Capítulo 7

6.6K 383 84
                                    

Tudo o que eu sabia era que eu tinha um relacionamento com o Felipe, torto de fato, mas tinha. Isso era um acordo velado, não verbalizado entre nós. Cada um sabia qual era seu papel e seu silêncio. Nossos encontros se tornaram cada vez mais frequentes e picantes e assim pouco a pouco a barreira do toque foi superada, assim como a do contato visual.

Conforme o tempo foi passando, eu parei de ficar tão grilado e me senti mais confiante. O que mais me incomodava, na verdade, eram meus sentimentos por ele, eu estava completamente apaixonado, mas não tinha coragem de contar. Enquanto eu pensava se deveria ou não revelar meus sentimentos, nós dois ficávamos só na putaria, mão aqui, mão ali, chupadas incansáveis e cunetes deliciosos. Mas nós dois, nessa época nunca íamos além dos abraços e carinhos contidos depois que gozávamos. Não tinha beijo na boca e nem afeto, era putaria bruta e sacanagem de primeira e apesar de não acontecer penetração, um cunete e dois dedos bastavam para resolver nosso problema.

Minha confiança foi inflando e a vontade de algo a mais crescia e por muitas vezes me consumia. Passamos a ser bons amigos, trocávamos mensagens, íamos jantar, fazíamos coisas juntos e eu passei até a frequentar a casa dele. Nesse ponto as coisas estavam confusas para mim, eu não sabia se apenas eramos amigos com benefícios ou se ele queria algo a mais de mim. Eu queria namorá-lo, queria colocar uma aliança de compromisso no dedo dele, queria apresentá-lo à minha família. Foi a primeira vez, em todos os anos de minha vida, que eu considerei e quis sair do armário, por mim, por ele, por nós. Sonhava acordado com dias de ouro, em que ficaríamos juntos, sonhos nos quais eu era correspondido na mesma medida.

Quando conversávamos, nossos papos envolviam trocas de pensamentos, ideologias, conhecimentos, experiências de vida. Pude conhecê-lo intimamente e vi que seu interior era muito mais bonito do que sua aparência física. Ele me dizia o que gostava e não gostava em um relacionamento, me falava sobre atitudes e qualidades que procurava em alguém. Ao mesmo tempo que eu comparava minhas qualidades com as que ele enumerava, ficava com raiva e sentia ciúmes porque ele era livre e poderia encontrar alguém que fosse perfeito para ele. Esse alguém poderia não ser eu.

No outro lado, os treinos ficaram mais intensos, ele ganhava mais massa e mais agilidade e eu sabia que ele conseguiria fazer mais lutas e ganhar mais dinheiro tranquilamente. Só que ele não estava ainda com o emocional maduro, ainda faltava desenvolver mais raciocínio, tomada de decisão e principalmente frieza para lutar. Nos dois meses que se passaram eu o fiz prometer que esperaria até ter um preparo maior para lutar novamente.

O Adriano voltou de sua licença, com uma tala no braço, mas bem de saúde e isso aliviou muito as coisas para mim. Pude respirar melhor nos meus horários e fiz questão, é claro, de continuar treinando Felipe. O Adriano sempre estava na nossa cola então tivemos que ser mais cautelosos com nossos encontros que passaram cada vez mais a acontecer depois que a academia fechava. Então propositalmente mudamos o seu treino para mais tarde o que ultrapassava sempre de 15 a 20 minutos do horário que eu fechava. Então ficávamos mais tranquilos e corríamos para o vestiário ou para minha sala.

O Felipe já vinha correndo sempre, apertando minha bunda, sorrindo, brincando comigo, sempre de pau duro tentando me encochar. Eu gostava quando ele já chegava abaixando meu shorts e me chupava. Nossos encontros tinham sempre muito sexo oral, muita língua e muita saliva e a melhor descoberta que fizemos foi o 69. Costumávamos nos "pegar" sempre, ou no sofázinho ou na tapete da minha sala e as vezes também no banco do vestiário ou no chuveiro.

No final de um dos treinos, Felipe me convidou para ir ao vestiário tomar um banho com ele. Disse sem vergonha:

-Quero tomar banho com você. Quer ir?

Eu nada falei, apenas ri, um pouco tímido, confesso. Fui indo na frente e ele foi me seguindo, quando chegamos ao vestiário ele abriu o armário e pegou sua toalha e roupa, e eu o imitei.

Meu LutadorOnde histórias criam vida. Descubra agora