Gentleman (Taiju Shiba)

XIV - Contatos e dias marcados

⚫Avisos⚫
🔴Gatilhos emocionais, stress, pressão, início de crise
🔴Palavras de Baixo calão
🔴Não revisada

Acho que só

Aiko: Significa “filha amada”, “criança amada”, “pequeno amado”, “espada"

Boa leitura ✨

A imponente casa do seu querido marido mostrava-se mais vazia que outrora, apenas uma estrutura de concreto sem afeições reais em seus alicerces. Você entrou na casa sentindo o frio lhe abraçar, o costumeiro vazio retornou ao seu peito, a sensação de que poderia ter sido feliz ali surgiu lentamente. As obras de artes nas paredes pareciam tão sem sentido, seu valor poderia ser facilmente aumentado ou despencar, para Nome elas tinham o mesmo valor de panfletos entregues na rua. Ela caminhou sem pressa no piso claro tão encerado que se assemelhava aos espelhos, ouviu o som dos seus saltos no chão, sendo um dos poucos ruídos além de sua respiração.

– Senhora? – Emília surgiu como uma aparição assombrosa, aquela raposa velha sempre surgia do nada lhe surpreendendo. A mestiça parecia estar a sua espera, ela lhe olhou dos pés à cabeça, estudando e procurando provas de algum delito em seu corpo e suas vestes, coisa que você teve a sorte de esconder apesar da falta de experiência.

– Sim Emília? Precisa de algo? – Nome questionou tentando soar natural, contudo não era natural você querer saber se ela queria algo, sim o contrário. 

– Não senhora, apenas vim lhe avisar que seu marido pediu para a senhora ligar quando chegasse.

– Ah, sim. Está bem. Eu já vou ligar. – respondeu no automático, sendo o esperado você evitou prolongar qualquer assunto com a mulher, não era necessário manter uma conversa longa com aquela pessoa que agora lhe causava náuseas e uma repulsa angustiante. – Mais algum recado? – perguntou no primeiro degrau da escada, estava difícil evitar a hostilidade no seu tom.

– Não, senhora. – respondeu sem deixar de observá-la, sua postura esquiva e arredia deixava abertura para curiosas especulações, mulheres costumam observar nos mínimos detalhes – A propósito, como foi o seu almoço? – perguntou mantendo um contato, a mestiça estava interessada demais para o seu gosto. Nome virou-se para encarar a governanta, forçou o melhor sorriso e a melhor atuação para o momento. 

– Foi ótimo! Zure sempre é tão alegre, me faz bem conversar com ele. – informou simplista, voltando a subir, detalhes deveriam ser dados somente ao seu 'querido marido' – Ah, nós comemos lamen e frutos do mar.. Estava uma delícia!

– Fico feliz pela senhora. – Emília sorriu falsa, ela não havia engolido a história, no entanto, assim como você estava fazendo ela fez, melhor deu continuidade ao teatro. 

Por hora, todos naquela casa continuariam suas encenações até o ato principal findar. Você subiu a escada procurando sumir no seu quarto, desabar na cama e fazer um mapa mental sobre como deveria agir dali para frente.

Deitada entre os travesseiros decidiu ligar para o 'amor de sua vida'. Hiro atendeu eufórico, não no bom sentido.

– Por que caralhos você não atendeu o celular hein Nome? – exigiu saber furioso, o Hitoshi estava no meio de uma reunião importantíssima dando total exclusividade para a chamada do seu número. Ele sentia estar perdendo as rédeas que lhe prendiam, contudo não poderia simplesmente deixá-la ir, seu marido ainda tem planos importantes para você.

– Me perdoe amor… estive no banheiro do restaurante.. Acabei tendo um momento de cris– sua voz falsamente arrependida escondia sua vontade de xingar o homem, todavia, ele a interrompeu num tom seco e irritadiço.