçador mostrando os dentes. Persefone mostrou a língua para ele e saiu do cômodo deixando o desconforto para trás e entrou no próprio quarto.
Uma coruja marrom piou a assustando com o repentino som, com o bico indicou a carta deixada em sua escrivaninha.
Ela se aproximou e abriu o pergaminho achando que era mais uma das meninas da escola. Dianna Black mandava cartas praticamente todos os dias, era um saco. Mas o conteúdo foi bem mais interessante do que as outras que recebera.
Querida Persefone,
O dias nesse inverno tem se estendido, o castelo está mais silencioso e vazio. Isso possibilitou que eu conseguisse explorar melhor e me levou a algumas descobertas. Mas, não tem sido tão empolgante como eu esperava.
Sinto sua falta. É difícil quando não tenho ninguém para me gabar. Quando voltar, prometo mantê-la entretida. Sabe o banheiro feminino do segundo andar, aquele em que todo mundo usa a última cabine para fazer certas coisas… Tenho em algo mente que pode lhe ser interessante. Espero que você tenha algo planejado também.
Um feliz Natal.
Atenciosamente,
Tom.
Persefone sorriu olhando para a caligrafia de Riddle, podia imaginar a mão dele segurando a pena enquanto escrevia, o cabelo caindo sobre os olhos - olhos que nunca sorriam de verdade. Ela teria que encontrar algo para entretê-lo também, e certamente haveria algo sobre Artes das Trevas na história dos Morgenstern que poderia lhe ser útil.
***
notas: gif de personagem sem camisa completamente gratuito. achei que seria bom trazer um pouco da família da Poppy nessa época e de certa forma o que aconteceu com eles depois do "acidente". aproveitei para continuar a química dela com Tom e introduzir o principal dessa segunda e última parte da fic: a abertura da câmara secreta. espero que tenha dado pra matar um pouquinho da saudade. Obrigada p9r estarem sempre aqui. ❤
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✔ AKATSUKI ༻ Tom Riddle
Fanfiction- AKATSUKI : AMANHECER. Penelope Komatsu Morgenstern, puro sangue, sonserina. Vinda de uma linhagem privilegiada de puros sangue, Penelope era representante da mais antiga família bruxa japonesa e alemã. Quandos os pais se mudam para Londres para t...