19- Revelações

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Wanda POV.

O meu maior pesadelo tinha se tornado realidade.

Minha vida, mais uma vez, estava se tornando um espetáculo público para pessoas desconhecidas assistir, rir, opinar e ridicularizar. A sensação era horrível. Eu sentia que minha privacidade havia sido invadida contra a minha vontade, como se o controle não pertencesse a mim.

Interesseira, puta, vadia, chifruda e todos os outros adjetivos ofensivos eram direcionado a mim em comentários de páginas de fofoca. Mas a situação conseguiu se agravar quando as minhas redes sociais foram invadidas, quase me impossibilitando de acessa-las. Então, a minha única opção foi privar as minhas contas - mesmo que isso prejudicasse na minha profissão. - e me esconder do mundo, mesmo que eu não tivesse feito nada de errado.

Claro que havia uma grande porcentagem de pessoas verdadeiramente felizes, elogiando Natasha e eu, ressaltando como éramos um lindo casal. Mas isso não anulava a sensação horrível que me corroía de dentro pra fora.

Natasha notou isso no segundo em que me olhou nos olhos e, mesmo que também parecesse abalada, fez questão de ressaltar que estava tudo bem, que daria um jeito naquilo e me encheu de beijos.

Naquela noite, dormir nos braços de Natasha não foi o suficiente para eu ter uma boa noite de sono.

Acordamos na sexta-feira e mal tivemos tempo para conversas. Ela passou em casa para que eu pudesse me arrumar e depois dirigiu em direção a agência.

-Ei. - ao estacionar o carro, Natasha chamou a minha atenção, tocando meu rosto com delicadeza. - Bom trabalho.

-Obrigada. - agradeci, sorrindo minimamente em sua direção. Natasha me deixou ciente de que minhas olheras não havia passado despercebido por ela, arrastando pacientemente os dedos pelas linhas de cansaço. - Tenha um bom fim de semana e faça bons shows.

Sexta-feira sempre era o dia da nossa despedida, onde ela iria para vários estados do país trabalhar e eu aproveitava as horas livres para dormir. No entanto, aquela despedida tinha uma dose de drama a mais.

-Fica bem, okay? - ela me pediu, quase implorando para que aquilo acontecesse. Era óbvio que os meus surtos estavam a preocupando. - Eu não vou deixar nada e nem ninguém fazer mal a você, mas preciso que você seja forte.

Assenti minimamente, mantendo seu olhar firme ao meu.

-Prometo que vou tentar.

-Você vai conseguir! - Natasha, por mais receosa que estivesse, tentou demonstrar confiança e transmitir aquele sentimento a mim. - Agora vá trabalhar, gostosona!

Seu rosto se aproximou pacientemente do meu e nos perdemos por alguns minutos em um beijo intenso, mas calmo e paciente. Pude sentir as malditas borboletas darem cambalhota em meu estômago, deixando-me bastante consciente de que aquela mulher cuidadosa e carinhosa era a dona do meu coração.

-Se cuida. - falei antes de sair do carro. Já do lado de fora, me debrucei na janela que Natasha fez questão de abrir para me ver caminhar. - E se comporte!

-Eu sempre me comporto, baby.

Com um último sorriso, nos despedimos, cientes de que nos próximos dias a nossa única forma de contato era virtual. Doeu um pouco, mas resolvi agir como a adulta que era e engolir aquilo, pronta para trabalhar.... mais ou menos.

Eu estava tão afundada naquela bolha de pensamentos sobre como a minha vida estava prestes a se tornar um inferno que mal refleti sobre a maior dificuldade... o trabalho.

Obviamente, vários olhares curiosos e fofoqueiros estavam em cima de mim quando pisei na agência, mas fiz questão de ignorar todos, andando tranquilamente até o meu andar. Eu não queria pensar no que estavam falando sobre mim, porque eu conhecia bastante a mente perversa e maldosa de todos aqueles jornalistas sedentos por boas matérias. No entanto, era óbvio que também me consideravam uma "interesseira", seus olhares deixavam isso bem claro.

Best Part - Wantasha Onde histórias criam vida. Descubra agora