Prólogo

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-Por favor, senhor Tomlinson, sente-se - a detetive pediu calmamente, apesar da postura séria e um olhar profundo.

Louis respirou fundo, as mãos ainda tremendo perto do peito. Ele queria entrar no escritório de seu chefe, dar seu depoimento e ir para sua casa, mas suas pernas não se mexiam. Ele estava desesperadamente consciente de tudo ao seu redor: a temperatura do ar condicionado do corredor era mais alta do que a sala fria de Zayn, pouca coisa, mas seus nervos estavam tão aflorados que ele conseguia perceber tudo ao seu redor. Se ele estivesse em outra situação, iria ligar para Niall avisando que finalmente seus "sentidos aranha" estavam se aflorando, mas agora ele só conseguia pensar no corpo morto do empresário Thomas Bennett no chão do primeiro andar da boate Eros.

-Senhor Tomlinson? - a detetive Lipa chamou sua atenção - Gostaria de uma água para se acalmar? Precisamos iniciar seu depoimento.

-Você me assusta - ele disse ao invés e não obteve uma sequer reação da moça em sua frente. Nada. Nem uma contração de algum músculo facial; se manteve estática como alguém muito entediado olhando para uma parede branca - Você não reage a nada?

Sem resposta novamente. Ele a encarou por uns segundos, o suficiente para lembrar do por quê estavam ali. Saiu de seu transe, tomou coragem e finalmente caminhou até a cadeira que a detetive o indicou. Há poucos segundos atrás ele estava tão calmo, o que estava acontecendo com ele?

É só que essa atmosfera de policiais, detetives, crimes e perícias era muito interessante de se ver em filmes e séries, mas era terrível de viver na vida real.

-Muito bem, senhor Tomlinson, repassando algumas informações básicas: Louis William Tomlinson, vinte e dois anos, último ano de engenharia da computação na Universidade da Califórnia em Los Angeles. Nascido em Doncaster, Inglaterra e atualmente divide um apartamento com outro estudante no bairro West Los Angeles. Essas informações estão corretas?

Louis balançou a cabeça concordando. Todo seu nervosismo o atingiu em cheio novamente. Ele não havia dado nenhuma daquelas informações, a polícia simplesmente sabia tudo sobre sua vida. Era apenas... assustador a sensação de se sentir monitorado.

-Irei direto ao ponto - detetive Dua avisou - Quais foram seus motivos para matar o empresário Thomas Bennett?

Ele engasgou.

-O quê!? - perguntou entre tosses, os olhos esbugalhados - Nenhum! Eu nem conhecia esse velho!

-Por favor, senhor Tomlinson, cuidado com as palavras. Tudo aqui pode ser utilizado contra o senhor no tribunal.

Louis não era conhecido por sua paciência. Ele não era mal-educado, era apenas ácido e a detetive estava prestes a descobrir isso.

-Escuta, gracinha - se aproximou da mesa que os separavam - Primeiro, você pode me chamar pelo primeiro nome, eu sei que você sabe quem eu sou, assim como sabe que eu sei quem você é - sorriu em deboche para a total inexpressividade de Dua - Segundo, pode usar o que quiser no tribunal , eu sou inocente. Eu nunca vi aquele velhote em toda a minha vida, ele provavelmente estava traindo a mulher dele porque nem o nome verdadeiro ele me deu. Eu não tenho nenhuma informação sobre quem esse homem é, o que ele faz, da onde ele é ou pra onde ele vai, mas eu espero que ele queime no inferno depois do que ele me fez.

-O que ele fez? - ela daria uma bronca nele por sua insolência depois, por agora, aproveitaria da emoção do momento para arrancar-lhe informações.

-Eu danço, eu não me prostituo - disse firme, erguendo o nariz - E aquele imbecil foi incapaz de entender isso.

-Ele o forçou a algo, Louis?

-Não, porque eu resisti.

-Conte.

The Blue Crime • {l.s}Onde histórias criam vida. Descubra agora