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Possíveis gatilhos: family issues;

Meus olhos se abrem de modo automático. Com algumas piscadas, minha visão se acostuma com a claridade do local. Eu me sentia completamente esmagada. Shoyo me apertava em seus braços de maneira sufocante, mas ao mesmo tempo, era extremamente confortável. Eu sentia o sentimento de segurança me preencher, eu me sentia amada.

- Acordou?- Ele diz com a voz grossa.

- Acho que vou dormir mais um pouco.- Digo fechando os olhos novamente.

- Não vai não, isso não faz bem.

Ele me obriga a abrir os olhos, puxando minhas pálpebras com os dedos. Droga, seus olhos castanhos me deixavam completamente boba, não pude deixar de sorrir. Hinata entendeu meu sorriso rapidamente, então se aproximou, depositando um beijo na ponta de meu nariz.

Em seguida, ele se levantou. Disse rapidamente que iria para a própria casa, tomar banho e trocar de roupa, mas me prometeu que iria voltar. Eu não contesto, apenas concordo com a cabeça e vou ao banheiro. Tomo um rápido banho e faço minhas higienes pessoais, voltando para o quarto logo em seguida. Me sentindo limpa e com roupas confortáveis, vou até a cozinha. Procuro de modo distraído entre os armários, buscando algo rápido e fácil de se comer. Não percebi o ruivo voltar, então me assusto em consequência.

- O que faz ai embaixo?- Sua voz me faz pular no lugar.

- Shou-chan! Que susto!- Repouso minha mão no peito, retomando o fôlego que havia me fugido.

- Desculpe gatinha.- Ele fala em meio a risos.

- Me prepare algo, to morta de fome!

- Que folga, em?- Suas sobrancelhas se arqueiam.- Só vou fazer porquê você é bonitinha.

- Ora, ora. Então, se eu fosse uma garota feia você não faria?- Cruzo os braços, o encarando de maneira horrorizada.

- Jamais, até se você fosse uma porta eu te faria café da manhã. Eu só quis achar uma desculpa pra falar como você é bonita.

- Isso é tão másculo.- Eu falo de modo admirado, pulando em seus braços logo em seguida.

Ele apenas faz um carinho em minha cabeça, se afastando. Hinata rapidamente começa a pegar o necessário para cozinhar. Eu sento sobre o banco em frente ao balcão, o encarando seriamente. Eu me sentia como uma crítica culinária, pois julgava tudo e qualquer coisa que o ruivo fazia, mesmo eu sendo totalmente leiga no assunto cozinhar.

- Shou-chan.- O chamo em voz baixa.

- Hm?- Ele resmuga em resposta.

- Você joga vôlei a muito tempo?

- Você só esta me perguntando isso agora? Como você é má!- Ele ri ao ver minha expressão ofendida.- Apesar de sua demora em me perguntar algo tão importante, eu te respondo.

Eu bato pequenas palminhas, de modo animado.

- Eu jogo desde o fundamental, mas só no ensino médio entrei num time "de verdade". A Karasuno sempre irá ter um carinho imenso no meu coração, assim como todos que passaram por mim no caminho do vôlei. Conheci a Yachi e o Atsumu no primeiro ano em que entrei no time, porém, o Miya era de outro colégio, nos enfrentamos no Nacional. Muitas outras pessoas passaram na minha vida naquele ano, fiz inúmeras amizades que continuam até hoje.

- Caramba... Desculpe tão te perguntar isso antes... Você tem mesmo um carinho imenso por vôlei, é nítido.

- Eu já te contei como comecei a gostar de vôlei?- Eu balanço a cabeça em negação.- Certo, vou te contar. Uma vez eu estava andando de bicicleta pela cidade, ao passar em frente a uma loja, uma das TVs da vitrine estava ligada, nela passava uma partida de vôlei do ensino médio. Um garoto me chamou a atenção, ele pulava de maneira alta e era muito rápido. Naquele momento eu estava fadado a gostar de vôlei eternamente, eu precisava ser como o pequeno gigante. Tanto que, por conta dele, eu usei a camisa dez por todo meu ensino médio, e também por conta dele que entrei na Karasuno, pois ele fazia parte dela.

Crush- Hinata ShoyoOnde histórias criam vida. Descubra agora