Eu estava morrendo para recuperar minha respiração. Por que eu nunca aprendo? Agora perdi minha confiança. Como eu ainda poderia ver um coração em você? Toda a agonia desaparece quando você me segura nos braços. Não me deixe sofrer por tudo o que eu preciso de você. Posso fazer do seu coração um lugar melhor, contanto que me dê algo em que acreditar.
Talvez o traço mais agradável da maturidade, da vida adulta e sensata seja a certeza de que não há nada a ser provado para ninguém. As pessoas gostam e desgostam de você pelo mesmo motivo. Entendem e incompreendem suas falas tendo você dito os mesmos argumentos. O outro é só o outro no grande cenário da vida. Basta você redirecionar o que é melhor para você, o que salva seus dias felizes e o que te mantém são. O que pode ser errado para o mundo, pode ser a única certeza absoluta para quem você ama.Eu ainda tinha certo receio enquanto caminhava pelos corredores da clínica psiquiátrica, minha cabeça revirava e eu não tinha muito parâmetro de porque estava ali e muito do que exatamente faria.
_ Ela está ali - a enfermeira me apontou para as portas duplas do corredor que logo percebi dar acesso a um jardim. - Sentada no balanço, cabelo curto. Não é muito comunicativa com os outros colegas, sinceramente eu só a vejo interagir e sorrir quando o irmão vem aqui, é sempre um dia bom para ela, de resto, só fica assim, bem quietinha na dela. Mas quando falamos que você estava aqui ela se animou, ficamos felizes que tenha vindo então.
Fiquei surpresa com aquilo. Mia sabia quem eu era? Ou ela apenas estava em seu mundo e achava que eu era alguma outra pessoa.
Eu não sabia o que esperar dela, e aguardei alguns segundos ainda, admirando. Mia parecia ter a minha idade, mas Elena havia me dito que era ela mais velha que Christian três anos, então a garota era uns bons quase dez anos mais velha que eu. Ela estava sentada de costas para mim, se balançando devagar num balanço de cordas e ferro, o cabelo preto era bem curto abaixo das orelhas, e ela usava roupas típicas como calça de flanela cor de rosa e blusa de mangas curtas na cor azul. Parecia uma menina apenas.
Tomando coragem, segui rápido então, ignorando um pouco a minha volta onde havia pessoas demais espalhadas, adultos com bonecas e conversas unilateral, também alguns enfermeiros vigiando ou até mesmo brincando. O lugar todo parecia limpo e bonito, e não havia aquela aurea ruim que uma clínica psiquiatra poderia ter.
_ Mia? - chamei baixinho, não querendo assustar a garota.
Ela se virou rápido, um sorriso no rosto, segurando firme nas cordas do balanço mesmo não parando de si balançar.
Me xinguei mentalmente ao que dei um passo para trás no mesmo instante, surpresa com a visão do rosto dela, o que fez a garota baixar os olhos e se virar novamente.
_ Desculpe, nao quis te assustar, mas não tenho como cobrir - ela murmurou baixinho, um tom de lamentação.
Meu coração doeu.
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Os 50 Tons de um Assassino
FanfictionAna e Christian eram um casal aparentemente perfeito, mas logo ela descobre que era só nas aparências mesmo.