"Ele está fora de si, eu estou enlouquecendo. Nós temos esse amor do tipo louco. Ele é meu. E no fim somos apenas eu e ele."
A notícia dos corpos nas malas logo se tornou o assunto mais importante de Sitka, e eu com meu humor um pouco ácido, preferi manter minhas palavras para mim mesma quando alguém me parava na fila do supermercado só para falar sobre o caso. Como meu pai era o delegado, as pessoas achavam que eu poderia ter alguma notícia que eles não tinham. Mal sabiam que na verdade eu deveria ser a pessoa que menos iria saber de algo, meu pai nunca falava sobre seu trabalho em casa.
Acontece que os corpos identificados eram de dois homens mesmo.
Carlisle Clifford. Desaparecido desde agosto de 2008. Era um homem de família, com dois filhos e uma esposa. Ele estava saindo do trabalho da noite no dia treze de agosto e nunca mais foi visto.
A segunda vítima era ainda mais contraditório. Ele sequer era de Sitka.
Vladimir Santos. Morava em Portland, noivo de Mandison Clint, estava voltando da casa de uns amigos em dezessete de janeiro 2009, e então desapareceu. As mãos dele foram queimadas antes de cortadas e colocadas dentro da mala. Também há indícios de que ficou bastante tempo dentro dela antes de ser jogado no lago, provavelmente por ser inverno em janeiro e o assassino não conseguiu entrar na água congelada.
Dois homens completamente diferentes, em lugares diferentes e com vidas aparentemente exemplares.
Não foi até no comeco da outra semana, havia um alvoroço e tanto enquanto eu saía do supermercado, um montinho de gente agrupado e falando alto.
Eu não teria dado atenção e depois procuraria saber da fofoca, mas eles estavam literalmente ao lado do meu carro, e bem do lado da porta do motorista.
_ Ah, olha é a Ana - alguém falou enquanto eu me aproximava.
Logo percebi quem eram, e aí veio a parte que eu adorava sobre morar em Sitka: havia nove pessoas ali e eu sabia o nome de cada uma delas.
_ Deixa que eu te ajudo, querida - Sr. Morone falou, logo pegando as duas sacolas de papel que eu carregava.
E mais do que saber o nome de cada um deles, era o fato de que cada um deles estavam sempre disposto a ajudar. Gostavam de fofoca, claro, mas eu nunca carregava as compras até o carro.
_ Você já ficou sabendo, Ana? - Marie, a esposa dele falou em tom de lamentação.
_ Do que? - perguntei enquanto destravava o carro.
_ Encontraram mais uma mala, e parece recente - Clarice quem respondeu.
Monrone colocou minhas compras no banco de trás e logo fechou as portas, parando recostado no mesmo, o que me obrigou a ouvir a notícia sem ser pela TV.
_ Disseram que o corpo está perfeito, quer dizer os pedaços, né, só ainda não reconheceram quem é - Marise falou.
_ Deus nos livre - Marie fez uma prece. - Que encontrem logo esse homem.
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Os 50 Tons de um Assassino
FanfictionAna e Christian eram um casal aparentemente perfeito, mas logo ela descobre que era só nas aparências mesmo.