Capítulo 16 - Ibiza (Espanha)

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Charles

Era o segundo dia de viagem e estávamos todos tomando café da manhã enquanto ríamos de Emi e Daniel, que estavam imitando ondas do mar para ilustrar como era dormir em um iate.

- O que acham de uma quiz? - Daniel soltou assim que terminamos de tomar nosso café.

- Com torta na cara e tudo? - Pierre estava animado com ideia, já que era o único que tinha se levantado.

- Com certeza. - Max respondeu e também se levantou.

- Quem ganhar leva o que? - perguntei também me levantando.

- Maturidade. - todos nós viramos para Emi, que estava se escondendo atrás do seu copo de suco de laranja - Estão me olhando o que? - a olhei confusa e esperei que continuasse - Vão pegar as tortas.

Após chegarmos com todas as coisas prontas, começamos com a brincadeira e, como combinado, todos os meninos fizeram um acordo para deixar Emi toda melada de torta.

O jogo era basicamente respondermos sobre coisas de Fórmula 1, pois era o que todos ali viviam diariamente. Mas aquilo se transformou em um "Eu Nunca", que acabou saindo de controle e quase todo mundo estava com torta em lugares inimagináveis.

- Olha, vocês estavam nesse complo ou foram só os meninos? - Emi perguntou enquanto esperávamos ter banheiros livres.

- Só os meninos. - Kelly respondeu aos risos.

- Eu vou matar eles. - Emi falou com tanto ódio na voz que até eu acreditei que ela faria alguma coisa.

Após alguns minutos, dois banheiros haviam sido liberados e fui junto com Emi. Estávamos divindo o mesmo quarto e os banheiros livres eram bem ao lado dele.

Ao terminar meu longo banho, fui diretamente para meu quarto, mas me deparei com Emi só de toalha.

- Oh mon dieu, je suis désolé. - disse assim que a vi virar parar mim.

- Tudo bem, monegasco. Só me joga uma blusa. - sua voz era tranquila e suave, com um leve sorriso no fundo.

A primeira coisa que vi foi minha blusa da Ferrari e joguei para ela aos risos. Sua cara foi inconfundível, mas mesmo assim, a vi vestir, revirando os olhos.

- Achei muito engraçado, bonito. - a vi se aproximar para poder passar, mas o quarto era pequeno demais para nós dois.

Tentei dar espaço, mas ficamos presos entre um armário e a parede. Paralisamos naquela posição, os corpos colados e os olhos grudados um nos do outro. A vi se esforçar para sair daquela posição, mas, por algum motivo, eu queria me manter nessa situação.

- Eu não posso mais fazer isso. - minha boca foi mais rápida que meus pensamentos, me pegando de surpresa, tanto quanto pegou Emi.

- Não pode mais fazer o que? - sua voz estava baixa e seus olhos continuavam grudados nos meus.

- Fingir ser seu amigo. - posicionei minha mão em sua cintura, fazendo-a se aproximar - Eu não paro de pensar em você, Emilly. Você pensa em mim? - minha voz saiu mais baixa que o esperado, talvez pelo medo de não ter a resposta que queria.

- Mais do que o normal. - seus olhos desviaram dos meus - Eu penso em você a cada instante, Charles.

A vi sorrir levemente e nossas bocas começaram a se aproximar, até que se tocaram. Uma explosão de sentimentos tomou conta do meu corpo, nossos corpos estavam grudados e o beijo intenso e profundo.

Posicionei minha mão na lateral do seu pescoço, deixando com que meu dedão estivesse em contanto constante com seu rosto e os restante dos dedos se encontravam em sua nuca.

Emi afundava sua língua cada vez na minha boca, enquanto suas mãos agarravam meu pescoço e passeavam pelas minhas costas.

- Por que demoramos tanto para fazer isso? - perguntei ofegante, dando uma pausa no beijo que se tornava cada vez mais intenso.

- Porque somos dois idiotas que sempre fugiram do amor. - Emi respondeu e sorriu abertamente, me empurrando para a cama atrás de nós - Mas, como tivemos coragem de começar, não vamos para agora, né? - seu olhar se concentrou nos meus olhos e pude enxergar de longe o seu desejo e o que realmente queria.

