Emilly
Acordo com o barulho de mensagem chegando no meu celular, mas parecia impossível chegar até ele com a perna de Daniel encima de mim e os braços de Charles presos à mim.
Após muita luta, consegui me livrar dos meninos e cheguei ao meu celular. Era uma mensagem do meu pai e ele me parecia nada feliz.
"Preciso que chegue mais cedo no paddock. Quero conversar com você."
Me levantei as pressas, correndo para me arrumar e acabo derrubando um dos livros de Charles no chão, o acordando.
- O que está acontecendo? - Charles me olhava com os olhos semiabertos e tinha a voz sonolenta.
- Meu pai disse que preciso ir mais cedo hoje. - respondo colocando o livro no lugar novamente - Volta a dormir, ainda está cedo.
- Não, eu te levo. - e essa fala desencadeou uma leve discussão sobre a necessidade ou não de ele me levar.
Por fim, fui vencida e eu estava no passageiro da Ferrari preta de Charles, tentando pensar em algum motivo do porquê do meu pai me querer tão cedo no paddock.
Ao chegar na frente do QG da Mercedes me dispeso de Charles e vou direto para a sala do chefe de equipe, quando entro, me deparo com George sentando em uma das cadeiras e meu pai de braços cruzados do outro lado da mesa.
- Ótimo. - Toto fala indicando com a cabeça para que eu sentasse - Pode me explicar isso? - o vejo jogar algumas fotos pela mesa, fotos minhas e de George se beijando em uma noite qualquer, em um jantar muito íntimo para dois amigos e até mesmo na varanda do quarto dele na Austrália - Podem começar a falar.
- Mas não está claro? - minha voz saiu calma e passiva.
- Não começa com graça. - meu pai estava nervoso, mas não sabia se era pelo escândalo de ter fotos de um momento intimo de seu piloto ou pelo fato de a filha dele estar naquelas fotos - O que rola entre vocês?
- Posso te garantir que não é nada sério. - digo fitando George, para que ele também falasse alguma coisa.
- E nem será. - foi o que ele disse, fazendo com que meu pai intercalasse o olhar entre nós dois.
- Pai, é o seguinte: precisávamos arrumar uma maneira de passar nosso tempo livre, acabou rolando e decidimos deixar acontecer. - tentei deixar a minha voz o mais passiva possível - Não temos nada sério e nem vai acontecer. Somos apenas um alívio físico um para o outro.
- Exato. - George concordou comigo - Mas isso não significa que sua filha é apenas uma diversão. Estamos apenas tendo um alívio físico, pois estamos apaixonados por outras pessoas.
- Outras pessoas? - tenho certeza que pai estava totalmente perdido com toda essa história, mas não valia a pena perder nosso precioso tempo tentando explicar.
- Pai, acho que o senhor já entendeu, né? - meu olhar fuzilava George, mas minha voz era de puro desespero, isso devia acabar logo.
- Ok, ok. Só sejam mais discretos, por favor. - eu e George concordamos com a cabeça - Ótimo, está dispensado. - levantamos juntos para podermos sair daquele covil - Russell está dispensado, você fica. - uma careta de descontentamento tomou conta do meu rosto enquanto eu me sentava novamente e George saia pela porta - Você não podia se interessar por alguém que não fosse um piloto?
- Está no meu sangue, perdão. - o olhar de meu pai penetrou meu corpo e o senti queimar - Qual é pai? Me deixe divertir. Passei quatro anos focada nos estudos, agora eu preciso de diversão.
- Só toma cuidado. - sua voz já estava mais calma - Não quero ter um neto agora.
- Pelo amor de Deus, pai. Sou maluca, mas nem tanto assim. - nós dois rimos juntos, me deixando aliviada novamente.
Segui em direção à minha sala depois de me despedir do meu pai e, para minha surpresa, quando entro nela vejo uma silhueta esguia a minha espera, sentado no sofá.
- Achei que precisávamos tomar mais cuidado. - disse assim que me sentei em seu colo e suas mãos foram de encontro a minha cintura.
- Espero que sua sala seja segura. - George disse e logo depois começou a depositar pequenos beijos pelo meu pescoço, ele adorava fazer isso antes de tomar a minha boca e me fazer ficar recuperando o fôlego por uns cinco minutos.
Estávamos prestes a dar continuidade no nosso momento, mas fomos interrompidos por batidas na porta. Levantei me ajeitando, enquanto George se levantou para disfarçar, pegando um café.
- Preciso de ajuda. - Daniel invade minha sala, se jogando no sofá - Atrapalhei? - perguntou aos risos olhando diretamente para o volume entre as pernas de George.
- Um pouco. - George disse me entregando uma xícara de café e se sentando.
- Não ligo. - o australiano disse voltando seu olhar para mim - Heidi vai vir assistir a corrida, o que eu faço?
- Chama ela para sair, simples. - minha resposta saiu seca, arrancando uma risada de George - Mas sem eu e Charles dessa vez. Só vocês.
- Nem pensar. - Daniel parecia desesperado com a ideia de ter um encontro com Heidi.
- Cara, se você gosta dela, chama logo para sair. - George disse, como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.
- Vocês não tem moral para falar nada. - Daniel estava furioso - Ficam se escondendo um no outro, quando na verdade têm medo de realmente ir atrás de quem realmente estão apaixonados.
- Lição de moral agora não. - disse me jogando no sofá ao seu lado - Mas George tem razão, chama ela para sair e arrisque.
Finalmente, depois de longos minutos, consegui convencer Daniel de chamar Heidi para um encontro e aquilo me causou muita agitação e felicidade. Finalmente esses dois iriam sair e eu ganharia a aposta com Charles.
A corrida já estava nas suas últimas voltas e estava decida. Charles iria ganhar pela primeira vez em casa e isso estava me causando ondas de felicidade. Me desloquei para o ponto de encontro dos pilotos, junto com a minha equipe, já que Lewis havia conquistado a segunda colocação.
Charles chegou e posicionou seu carro no lugar de campeão, o observei sair dele e correr em direção à sua equipe, dando um mergulho e gritando junto com todos. Após sair do mar vermelho, nossos olhos se encontraram e o vi vindo em minha direção, seus braços encontram minha cintura, enquanto minhas mãos foram em direção aos seus ombros.
- Você merece tudo isso. - falei ao pé do seu ouvido - Você é o meu piloto favorito e isso é só o começo.
- Seu piloto favorito? - Charles retribuiu no mesmo tom.
- Não conta pra ninguém. - minha voz saiu leve e com uma pequena risada - Eu te amo. - soltei sem pensar e meu corpo paralisou, vi Charles se afastar um pouco e grudar nossas testas, cravando aqueles olhos verdes nos meus.
- Eu também te amo, Emilly. - suas palavras penetraram meus corpo e acertaram direto no meu coração, me aquecendo por inteira.
- Vai lá buscar seu troféu, champion. - disse me afastando de Charles e sentindo a falta de suas mãos em minha cintura imediatamente.
O vi se afastando aos pouco, sem desviar o olhar dele e, antes que ele sumisse na multidão, o vi sorrir para mim.
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Second Chance
FanfictionUma amizade de infância pode se tornar um grande amor? Charles e Emilly se conhecem desde os 10 anos de idade, sempre foram grudados e foram obrigados a se separar quando a vida adulta bateu na porta de ambos. Emilly foi para a faculdade e Charles s...