Parte 3

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Sakura atravessou a "arena dos anjos" no caminho para seu quarto, uma sensação estranha diminuiu seus passos na escada em espiral. Quando ela virou no corredor escuro, seu coração saltou imediatamente no peito. A poucos metros de distância, Sasuke estava parado, vestido num terno escuro, um ombro inclinado contra a parede, as mãos nos bolsos. Estava tão imóvel quanto a estátua Titã atrás dele, embora fosse muito mais bonito. Sakura pretendia lhe desejar boa-noite antes de se recolher em seu quarto. Mas, antes que pudesse abrir a boca, ele perguntou:

– Já está indo dormir?

A voz era baixa e provocante, assim como ele. A luz era fraca, mas ela pôde apreciar os detalhes de um rosto que poderia ter sido esculpido pelos anjos mantendo vigília nas pinturas da parede. Sem desfiguração horrível. Sem máscara da morte. Sem inocência real, também, especialmente no que dizia respeito aos olhos. Aqueles olhos pretos que a encaravam com intensidade, enquanto ela permanecia lá, como se num transe.

Sakura cruzou os braços e saiu do seu estupor.

– Tive um dia agitado. E estou cansada.

Ele afastou-se da parede, mas manteve distância.

– Muito cansada para uma pequena aventura?

A pergunta abalou tanto Sakura que ela ficou sem fala por alguns momentos.

– Que tipo de aventura?

Ele aproximou-se um passo.

– Tsunade me contou que você está interessada na história desta casa. Tenho algo que talvez a satisfaça.

A ênfase na palavra satisfaça abalou-a ainda mais.

– O que seria exatamente?

– Eu preferiria lhe mostrar.

Sakura consultou o relógio, mais por nervosismo do que por preocupação com a hora. Embora passasse pouco das 9h da noite, ela disse:

– Está ficando tarde.

– Eu farei seu tempo valer a pena.

A voz masculina baixa e sexy a fez tremer.

– E onde seria essa aventura?

Ele gesticulou a cabeça em direção ao lado oposto do corredor.

– No meu escritório.

Um escritório parecia seguro, mas ela poderia realmente estar segura perto dele? Tinha duas opções: confiar em Sasuke ou usar seu dom para ler os pensamentos dele. Abriu a mente, mas nenhuma visão de ele machucando-a ou fazendo-a refém surgiu. Pelo menos, não ainda.

– Mostre-me o caminho – disse ela.

Se pretendia trabalhar para ele, precisava lhe dar um voto de confiança, a menos que ele provasse não merecê-la. E, de preferência, não depois que fosse tarde demais para Sakura voltar atrás.

Ela o seguiu ao longo do corredor até a área que Tsunade lhe descrevera durante o tour inicial, um lugar que Sakura ainda não explorara. Eles passaram pela porta fechada que levava ao quarto de bebê, antes que Sasuke abrisse a porta anexa a essa e desse um passo ao lado para que ela entrasse. O

grande escritório era moderno, organizado, e não o que Sakura esperara. Mas, pelo menos, era suficientemente fresco. Na verdade, era o lugar mais fresco da casa, graças à moderna conveniência conhecida como ar condicionado.

Ao ouvir a porta fechar atrás de si, Sakura lutou contra a vontade de se virar e mostrar pânico. Estava fechada ali dentro. Sasuke poderia fazer o que quisesse com ela e Sakura duvidava de que Tsunade ouvisse um único grito ou ruído de socorro. Entretanto, ela não estava intuindo nenhum tipo de desastre. Quando o encarou, foi abalada pelo sorriso de Sasuke. O primeiro que testemunhara até agora.

Incontrolável - SasuSakuOnde histórias criam vida. Descubra agora