Depois de passar a noite sentindo-se agitada e sozinha, Sakura decidiu voltar ao quarto de bebê na manhã seguinte. Sentou-se na cadeira de balanço e olhou para o berço, enquanto pensava em Izanami, que nunca tivera a chance de segurar seu bebê. Que fora tirada da vida do marido cedo demais, afundando-o num sofrimento do qual ele nunca emergira.
Esse tipo de perda devastadora era totalmente desconhecida para Sakura. Ela não sofrera perdas significativas, com exceção de seu casamento, um casamento que tinha fracassado desde o começo. Pelo menos, ela não cometera o erro fatal de engravidar, embora às vezes imaginasse que uma criança poderia ter aliviado sua solidão. Todavia, trazer uma criança ao mundo com dois pais que não se amavam teria sido cruel.
Sakura suspirou e olhou para o berço que estava tão vazio quanto ela se sentia no momento. Cada instinto lhe dizia para deixar Sasuke em paz, talvez até ir embora deste lugar. Mas alguma coisa a mantinha lá. Uma força desconhecida ou o destino. Ou talvez fosse apenas a esperança de que Sasuke pudesse amá-la um dia também.
- Pensando em um desejo, Sakura?
Sakura virou-se para descobri-lo encostado contra o batente da porta, vestindo camisa branca e calça preta, como se tivesse saído de uma reunião de negócios. Ela levantou-se e optou por falar sobre trabalho, a fim de mascarar a mágoa pelo comportamento dele.
- Eu estava pensando que este cômodo daria uma boa saleta de tevê para reunir a família. Poderia ser mais moderna do que o resto da casa e isso ajudaria a vender a casa quando você colocá-la no mercado.
Ele continuou observando-a por mais um momento antes de dizer:
- Me desculpe.
Sakura não esperara aquilo.
- Desculpas aceitas.
Ele olhou para baixo.
- Sei que é pedir demais, mas eu gostaria de compensá-la pelo que fiz esta noite. Outra surpresa.
- Como você propõe fazer isso?
- Jantando na sua companhia. Um jantar que você não precisa preparar. Um encontro romântico? - Isso era provavelmente pedir demais, pensou Sakura. - Nós vamos jantar fora?
Sasuke finalmente ergueu os olhos para ela.
- Não. Eu pedi para a refeição ser trazida aqui.
Desapontada, Sakura suspirou.
- Não faria mal algum sair de casa, de vez em quando.
- Tenho as minhas razões para não querer sair esta noite.
Ela suspeitava de que tais razões tinham a ver com o que ele planejava fazer depois do jantar. Mas Sakura queria algumas respostas antes.
- A que horas? - perguntou ela.
- Às sete.
- Tudo bem. Até mais tarde, então.
Quando ela passou por ele para sair do quarto, Sasuke pegou-lhe a mão e puxou-a para os braços fortes. Ela esperou um beijo, mas recebeu um abraço. Um abraço forte e caloroso. Quando ele beijou-lhe a testa, Sakura perguntou:
- Por que isso?
- Por você ser quem é. - Havia um carinho nos olhos azuis que ela nunca vira antes, como se a fortaleza emocional de Sasuke tivesse se dissolvido, pelo menos no momento.
Ironicamente, em todos os anos que ela passara com Naruto, nem uma única vez ele a fizera se sentir tão especial como Sasuke fazia.
- Obrigada - murmurou ela. - Eu também gosto de você. - Na verdade, Sakura o amava.

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Incontrolável - SasuSaku
FanfictionSakura Haruno sabe que foi contratada para remodelar a mansão de Sasuke Uchiha, não para ter um caso com ele. Ainda assim, seu recluso chefe assombrava seus sonhos mais escaldantes; fantasias enlouquecedoras povoavam sua mente. E não demora para que...