22 de novembro, um dia antes do assassinato na boate Eros
O despertador soou exatamente seis e quinze naquela sexta-feira. Louis rolou de um lado, rolou para o outro e finalmente sentou na beira do colchão, suspirando sonolento. Era metade do período, mas logo eles entrariam de recesso para as comemorações de fim de ano. Louis esperava que essas mini-férias não atrapalhasse sua rotina.
Era extremamente cansativo, às vezes, estudar de manhã a semana inteira, estagiar pela tarde até o começo da noite numa startup de tecnologia e aos finais de semana, virar as madrugadas dançando na boate Eros, mas é o que é.
Nascido no interior da Inglaterra, Louis Tomlinson sempre fez de sua vida um filme. Ele não era exatamente triste e nem teve uma trajetória difícil, mas ele gostava do drama. Então se o perguntassem, ele diria que sua infância foi sofrida, contaria as histórias de bullying que sofreu na escola por ser uma criança gay, mas ocultaria a parte que fez da vida de todos os seus agressores um inferno quando decidiu começar a respondê-los e para bem ou para mal, Louis tinha uma língua de chicote e saliva mais tóxica do que todos os elementos químicos da tabela periódica combinados. Sim, ele ouviu poucas e boas, mas não deixou barato.
Ele também contaria sobre o Natal que ele não recebeu do Papai Noel sua tão esperada bicicleta e que passou a ser o único menino da rua que não tinha uma. Mas, novamente em prol do drama, ele ocultaria que naquele ano, sua mãe tinha acabado de dar à luz a uma de suas irmãs e que ele havia pedido uma bola de futebol por semanas, havia mudado o pedido somente na noite de Natal. Era impossível para seus pais trocarem naquele momento, mas isso ninguém precisava saber.
Ele cresceu, amadureceu, mas a necessidade de estrelar um filme da própria vida permanecia. Sinceramente, isso estava longe de ser ruim. O drama fazia com que ele nunca se acostumasse ou se permitisse entrar numa comodidade. Era bom, ele se punha em seu limite e vivia coisas que apenas agregavam em sua vida, tudo para ter boas e emocionantes histórias. Foi o caso de sua faculdade; Louis tinha nota e reputação para entrar em qualquer faculdade inglesa que ele quisesse, as mil cartas em seu correios comprovaram isso, todas dizendo que ele seria muito bem-vindo nas instituições. Obviamente, sua escolha seria aquele que o levaria para mais longe de sua zona de conforto.
Londres era longe, mas nada que uma hora de trem não resolvesse. Então ele optou por colocar um oceano e o quarto maior país do mundo entre ele e sua casa e família. Se mudou para Los Angeles quatro anos atrás e não pretendia voltar. Morou apenas um mês na república da UCLA pois aceitou rapidamente o convite para morar junto de um menino da turma de medicina que ele conheceu durante os almoços, Niall, que vivia sozinho num apartamento todo decorado num estilo industrial à algumas ruas afastadas da faculdade. Era o cenário ideal, e ainda dava brecha para que ele pudesse dizer que precisava trabalhar para sustentar as despesas da casa - ele não precisava, seus pais mandavam uma quantia todo mês que Louis guardava para emergências.
Foi assim que em uma conversa com um cara mais velho e sorridente do curso de gastronomia que ele conheceu a boate Eros.
Liam estava no mesmo período que ele e Niall, mas todos cursavam coisas diferentes. Louis reparou que ele sempre almoçava sozinho e em um determinado dia arrastou o amigo e colega de apartamento para a mesa daquela figura cativante e sorridente e desde então eles eram amigos.
A história de Liam era o verdadeiro drama, sem ter que omitir ou acrescentar nada. Liam era órfão, criado pela avó desde os seis anos. Teve que sair para trabalhar desde cedo e concluiu apenas a escola, sem ter a chance de ingressar numa faculdade. Conheceu Zayn quando começou a trabalhar como bartender em um dos bares do mais velho. A partir daí eles viveram o clássico clichê: namoraram depois de muita insistência de Zayn, casaram quatro anos atrás e completaram dez anos ao todo de relacionamento. Era impossível não se apaixonar por Liam, Louis entendia Zayn. Ele possuía os melhores abraços, concelhos, não existia dia ruim no mundo de Liam Malik-Payne e era muito justo que seu marido o chamasse de "sunshine".
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The Blue Crime • {l.s}
FanficO convívio no ambiente de trabalho não foi o suficiente para fazer o advogado e empresário Harry Styles gostar do estudante e dançarino da boate Eros, Louis Tomlinson, pelo contrário. Mas quando um crime acontece dentro da boate e Louis é o principa...