cap 29

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Zayra

A minha filha estava linda com uma macacão amarelo que eu comprei, a coisinha mais fofa da mamãe, entrei em casa e peguei ela no colo mesmo escutando Aurora dizendo que não por que eu estava suja.

- tá bom, ta bom, a mamãe vai tomar um banho e já volta.

Coloquei todas as armas na mesa e vi que a babá ficou um pouco nervosa, acho que ela não esperava tal coisa vindo de mim, mas essa sou eu de verdade.

Comecei no treinamento quando eu era pequena, eu vivia no calabouço de César, treinando dia e noite, saia apenas nos finais de semana e eu torcia para que ele demorasse a passar, eu odiava ficar lá, mas era necessário. Quando completei doze anos eu tive que começar a ter aulas em casa, comecei a ler e a escrever rápido, fui aprendendo a cada dia mais e mais e quando finalmente cheguei no meu nível de escolaridade eu pude ir pra escola e ter o convívio com todo mundo, mas mesmo assim eu permaneci no treinamento e quando eu tinha dezesseis anos, conheci Will, ele entrou também, mas ele já estava com vinte anos, começamos uma amizade e eu pedi para o Cesar deixar ele ser meu segurança e assim foi, meses depois eu descobri que Will foi posto ali para me vigiar, ele mesmo disse, mas não fazia isso por conta da nossa amizade.

Eu fui adotada por Cesar e sua família, mais por escolha dele e depois por escolha minha eu preferia que isso não fosse revelado, por isso ninguém sabe que ele é meu pai, todos acham que eu tenho negócios com ele, não trato ele como pai na frente das pessoas, apenas quando estamos em família.

Depois do banho bem tomado, eu coloco um vestido solto e desço as escadas, vejo Aurora com uma expressão de preocupação e não vejo katharina na sala.

- o que foi?

Ela apenas olha para fora e vejo Cesar parado na varanda, meu coração gelou, eu iria perguntar sobre katharina e ele poderia facilmente escutar.

- Cesar, está melhor?

- sim, como estão as coisas lá.

- ele continua dizendo aquelas mesmas besteiras, "não matei, não metei" "você precisa confiar em mim".

- ele vai dizer isso mesmo, mas lembre do que eu lhe disse tá bom.

Cesar sempre me alertou para esse dia, Domenico iria falar que não foi ele por medo de morrer e eu seu disso, mas acontece que por conta do Will eu estou com uma pulga atras da orelha e vou hoje a noite resolver isso.

- relaxa, eu fui treinada pra isso, amanhã eu começo as torturas.

- ótimo, como estão indo os negócios?

- cada dia melhores, depois que essa questão com o Domenico acabar, eu vou lançar uma coleção nova.

- perfeito, ah... antes que eu me esqueça, sua mãe quer fazer um jantar, não sei quando, mas quando ela falar a data certinho eu te aviso.

- tudo bem.

Ele da um beijo na minha testa e sai, ele sabe que eu odeio isso e parece que faz para provocar.

Mais um jantar, ninguém merece, desde que cheguei na família, mamãe ficou encantanda por mim e por um tempo as meninas até tinha ciúmes de mim com ela, com um tempo isso foi mudando.

Ela sempre tentou uma aproximação e uma tentativa de que eu mudasse de ideia e deixasse ela por seu sobrenome no meu, eu nunca quis tira o nome dos meus pais, eu carrego o legado deles e sempre serei uma Afonsa. Sempre fui bem distante da minha família, aos dezessete comprei meu apartamento e desde então eu vivo, fiz faculdade, vivo minha vida, tenho minha empresa, minhas lojas e meus outro negócios e sou independente, e acho que é difícil pra minha mãe entender isso, ela quer sempre todo mundo junto e eu não gosto muito disso.

- quando ele chegou?

- assim que você subiu, David me ligou e avisou que ele estava descendo do carro.

- ok, eu vou ver a katharina e vou sair, não vou voltar para o jantar, então prepare um sanduíche pra mim Por favor

(...)

Eu estava indo até a antiga casa do Domenico que hoje é só destroços, mas ainda tem uma boa parte em pé, não tinha ninguém, e nem mais nada tudo foi tirado e levado para outro lugar.

Saio do carro e foi em direção ao escritório dele, peguei as chaves quando eu apaguei ele. Eu me lembro que realmente tinha uma porta aqui que não abria e que eu até instalei uma câmera na frente.

Destranco a por com a chave e digito a senha, ela dá um clique e abre, era bem pequeno o cômodo, mas tinha várias prateleiras com vários documentos, tudo datados e perfeitamentes organizados.

Mas um me chamou mais atenção, o que tinha a data do massacre, peguei ele e estava pesado, tinha um pen-drive que assim que eu peguei a pasta ele caiu.

Pego o mesmo e vou até o escritório, olha as fotos e vejo o que eu menos queria, as fotos são do dia do massacre, mas parece que foram tiradas de uma câmera de vigilância.

Uma das fotos mostra Cesar em pé e seus homens segurando Domenico perto dos corpos da minha família, a outra e Cesar colocando a arma na mão de Domenico enquanto ele está apagado.

Aquilo foi devastador, ver aquelas fotos foi doloroso, peguei o pen-drive e fui para o carro, conectei o pen-drive no carro e a filmagem começou.

Will

- oi mãe.

- oi meu filho, já jantou?

- ainda não, vou esperar a bonita.

- vish, então é melhor comer logo, ela saiu tem um tempo já.

- sério, e pra onde ela foi?

- eu não sei, ela só pediu pra eu fazer um sanduíche e depois saiu.

- e isso tem quanto tempo?

- deve ter umas duas horas. Já ela volta meu filho, vem, vamos jantar.

Com certeza ela foi atras do que Domenico disse, agora e só esperar ela chegar para saber o que era.

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