Gentleman (Taiju Shiba)

XVII - Não conhece tão bem..

⚫Avisos

🔴Pressão psicológica
🔴Insinuação de agressão física
🔴Spoiler do Mangá cap 103, já está animado na segunda temporada

Boa leitura

Após a morte da mãe levada por uma terrível doença, a família Shiba - já desestruturada - tornou-se tudo menos uma família. O pai era uma figura ausente, quase um ser mítico que nunca aparecia, raras as vezes que estava ao lado dos filhos. Taiju, por ser o primogênito, era responsável pelos dois irmãos mais novos, Yuzuha e Hakai. Sendo a autoridade máxima da casa, tudo o que ele dizia e ordenava para os mais novos era lei absoluta, quem ousasse ir contra seria punido. O mais se tornou algoz de seus irmãos, um verdadeiro carrasco, qualquer coisa por menor que fosse resultava em surras violentas, daquelas de tirar sangue, causando grandes danos nos pequenos. Os mais novos não conseguiam se livrar dos ataques de fúria do irmão, muito menos havia alguém para defendê-los ali. 

Eram somente eles perante a ditadura cruel do irmão mais velho.

– Quem diabos esqueceu de desligar a luz do banheiro? – Taiju surgiu com sua costumeira expressão de raiva, a veia saltada na face e olhar de louco. Logo os mais novos assustaram-se, não era um bom sinal aquele olhar encolerado. 

– Fui eu! – brandou Yuzuha, a irmã do meio, apesar não ter sido ela, a menina assumiu a culpa a fim de proteger seu irmão mais novo. Hakai não teve coragem de contradizê-la, temia o pior, ficou estático semelhante um cervo diante de um farol. Taiju fitou a irmã por alguns segundos assistindo a audácia dela, nitidamente desacreditado.

– Ei. – a chamou, fazendo a garota focar sua total atenção nele com olhar determinado – Por que está mentindo?

– Hã? – Yuzuha até tentou soar convincente – Não estou, fui eu! – ela persistiu naquela afirmação leviana. Todavia, o Shiba mais velho não acreditou, apenas irou-se mais.

– A tampa do vaso 'tava em pé. – Taiju falou ríspido fuzilando a mais nova com seu olhar cor de âmbar – Só garotos levantam ela. – afirmou por fim – Hakai vem comigo.

Ele pegou Hakai pelo pulso, arrastando para outro cômodo. O mais novo mal teve tempo de reagir devido à brutalidade do outro. Yuzuha naquele instante se desesperou sabendo o que esperava seu irmãozinho quando eles estivessem no outro espaço vazio sozinhos.

– NÃO, ESPERE! – a garota correu atrás dos dois – JÁ CHEGA DE BATER NELE! EU VOU APANHAR NO LUGAR! – aquela decisão acalorada levada pelo medo e desespero fez Taiju parar, ele virou para olhar a irmã por cima do ombro. – ESTOU TE IMPLORANDO!! – a menina pediu de joelhos curvada, as lágrimas banhando sua face avermelhada com alguns hematomas.

– Yuzuha… – o irmãozinho disse atônito, sem conseguir assumir o lugar da outra.

– Então, é o que quer fazer? – Taiju se virou dando um sorriso sádico para a mais nova – De agora em diante, vai apanhar por dois! – determinou sem sequer tentar impedí-la.

Ela aceitou calada em meio à lágrimas, havia prometido para sua mãe proteger a família deles. Era um sacrifício por um bem maior. 

[...]

Nome foi almoçar no restaurante do clube, Mei já havia ido embora, você provavelmente comeria sozinha. Foi o seu pensamento antes dela chegar:

– Posso me sentar aqui? – a mulher perguntou esboçando um meio sorriso, por mais que a expressão desse a impressão de estar carregada por sentimentos conflitantes. Você se surpreendeu pelo pedido, demorando alguns ínfimos segundos para dar uma resposta.