VI - Beijo Culposo

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O formigamento nos lábios de Nome em contato com os de Taiju pareciam está queimando. Então esse foi o primeiro beijo fora do casamento! Você teve o prazer de sair do chão, a sensação enervante de a tirando de órbita por infindáveis minutos. Quando havia sido a última vez que sentiu tamanho frio na barriga e um arrepio na espinha como naquele momento? 

Oh céus! Por Kami. 

Não deveria estar fazendo isso. É tão errado. Por que se permitiu ser beijada? Não é ruim, pelo contrário. Contudo, ainda é errado, muito errado. Os movimentos, a forma como conduzia. Taiju guiava bem, um pouco rude à maneira dele, porém envolvente. Delicioso. 

Errado. Muito errado.

Nome Hitoshi é uma mulher casada, mal casada. Todavia, não deveria estar aceitando aquele ósculo com alguém que nem conhecia direito. Ela correspondeu? Oh sim! De início, não, mas conforme ele apertava sua cintura, as mãos grandes pareciam lhe deixar tão pequena. Por que havia ido ali mesmo? Para conversar com alguém que estranhamente a fazia sentir algo ainda não nomeado. Usou a desculpa esfarrapada de ter conhecido a irmã dele, Yuzuha Shiba, ela que nem se dava tão bem com ele! Ah, mas ela estava gostando, tão bom o jeito do homem lhe segurar. 

No entanto, tudo que é bom dura pouco. Sua consciência começou a gritar dando sinal de vida, lhe chamando de volta à sanidade. Por livre e espontânea obrigação, Nome se viu empurrando o maior, suas mãos espalmadas no abdômen alheio. Se via que o Shiba tinha a força muito superior a sua, todavia não a usou para forçar nada. 

Vocês se separaram relutantes. A respiração falha e as batidas cardíacas aceleradas só provaram que ambos gostaram da situação. As íris cor de âmbar fixaram na sua face corada, elas estavam nubladas de um sentimento conflituoso e instigante, tão tentadoras e desejosas. Refletiam as suas.

Taiju se inclinou para iniciar outro ósculo, porém, Nome recusou. Pegou sua bolsa apressada e fugiu. Se aceitasse retornar para os lábios daquele homem, era provável que não desgrudasse cedo. Você precisava chegar em casa, urgente.

Foi até o estacionamento e viu seu motorista fumando encostado na sombra da parede. Logo que a viu correu para abrir sua porta, todavia você se adiantou abrindo e entrando ligeiramente. Temia que ele lesse em seu rosto o pecado que havia cometido.

– Vamos para casa. – ordenou procurando deixar o tom neutro o máximo que conseguia. Ele acatou sua ordem indo rumo a sua casa.



Você chegou em casa exasperada. Entrou intempestiva na mansão, um pouco assustada. Ouviu a voz de Hiro vindo da sala. 

– Senhora, – Emília apareceu como uma assombração diante da sua pessoa – seu marido está– Nome ignorou a governanta indo ao encontro do cônjuge. Queria vê-lo e beijá-lo, precisava apagar o rastro deixado pela boca do Shiba. 

Hiro estava na sala, sentado na poltrona cor acinzentada de pernas cruzadas sorrindo enérgico. Você não reparou em mais nada, sentia a necessidade de provar que amava seu marido. Caminhou apressada até ele, o mesmo a viu.

– Querida que bom que– 

Ele não pôde terminar, a esposa se curvou distribuindo muitos selinhos nos lábios e rosto dele. Todavia, um pigarreio a fez parar, além do mais o Hitoshi não havia sequer retribuído. Você olhou para o outro sofá em frente ao seu marido, dois homens de terno estavam sentados ali, constrangidos pela sua demonstração repentina de carinho. 

– Os membros do partido que te falei. Querida. – sibilou entre dentes a empurrando sutilmente. Nome, mais constrangida que todos, se curvou educadamente para os dois políticos.

Gentleman (Taiju Shiba)Onde histórias criam vida. Descubra agora