- Não imaginei que nossa primeira vez seria em um iate. - falei a puxando pela cintura e fazendo-a sentar em meu colo, posicionando suas pernas na lateral das minhas.

- Tecnicamente, não é a nossa primeira vez. - a loira disse depositando beijos, iniciando pelo pescoço e chegando até a minha boca.

- Aaaa... - falei desgrudando nossas bocas e recebendo um gemido de reprovação em troca - Aquela noite foi um desastre, ainda bem que você foi embora logo de manhã. 

- Realmente foi um desastre. - sua risada acertou a boca do meu estomago em cheio e, por algum motivo, aquilo me despertou e tomei sua boca novamente.

O beijo se tornou mais quente e, consequentemente, as caricias se tornaram mais profundas e a sentir agarrar a beira da minha blusa, começando a tirar a mesma.

Estávamos ofegantes e desesperados em ter nossos corpos nus se tocando. Não demoramos muito para estarmos do jeito que desejávamos, quando escutamos alguém bater na portar, fazendo Emi soltar um "merda" em tom baixo.

- Charles? - era a voz de Daneil atrás da porta - Onde está seu carregador?

- Na mesa da parte de dentro. - respondei as expressas e tentando manter a voz normal, enquanto Emi continuava depositando beijos pelo meu corpo.

- Thanks. - Daniel respondeu com uma alegria contagiante na voz - Você viu a Emi? - neguei aos risos e quando tive certeza de que ele estava longe do quarto, tomei a nuca de Emi, fazendo-a olhar nos meus olhos.

- Não quer desistir agora, né? - seu olhar intercalava ,entre meus olhos e minha boca, que esboçava um pequeno sorriso.

Eu não disse nada, apenas voltei a beijá-la mudando a posição que estávamos. Me mantive por cima dela, enquanto depositava uma trilha de beijos até a sua intimidade, que aclamava pelo meu toque.

Antes de iniciar qualquer coisa, a olhei, pedindo permissão e sua resposta foi agarrar meus cabelos e pressionar meu rosto. A senti contorcer e pedir por mais a cada segundo que afundava cada vez mais minha língua nela.

- Por favor, me tome por inteiro. - e isso foi o suficiente para eu subir e conectar nossos corpos.

A sensação de tê-la completamente para mim, e ter me entregado por inteiro para ela, era incomparável. Nossa conexão sempre foi diferente, profunda e me causava muitos sentimos. Mas isso, esse momento, só me deu mais certeza de que eu sempre fui apaixonado por essa mulher.

Nossos movimentos eram precisos, calmos, necessitados e de pura luxúria. Nossas respirações e gemidos estavam sincronizados, se perdiam um no outro e se tornaram um só. Meus movimentos estavam cada vez mais firmes e doloridos, sabia que estava chegando ao ápice e à olhei, percebendo que também estava alcançando o seu ponto G do momento. E, juntos, alcançamos o nirvana e no mesmo instante senti seus lábios tocarem os meus, abafando nossos gritos de alívio.

- Acho que não consigo mais ficar sem isso. - confessei me deitando ao seu lado, ofegante e completamente suado.

- Por mim tudo bem, não vou reclamar de ter isso sempre. - Emi falou posicionando sua cabeça em meu peito, mas sem desviar seus olhos do meu.

- Muito cedo para um pedido de na...

- Ei. - a loira me interrompeu tapando minha boca com sua mão - Sem pressa, lindo. Vamos viver isso como deve ser vivido. - seu lábios tocaram os meus uma última vez antes de levantar e vestir sua roupa.

- Olha, eu não me importaria de deixar isso em segredo. - falei enquanto caçava minha cueca que havia se perdido naquele quarto minúsculo.

- Você não acha nem a sua cueca. - Emi respondeu jogando-a para mim ao risos - Eu amo esse lance de romance as escondidas, ainda mais quando estamos em equipes rivais.

- Seu pai vai me matar. - falei e a vi rir antes que ela pudesse sair do quarto e sumir de vista.

Fique deitado na cama, tentando acreditar em tudo que tinha acontecido e não pude evitar o sorriso idiota que estava se formando em meu rosto.

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