Jiensoo - Killing stalking

Capítulo 11

  — Srta. Oh, espero não estar atrapalhando nada.

  — Não está.

  Seungbae levanta a cabeça e endireita a coluna. Foca tanto em Jiensoo que quase não percebe Yoon Bum os observando da porta da cozinha, com um pano de prato nas mãos. Ele está com um ar cansado e confuso. Assim que seus olhares se encontram, Bum o desvia e se esconde na cozinha. Era como se ele não existisse.

  — Ah, bom, apenas espere eu pegar meu casaco. Quer esperar na sala? — Jiensoo aperta as unhas contra as palmas da mão, censurando-se por aquela pergunta estúpida. Por favor, não aceite.

  — Não precisa. Eu espero aqui mesmo.

  Jiensoo suspirou aliviada. Assentiu para ele e se virou para a escada, seguindo até a mesma. Talvez ela não tenha notado Seungbae observando Bum. O delegado permanece parado à porta, dando uma última espiada na cozinha. Bum não apareceu novamente.

  Jiensoo se inclinou para ver seu rosto nos poucos cacos restantes do espelho. Passou um pouco de pó para aliviar a aparência caótica e penteou o cabelo com os dedos. Respirou fundo antes de sorrir para o espelho. Já não estava tão ruim. Estava apresentável o suficiente para não ser confundida com um zumbi. Jiensoo pegou seu casaco no armário e o encarou por um momento, desejando que algum dos monstros que ela temia quando pequena a engolisse neste instante. Isso não aconteceu. Ela suspirou e andou até a porta do quarto, preparando-se para ser engolida por um outro monstro. Dessa vez, ele era real.

  — Bom, sobre o que quer conversar? Estamos aqui por isso, afinal.

  Seungbae concorda, fechando a porta do carro e olhando para a delegacia. Para a porta de vidro, mais especificamente. Ele retorna a olhar para ela. 

  — Posso fazer uma pergunta antes?

  Jiensoo franze o cenho.

  — Talvez.

  — Quem era o homem na cozinha?

  Puta. Merda. Jiensoo esquecera de Bum por um momento.

  — Ah, ele é min...

  Não. Bum não poderia receber o título de "mãe" na frente de outros. Mas, se não era mãe, o que Bum era? Jiensoo nunca parou para pensar nisso. O que ela diria de Bum para os outros? Primo? Tio? Amigo de seu pai?

  Foi então que Jiensoo percebeu. Ninguém sabia da existência de Yoon Bum. Tirando, claro, o policial ao seu lado.

  Ei, espera. Seungbae já não conhecera Bum antes? Isso era uma pegadinha?

  — O que isso tem a ver com o assunto aqui?

  Seungbae limpa a garganta novamente.

  — Bom, tudo bem se não quiser responder. Foi uma pergunta informal, de qualquer forma.

  Jiensoo desviou o olhar de Seungbae para uma árvore na rua. Ele caminhou em direção a entrada da delegacia, olhando para trás para certificar-se de que Jiensoo o seguiria. Ela engoliu em seco e entrou junto com ele, sentindo um peso cair sobre seu corpo. Havia um casal lá. Eles deviam ter por volta de cinquenta ou sessenta anos e ambos eram acima do peso. A mulher tinha cabelo preto liso e curto acima dos ombros e estava com as duas mãos sobre o rosto enquanto chorava. O marido tinha um cabelo ralo e grisalho, uma barba mais escura e curta e gritava com um policial jovem de cabelo castanho-claro, apontando um dedo diante do rosto sardento dele.

  — Querido... por favor...  

  — Seu bastardo — rosnou o homem para o policial. — Seu bastardo mentiroso! Você está dizendo mentiras!