"E eu te usarei como um sinal de alerta, e se algum dia me disser que não faz mais sentindo, então terá perdido sua mente. Você sempre será meu ponto de foco, e assim eu nunca perderei de vista o que eu quero. E nós fomos mais longe do que eu jamais achei que eu poderia ir."
Papai havia saído quando cheguei na delegacia, mas me mandou uma mensagem dizendo que estava há poucos minutos de voltar.
_ Anastasia, certo?
Reconheci Elena Mason, me virando em direção a sua voz. Ela tinha o cabelo curto e loira perfeitamente penteado, o sorriso vermelho de batom, usava um conjunto de terno feminino na cor cinza escuro.
Me senti um pouco sem graça, estava vestido vestindo calça e um casaco moletom de Christian que cobriam até minhas mãos, meu cabelo estava preso num coque no alto da cabeça porque eu o lavei e ele secou igual uma cabeça de vassoura piaçava.
_ Ana – corrigi, espelhando seu sorriso. – Como vai? Já conheceu a cidade?
_ Estou voltando agora de um mini tour – falou, sorrindo demais. – Veio ver seu pai?
_ É, vim entregar uma coisa – respondi.
_ Ele já deve estar voltando. Por que não vem tomar um café comigo? Eu tenho uma sala, sabia? – falou simpática, já seguindo caminho pelos corredores.
_ Eu não posso demorar – comentei, mentindo, porque eu nem tinha nada para fazer até 15h e ainda era 10h.
_ Só um café – disse, abrindo uma das portas provavelmente de sua sala. – Eu adorei seus pais, tão receptivos, todo mundo na cidade na verdade. E sua mãe? Que mulher.
A sala estava um pouco desarrumada, era pequena, mas comum, havias algumas caixas espalhadas pelo chão e mesa.
_ Desculpe por isso, ainda não tive tempo de me estabelecer. Mas uma cafeteira eu tenho – falou em tom divertido. Me deu espaço para entrar e me ofereceu a poltrona de um lugar perto da parede. – Com açúcar ou adoçante?
_ Açucar – respondi.
_ Então, Ana, preciso dizer, não parei de pensar no seu marido a noite toda.
Franzi o cenho enquanto ela me entregava a xícara.
_ Não é algo que uma mulher gosta de escutar – comentei de forma ácida e ela riu.
_ Meu Deus, não desse jeito – continuou rindo. – É que ficou de verdade na minha cabeça um certo deja vi, como... não sei, eu só sabia que o conhecia de algum lugar. E quando estou com algo na cabeça, não consigo tirar até resolver.
Levantei uma das sobrancelhas.
_ Mas nos conhecemos mesmo, há muitos anos. Ele não deve lembrar, provavelmente, era só um menino e eu no começo da minha carreira – contou. – Houve um acidente com a família dele na época, e ele viu tudo, fui designada para avalia-lo. Eu me lembro que realmente me marcou, por isso mesmo depois de tanto tempo lembrei dele, foi uma tragédia o que aconteceu e logo depois de uma outra tragédia. Me lembro que foi um impasse grande, cheguei a ir até a clínica com ele, mas depois foi designado outro psiquiatra e perdi o contato. Sempre quis saber como ele ficou, depois de tantas coisas ruins terem acontecido com ele ainda uma criança, eu queria saber como ele estava. Fiquei feliz por vocês, claro, é muito raro ver uma pessoa como ele conseguir se desenvolver assim, ter um relacionamento duradouro, morar com alguém, ter uma família... e ainda bem sucedido que eu fiquei sabendo. Conheço as empresas Grey, mas não imaginava que poderia ser ele.
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Os 50 Tons de um Assassino
FanficAna e Christian eram um casal aparentemente perfeito, mas logo ela descobre que era só nas aparências mesmo.