Capítulo 1

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Galerinha do meu coração, segue mais um capítulo revisado =]

Obrigado pela paciência! 


Tudo começou em meados de 2009, enquanto eu dava aulas às segundas, quartas e sextas no período noturno. Na época, eu já era formado em educação física, tinha 27 anos era proprietário da academia e tinha abandonado a vida de bon vivant. Cultiva meu porte físico e confesso que foi nessa época que passei a cuidar da alimentação e da saúde de um jeito que eu nunca tinha feito antes, porque, convenhamos, eu era um desleixado no final da adolescência.

Fui lutador profissional por um tempo, ganhei uma grana, mudei de vida, fiz faculdade. Amadureci muito, mas até do que eu imaginava que seria possível. Eu havia feito muita coisa imbecil e viver minha vida, de forma correta e honesta era um orgulho pessoal tremendo. Entretanto, mesmo bem estabelecido na vida, casa, carro, boa aparência e dezenas de tatuagens, ainda faltavam algumas coisas que eu buscava na vida.

Era bem legal dar aulas nesse horário, a academia sempre estava bem cheia. Geralmente quem treina nesse horário pode ser dividido em grupos: geração saúde, composto pela galera fitness; o pessoal que saiu do trabalho mas está dando duro por um objetivo; e pessoas comuns, com rotinas comuns e histórias de vida comuns que tem determinação para conseguir resultados. Mas além dos grupos principais, tem muito maromba metido e muita patricinha chata também. Costumo dizer que estes dois últimos são os riquinhos esnobes, e eu, como bom micro empresário, adorava o dinheiro que eles me proporcionavam. Em 2009 esse negocio de fisioculturismo não era uma paixão difundida na mídia, suquinho verde de couve e o escambau não estava na moda, muito menos sendo difundido na mídia. Então, por ter uma abordagem diferenciada e pacotes "exclusivos" ganhei muita grana nessa época. Não citei o grupo que paga mais desiste, mas tenho que ressaltar que eles sempre corresponderam a quase 20% da minha receita.

Como a proposta de minha academia era ser um centro esportivo, eram oferecidos vários esportes diferentes e eu dava aula de Muay Thai misto, ou seja, homem, mulher, graduados e não graduados todos treinando juntos. Quando um aluno era graduado, além de uma atribuição de nível indicada pela Kruang, uma espécie de faixa, colocada nos bíceps, também significava que ele era federado à Confederação de Muay Thai do Brasil, o que por sua vez permitia que eles participassem de vários campeonatos como atletas e em contrapartida isso contava pontos para minha academia como centro de referência em artes marciais. Minha Kruang era de professor, eu era faixa preta, mas ainda havia outros níveis para serem alcançados que somente o tempo e a experiência iriam me trazer.

Um dos meus instrutores da academia, que mais trabalhava como meu assistente, chamado Adriano, um recém-formado, que foi meu estagiário, entrou com um cara boa pinta, devia ter uns 20 anos, cabelo preto na altura da orelha, pele branca, alto, olhos verdes, uma delícia. Eu já me adiantei: 

- Carne nova Adriano? 

- Opa, esse daqui é o Felipe, veio fazer uma aula experimental, Paulo. 

- E aí, preparado? - eu perguntei. 

- To afim de fazer essa aula, disseram que a academia de vocês é uma das melhores em artes marciais - falou ele em uma voz grossa e super marcante, voz de macho. 

- Sim, pode apostar que é, então você já fez Muay Thai? Sabe como são os movimentos? - perguntei. 

- Não tenho ideia - ele confessou sinceramente, olhando para o chão. 

- Vem aqui, é simples.- falei chamando ele em direção ao tatame - PESSOAL! - eu gritei - Esse daqui é o Felipe, ele é novato, então peguem leve com ele! Em posições! Vamos alongar primeiro! 

Meu LutadorOnde histórias criam vida. Descubra agora