a cabana

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- Há quantos dias estamos aqui?

- Com você cantando o tempo inteiro, perdi as contas.

- Eu gosto de musicais.

- Felizes ou dramáticos?

Dahyun forçou seu rosto a encarar Tzuyu que estava encolhida no canto da sala de tortura. Seus lábios estavam brancos, suas mãos tremiam por conta do frio, sua pele inteira ressecada. Chou Tzuyu estava a beira da morte.

- Os felizes. - Dahyun sorriu, mas seus lábios também estavam ressecados. - As nossas vidas já são tristes demais.

- Eu acho que quatro dias.

- Wow...

- É...

- Como está sua perna? - Chou se referiu ao machucado da tortura da noite passada. Kim olhou para o grande buraco inflamado em sua canela e suspirou dando de ombros.

- Mal consigo sentir, já devo estar perdendo o controle dela. - Riu e Tzuyu a acompanhou.

- Eles não jogaram o gás hoje.

- Provavelmente estão se sentindo empáticos. - Tzuyu revirou os olhos, mas até mesmo tal ação doía. - A gente vai sair daqui, né?

Tzuyu piscou algumas vezes, mas acabou por assentir se encolhendo ainda mais.

- Talvez a gente converse sobre musicais quando voltarmos. - Dahyun sorriu com o comentário. - Você pode chamar a Momo.

- Nunca estive em um encontro. Você já?

- Criada na Coreia do Norte, um pai militar e taiwanesa? - Fez um bico e negou. - Nunca sequer beijei alguém.

- Tenho certeza que uma pessoa específica iria adorar ser a primeira. - Tzuyu riu, se sentindo confortável após Dahyun não aprofundar o assunto. - Eu já beijei umas pessoas antes, como já fiz ensino médio e vivi em um orfanato, a gente costumava ser... um pouco rebelde.

- Você e a Chaeyoung?

Dahyun riu nostálgica.

- É. - Molhou os lábios. - Minha melhor amiga.

Tzuyu sorriu.

- Você tem uma melhor amiga, Tzuyu? - Voltou a fitar a Taiwanesa.

- Não. - Sussurrou, mas cresceu um sorriso. - Nunca tive alguém, pra falar a verdade.

- Você me tem. - Respondeu de imediato e Tzuyu sorriu. - Queria ter forças pra ir até você.

- E eu queria conseguir me mover pra ir até você.

As duas riram concordando.

- Quatro dias. - Dahyun relembrou e Tzuyu suspirou. - Quanto tempo o corpo humano sobrevive a uma tortura?

- Depende. - Respondeu sincera. - Depende muito de qual é a tortura, eles não fizeram a gente realmente perder sangue, sua perna já secou, não perfuraram o suficiente, mas com a inflamação, pode ser um pouco difícil.

- E você?

- Eu? - Dahyun assentiu. - No meu estado desidratado? - Riu. - Provavelmente mais uns dois dias? - Cerrou os olhos um pouco confusa.

- Não vai primeiro que eu, ok?

Tzuyu riu mais uma vez e esticou o braço na direção de Dahyun.

- E você, aguente firme.

🔫🔫🔫🔫

Em uma floresta, era possível se escutar diversos barulhos que pudessem causar medo e ansiedade. Mas aonde as três agentes estavam, só era possível escutar Myoi Mina marretar madeiras para a lareira.

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