cap 19

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Zayra

Agora é certeza, minha filha vai nascer, as dores aumentaram e minha aflição também, saber que eu não terei muito contato com ela é difícil, eu tô tão feliz, mas também estou triste.

- calma ok, já estamos chegando.

Will fala enquanto dirige, ele veio o caminho todo com a mão na minha barriga, Aurora esta no banco de trás tentando ao máximo acalmar o Will, parece que é ele que vai ganhar bebê.

Eu já até ajudei ele a respirar com calma, ele tá pior do que eu, e olha que nem tá sentindo as dores que eu estou, são quase três horas da manhã, não consegui relaxar como o médico pediu, eu estou exausta.

- tá vindo outra.

- aí meu Deus, calma, calma

- Will, voce não tá ajudando, fica quietinho meu filho.

- Aaaaaaaaaaiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii

- vai Will, esse hospital não chega nunca.

- calma mãe, você tá me deixando nervoso.

-AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAIIIIIIIIIIIIIIIII

Finalmente chegamos no hospital, por conta do nervosismo do Will ele começou a dirigir devagar por medo de bater o carro dentre outras milhares de coisas que ele ficou a metade do caminho citando.

Minha obstetra e o médico que estavam acompanhando minha gravidez já estão aqui me esperando, assim que desci do carro ele me colocam sentada numa cadeira de rodas e me levam já pro quarto reservado pra mim.

Will e Aurora ficaram para fazer as coisas burocráticas, fui levada para uma sala pequena para fazer os primeiros procedimentos.

- vamos tirar sua pressão agora, ok?

- nao, pera, tá vindo.

- tudo bem, levanta, coloca seus cotovelos na mesa e respira.

- tá bom.

Fiz o que a enfermeira pediu e continuou doendo, mas sei lá a posição deu uma aliviada, não sei explicar, ainda dói muito.

- tá passando.

- ok, continua respirando.

Assim que passou eu me sentei e ela fez os procedimentos, assim que ela acabou veio outra e ela me perguntou se eu estava contando o tempo, falei que sim e mostrei pra ela no meu celular.

Tava meio errado, as vezes demorava dois minutos de uma até a outra e as vezes demorava seis minutos de uma pra outra.

Ela começou a fazer anotar tudo e avisou que seria a enfermeira da minha equipe, depois dali eu fui para o quarto, fazer o exame de toque, que sinceramente foi a pior parte.

Coloquei alguns aparelhos e outras coisas e depois fiquei deitada na cama, mas todas as vezes que a dor vinha o Will me ajudava com a posição.

(...)

Já são sete horas da manhã, não consegui dormir nada, minhas contrações estão desreguladas, não aguento mais sentir dor e ainda estou com oito de dilatação, cheguei com seis e uma hora depois estava com oito, depois disso, parou e mesmo eu fazendo força na tentativa de acelerar o processo, nao tive resultados.

Will já está morto, ele passou o dia inteiro fazendo várias coisas e quando achou que iria descansar, ficou comigo até a hora de vim pro hospital. Ele está dormindo no sofá-cama que tem aqui no quarto, Aurora foi embora agora pouco, falou que iria pegar roupa para o Will e voltaria mais tarde, depois de arrumar algumas coisas.

- aí Deus, lá vamos nós de novo

- oi, tá tudo bem por aqui?

- naaaaooooooooooooo AAAAAIIIIIIIIIIIIIIII

- Me avisa quando passar, vamos ver se delatou.

(...)

São dez horas da manhã e finalmente cheguei a dez centímetros, as contrações estão se regulando e agora está mais rápidas, a médica disse que se eu quiser esperar pra ver se delata mais eu posso, mas só mais uma hora.
A médica antes de sair me deu um injeção que fazia diminuir a dor, e nossa, que negocio dos deuses, consegui tirar um cochilo pelo menos.

- cheguei, como estão as coisas minha filha.

- na mesma, mas pelo menos agora eu estou com dez.

Ainda sinto as contrações, mas mil vez menos do que estava sentindo antes, o efeito já está quase passando e sinto que elas estão mais rápidas. Will entra na sala e pela cara dele não vem coisa boa por aí.

- os planos mudaram.

- o que? Por que?

- seu pai, ele mudou o orfanato e eu não sei qual será.

- droga, o que que eu vou fazer Will, AAAAIIIIIIIIIIIIIIIIII

- Eu não sei, ele acha que eu posso ter te falado algo, eu vou tentar convencer ele.

- Naaaooooooo aaaaiiiiiiiiiiiiii

O efeito passou, agora as dores estão me matando e eu não sei se eu vou aguentar, agora saber que meu pai mudou o rumo das coisas só pioram.

- como ele descobriuuuu, aaaaaaaiiiiiiii eu não aguento maaaaaaaaaaiiiisssss

- calma, não pensa nisso agora.

- ela tá sangrando, não é melhor chamar um médico, ok, eu vou chamar.

Will sai correndo da sala e eu começo a fazer força, eu sabia que agora eu precisava me concentrar pra ela sair o mais rápido possível.

Passei a mão e senti a cabeça dela, comecei a fazer força assim como fiz nos treinamentos as dores estavam piorando, eu estava ficando sem ar, mas se eu parece ela poderia voltar.

- AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA

- Isso minha filha, faz força, já estou vendo ela.

Aurora estava perto, logo os médicos entraram, depois dali eles começaram a se posicionar, já não aguentava mais.
Eles pediram para eu empurrar e eu já estava acabada, sem forças.

- eu não aguento mais Will.

- você aguenta, ela já está vindo.

Depois de muito tempo, fazendo força escuto o choro mais lindo do mundo ecoando pelo quarto todo, minha filha nasceu.

Eu só sabia chorar a médica colocou ela nos meus braços e eu senti algo inexplicável naquele momento, olhei para o Will que estava sorrindo e sabia que estava se segurando para não chorar.

- ela é linda.

- você é minha, só minha, eu te amo katharina.

- katharina, lindo nome.

Will fala e aí sim, a lágrima solitária cai, os médicos pegam ela de novo pra fazer os procedimentos, depois de terminarem e colocarem a roupinhas nela, eles me devolvem ela.

Coloco ela em meu peito e a enfermeira me ajuda, ela não queria pegar e eu já estava ficando nervosa.

- ela não quer pegar.

- calma mamãe, ela ainda tá se abituando, ela vai pegar.

Assim que ela terminou de falar, katharina pegou o peito, e foi lindo, mágico, maravilhosa a sensação de está amamentando a minha filha, mas não posso negar que também foi muito doloroso, nunca tinha sentido aquela dor e mesmo passando pela dor do parto essa também era ruim, mas nada supera a minha emoção de está amamentando a minha filha.

- eu te amo katharina.

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