Capítulo 7

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  – Aqui, senhor, seu café.

  Um rapaz jovem com cabelo castanho claro colocou um pequeno copo com café na mesa de Seungbae, que desviou o olhar da tela do computador para a bebida. Fumaça era expelida pelo café quente e o cheiro invadia as narinas do delegado.

  – Obrigado – agradeceu, tomando um gole da bebida. – Está muito bom. Bom trabalho.

  O rapaz sorriu.

  – Obrigado, senhor.

  O rapaz fez uma reverência apressada e correu de volta a sua cadeira. Seungbae o seguiu com os olhos, sorrindo, depois voltou a olhar o monitor. Desde a madrugada, ele olhava as redes sociais de Jun-seo, procurando alguma pista de quem o levara a ser enterrado naquela floresta. Não era algo simples, afinal, ele aparentava ser popular, totalizando quase seis mil seguidores. Seu instagram contava com quatrocentas publicações e seu twitter com quatro mil, duzentos e sessenta e cinco twittes. Ao menos seu facebook tinha apenas vinte.

  Vinte publicações com mais de dois anos.

  Seungbae se afastou do monitor por um momento, observando as últimas fotos de Jun-seo no instagram: ele sentado em um muro, de costas para o mar; ele em festas, bebendo; ele com um cachorro; um prato de churrasco coreano; ele com amigos em uma formatura. Jun-seo era bonito, cabelos negros, rosto definido, ombros largos. Por que alguém o mataria?

  Correndo os olhos entre as publicações, o prato foi o que mais chamou a atenção de Seungbae. Ele clicou em cima da foto com o mouse e uma janela se abriu. Passando as imagens para o lado, foi perceptível que Jun-seo estava em um encontro. Eram três fotos: o prato, duas taças do que aparentava ser vinho e ele com uma garota de pele clara, porém levemente bronzeada. Os cabelos dela eram castanho escuro e caíam sobre os ombros e sua franja era cortada um pouco acima das sobrancelhas grossas. Seus olhos eram levemente azulados e seus dentes, perfeitos.

  Seungbae admitiu: ela era bonita. Mas, não importava o quão bonita fosse, aquele fora o último encontro de Jun-seo. Ao menos fora isso que o delegado concluiu, afinal, alguém com a vida tão pública com certeza registraria seu próximo encontro e não havia mais nenhum registro do tipo. Seungbae abriu a legenda da publicação:

"Te darei girassóis, @ohsun.jiin"

  O delegado arrastou o mouse até a menção e clicou, então uma nova página se abriu. O perfil da garota carregou e tinha apenas cinco publicações. Também aparentava ser popular, cerca de mil e quatrocentos seguidores. Na bio, o nome e a idade dela eram revelados: Oh Jiensoo/16 anos. Era um nome diferente, um nome que ele nunca tinha visto antes. Ainda assim, Seungbae achou aquilo familiar. Aliás, o rosto dela era familiar, apenas lhe faltava memória para se lembrar de onde a reconhecia. Ele passou as publicações do perfil de Jiensoo, observando-as, e encontrou em um dos destaques o título "family". Entrou, procurando descobrir de onde era aquele rosto e, por um momento, congelou ao ver as fotos.
 
  A garota era filha de Oh Sangwoo.

                               *

  – Eu quero um advogado – disse assim que a porta se abriu.

  Jiensoo estava sentada na sala de interrogatório com as mãos sobre a mesa. Estava ansiosa, mas tentava se manter tranquila. Não podia estar nervosa demais, isso a entregaria, mas também não poderia ficar calma demais, significaria que estava se forçando a não demonstrar nada. Isso a entregaria.

  – Por que deseja um? São somente algumas perguntas.

  Seungbae fechou a porta atrás de si e caminhou até a cadeira, puxando-a e se sentando de lado, o cotovelo apoiado na mesa. Ele segurava e lia alguns papéis.

Jiensoo - Killing stalking Onde histórias criam vida. Descubra agora