Zayra
Eu estava desolada, eu não sabia nem o que pensar, eu passei a minha vida inteira acreditando em tudo que aquele homem dizia pra mim, ele me fez sofrer por uma coisa que ele mesmo tinha feito.
Treinei igual ou pior que seus homens para me vingar de alguém que nunca teve culpa de nada, Cesar me fez de marionete a vida inteira.
Sempre fez tudo que queria comigo e eu acatava talvez hoje eu tenha sangue inocente nas mãos por conta dele, mas isso acabou, ele criou um monstro e esse foi seu pior erro.
Assim que chegamos em casa eu coloquei todas as pastas dentro do carrinho de compras do prédio e levei de uma vez, levei tudo para o meu escritório e me sentei para organizar tudo.
Já está amanhecendo e eu não estava mais sentindo a minha perna, estava na mesma posição a horas e minha coluna já estava acabada, mas eu nao consegui sair dali, não consegui parar de olhar e olhar todas aquelas pastas.
Domenico investigou por anos a vida de Cesar, ele tem anos de provas suficientes para deixar ele apodrecer na cadeia, mas eu farei com que ele não consiga nem chegar perto de lá, eu mesmo vou matar ele e fazer ele pagar por tudo que ele me causou.
São provas evidentes de que Cesar está associado com o tráfico humano, prostituição de menores em bordéis clandestinos, tráfico de armas ilegais, tráfico de drogas e dentre outras coisas inimagináveis.
Eu não posso simplesmente jogar isso aqui na cara dele, eu preciso mostrar quem é o verdadeiro Cesar Petrov.
- o que pensa em fazer ?
- eu vou acabar com a vida dele, mas bem devagar, assim como eu estava fazendo com a do Domenico.
- entendi e por onde você vai começar?
- agora eu vou ver a minha filha, vou dar de mama para ela e depois vou dormir, eu estou com a cabeça cheia, preciso descansar, nem que seja por duas horas.
- ótimo, eu vou também.
- te vejo mais tarde.
- se cuida ok? E qualquer coisa...
- eu sei Will, é só te chamar.
- te amo, boa noite ou bom dia.
- te amo, até.
(...)
Eu dormi igual uma pedra, tive que pesadelo horrível, tomei um remédio pra dormir e capotei, acordei onze da manhã, a essa altura katharina já deve esta fazendo a festa na sala. Me levanto indo para o banheiro fazendo minha higiene pessoal.
Coloco um short soltinho e uma blusinha simples, hoje o dia seria cheio e eu precisava está confortável. Desci para a sala e vi katharina em seu andador pulando e assistindo ao desenho que passava na televisão.
- bom dia minha filha, dormiu bem?
- na maneira do possível sim.
- está tudo bem?
- não, não muito, mas vai ficar, vai ter que ficar.
- já deu tudo certo minha filha.
- eu sei que sim, as vezes me culpo por não está sempre com a minha filha e esta perdendo pequenos detalhes importantes da vida dela... mas falta pouco, quando isso acabar, eu vou me dedicar cem por cento.
- Zayra não se culpe, você está sendo uma mãe ótima, sua vida é corrida, mas mesmo assim você dá atenção para sua filha, está presente e isso que importa.
- eu sei, mas acho que deveria está mais.
- entendo, mas não se preocupe com isso agora, você vai conseguir.
Pego minha xícara de café e vou para mesa da sala que eu usava as vezes como escritório, para não ficar apenas dentro do escritório. Meu notebook estava aqui, eu tinha coisas para resolver antes de começar com o plano de acabar com o Cesar.
Pego meu caderno e começo minhas anotações, organizei tudo e comecei meu trabalho quando Will entra um pouco desesperado.
- Zayra, não temos tempo, Cesar está no elevador.
Me levantei calmamente, peguei katharina enquanto a babá tentava arrumar tudo rapidamente.
- pare, pode deixar tudo aí.
- Zayra Eu sei que quer se vingar dele, mas a katharina não deve ser vista agora, ele pode tentar se vingar de você usando ela, é pro bem dela.
- eu não ligo, ele....
- Zayra, não é por você, é por ela, me dá.
Ele pega ela do meu colo e Aurora junto com a babá correm levando as coisas para cima.
Segundos depois ele toca a campainha e mesmo não gostando da ideia eu tinha que pensar com calma, o momento de mostrar a minha filha ainda não é agora.
- calma Zayra, muita calma.
Abro a porta e vejo ele com um enorme sorriso no rosto, eu não acredito que chamei esse verme de pai por todos esses anos, tornei ele parte importante pra mim, em troca ele só me fez mal.
- filha, que bom que te encontrei em casa, como vão as coisas?
Ele vai entrando e se sentando no sofá, fecho a porta e vejo Will descendo as escadas e me fazendo sinal para que eu respire fundo.
- Cesar, bom dia, não achei que iria ver você aqui.
- acredite Will, também não achei que iria ver vocês aqui.
- e por que não?- pergunto.
- achei que estaria com aquele verme do Domenico.
- estou lidando com outros vermes, Cesar.
- mas Domenico é mais importante, não é?
- Cesar, eu acho que isso nao é mais da sua conta, por que está tão interessado no que vou fazer com Domenico, está me escondendo algo?
- claro que não, o que eu esconderia, não tenho nada a esconder.
- será mesmo?
Ele engole em seco e depois ajeita a gravata em seu pescoço, sinal de completo desconforto com a minha pergunta.
- mudando de assunto, como está as meninas ? Não tive muito tempo para ir lá ver elas.
- estão bem, vai ter um jantar beneficente da ONG que sua mãe ajuda, vai ser nesse final de semana, terá presenças ilustres, vai ser um evento e tanto, talvez um dos maiores que já tenhamos feito.
- que interessante... teremos então grandes nomes da alta sociedade.
- sem dúvida teremos.
- tenho que ir, será ótimo para meus negócios e quem sabe eu não faço novos negócios.
- seria perfeito, vai ser uma noite gloriosa eu diria.
- e ponha gloriosa nisso.
Sera o momento perfeito para desmascarar Cesar, na frente de todos que ele conhece, pessoas que não imaginam que por trás daquele empresário de sucesso tem um mafioso podre, que não vale o chão que pisa.
- Zayra, precisamos ir.
- eu preciso resolver uns negócios antes aqui will, Cesar... eu vou precisar de alguns convites, quero chamar algumas pessoas.
- tudo bem, eu falo com a sua mãe.
- ok, obrigada, mande um beijo para ela e para as meninas.
Ele sai e eu volto a me sentar novamente em minha cadeira, será maravilhoso.
- sei que sua cabeça está trabalhando, mas em que está pensando.
- eu vou usar esse jantar para mostrar o todos um pouquinho das merdas que Cesar faz, um videozinho dele na fronteira com um caminhão cheio de mulheres e crianças, talvez ele dentro de um dos bordéis dele verificando a mercadoria.... eu não sei nem por onde eu começo.
- você não acha melhor ir com calma.
- eu estou indo com muita calma, mas cansei Will, agora quem dá as cartas sou eu.
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Vingança
Romance"Jurei me vingar pelo que aconteceu anos atrás, o massacre nunca será esquecido e agora que o jogo está virando ao invés das coisas melhorarem pro meu lado, elas cada vez mais pioram."