Capítulo 14

91 6 9
                                    

  — Srta. Jee-hye?

  O sinal já havia batido faziam alguns minutos. Os estudantes já haviam saído para o seu horário de almoço. O sol que entrava pelas janelas começava a ser tapado pelas cortinas vermelhas. Jee-hye levantou a cabeça na direção da voz.

  — Sim, sr. Bae.

  — Não vai almoçar? O sinal já tocou.

  Jee-hye baixou os olhos, suspirando.

  — Não tenho fome. Não se preocupe.

  Choin Bae balançou a cabeça, fechando as próximas cortinas com o auxílio de uma vareta longa. Sem se virar para Jee-hye, prosseguiu:

  — Isso é algum tipo de dieta?

  Jee-hye balançou a cabeça levemente, mas não disse nada. Permaneceu parada enquanto Choin Bae fechava a última cortina, que acabou causando um estalo alto. Ele bateu com a vareta no chão.

  — O que houve? Esteve tão quieta na aula de hoje. Geralmente você é mais participativa. 

  Jee-hye suspirou.

  — Não estou muito bem hoje. Tentarei ser melhor na próxima, sr. Bae. Desculpe por isso.

  Bae se virou, andando lentamente até Jee-hye. Puxou a cadeira em frente a ela e sentou-se. 

  — Não, não. Está tudo bem, viu? Eu entendo. Não é sempre que estamos a fim de participar de aulas chatas.

  — Não, senhor. Sua aula não é chata. É que... você já deve saber.

  Ele franziu o cenho.

  — Ah, sim, está falando de Ryu-suck. Como pude esquecer? — disse, dando um tapa na testa. — Nenhuma notícia dele ainda?

  Jee-hye fez que não. Sentiu seus olhos se molharem um bocado. Sentir demais era um de seus defeitos, segundo Jiensoo.

  — Ah, srta. Jee-Hye, eu sinto muito por isso. Deve ser algo realmente difícil. 

  Ela concordou em silêncio, mordendo o lábio. Alguns minutos se seguiram, sendo possível ouvir somente sons vindos dos corredores. Pessoas conversando, tagarelando, andando de um lado para o outro. Talvez fosse inaudível a conversa de dentro da sala.

  — Vocês eram muito próximos? Ele não é dessa turma, certo?

  Jee-hye assente.

  — Ele é do andar de cima. Não me lembro se é do segundo ano, na verdade. Ele sempre estava na sala de estudos lendo sobre alguma coisa. Nós não éramos tão próximos, mas ele era... é meu amigo, entende?

   — Entendo, claro que entendo. Deve ser realmente difícil essa dúvida. Ele está desaparecido, sequer sabemos se ele está vivo...

  Jee-hye soltou uma exclamação. Seus olhos se arregalaram. Ela levou a mão a boca.

  — O quê? Não, não foi isso que eu quis dizer, Jee-hye. Espere, espere! Eu sinto muito, não quis insinuar nada. Apenas pensei que isso poderia ser ruim — ele pôs a mão no ombro dela, apertando-o. — Não me leve a mal, ok? Tenho certeza de que ele está vivo. Ele aparecerá logo!

  Jee-hye sentiu um arrepio correr por seu corpo com o toque de Choin Bae. Enquanto ele tentava parecer esperançoso, Jee-hye acabou perdendo a postura. Lágrimas correram pelo seu rosto e ela mordeu o lábio para abafar os sons. Usou a palma da mão para secá-las. O professor limpou a garganta.

  — Ei, por favor, não chore. Não precisa chorar. Você é uma garota bonita demais para isso — brincou, arrancando uma risadinha de Jee-hye.

  Ela corou, sentindo-se surpresa. Olhou para ele. O choro havia cedido. Talvez isso não fosse o mais importante agora, mas ela teve de perguntar:

Jiensoo - Killing stalking Onde histórias criam vida. Descubra agora