Gentleman (Taiju Shiba)

XX - Refúgio

🔴 Gatilhos
🔴Agressões físicas
🔴 Xingamentos, palavras de baixo calão
🔴 Menção de abuso

Boa leitura 🌷

Um dia após a bendita festa de aniversário, Você acordou. Desnorteada e dolorida. Seu corpo inteiro gritando, fazendo uma denuncia sobre coisas das quais não se recordava.

Sonolenta, de olhos vermelhos, Nome olhou em volta. A cortina cobria janela de vidro impedindo a luminosidade de entrar, todavia você tinha a sensação de ser tarde, muito tarde. Ergueu-se com dificuldade, indo cambaleante para o banheiro, precisava de um banho para acordar de uma vez, ainda sentia-se sonolenta. Além do mais queria esticar os músculos, parecia ter estado a várias semanas em coma.

Tateando a parede em busca do interruptor seus olhos mal viam as formas, as pálpebras estavam demasiado pesadas, além do mais seu corpo inteiro doía. Quando finalmente encontrou o botão liso e as luzes se acenderam você finalmente entrou em choque..

- Por Kami! - gritou. Sua expressão assumiu puro terror ao ver o próprio reflexo. Tocou com a ponta dos dedos no maxilar, ali havia um grave edema, uma marca roxa enorme na extensão da bochecha, outra no olho - O que aconteceu?

Sua pergunta ecoou no espaço vazio sem resposta. Logo lágrimas emergiram junto ao desespero. Sequer lembrava do que havia acontecido, só recordava dos gritos de Hiro, depois da ajuda da governanta e, nada mais...
Viu que o braço tinha outra marca arroxeada. Retirou a camisola de seda para verificar o resto do próprio corpo. Um soluço seco escapou dos seus lábios ao confirmar outras lesões no tórax, abdómen, na coxa. O que havia acontecido consigo?!

Pegou um roupão qualquer indo direto para as escadas, precisava de alguém para dar uma explicação. Precisava ir ao médico saber se não tinha quebrado nada, tudo doía, até andar rápido era difícil. Apoiou-se no corrimão pisando cada degrau com medo de fraquejar e cair.

- HIRO!! - gritou em urgência, e ele não apareceu - HIRO! EMÍLIA..
Sua voz falhou ao tentar uma quarta vez por causa do choro entalado. Parou um segundo na metade do caminho vendo tudo girar. Esfregou a face contra o tecido fofo do roupão limpando as lágrimas e sentou-se no degrau procurando suportar os doloridos hematomas. Nome sabia, só tinha uma pessoa naquela casa que poderia machucá-la daquela forma em um acesso de raiva. Seu próprio marido.

A governanta finalmente apareceu, no início do corredor, olhou para sua pessoa sentada ali chorando copiosamente e sentiu um vislumbre de pena. Emília caminhou cautelosa ao seu encontro, sem ter coragem de mirar dentro dos seus olhos.
Ao levantar a cabeça, Nome, extremamente ferida e ao mesmo tempo furiosa questionou a mulher:

- O que aconteceu comigo?

Seus lábios trêmulos denunciavam seu extremo abalo, além disso o seu peito doía, num compasso acelerado de cada batida. A governanta baixou o olhar prensando os próprios lábios, ela sabia perfeitamente o ocorrido, embora não tivesse ajudado seu amante, também não evitou, assistiu calada pois era o que o Hitoshi exigia. Ela jamais ia contra as vontades dele, foi assim que a ensinaram, apenas aceitava e o obedecia como sua mãe fez ao pai dele.

- Me responde porra!! - seu grito surpreendeu a mulher. Ela nunca tinha lhe ouvido pronunciar nenhuma palavra em tom agressivo, tão pouco chamar algum palavrão. - O que aconteceu comigo?

- Lamento senhora. - após uns instantes calada a governanta sussurrou ainda sem encará-la.
- O que você lamenta? - Nome ergueu-se com dificuldade se apoiando no corrimão olhando para a mestiça com um ódio genuíno - Não é o seu corpo que está cheio de marcas e doendo!