Capítulo 13

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  Enfim era sábado. A semana finalmente se encerrara. Por um momento, pareceu que nunca acabaria. Entretanto, o cheiro doce que as manhãs traziam frequentemente durante a infância haviam voltado. O dia parecia mais iluminado — apesar de estar nublado lá fora —, mais quente, mais aconchegante, até. Era como uma sensação de alívio depois de uma tragédia.

Na verdade, era literalmente isso.

Jiensoo acordara bem-humorada, quase rodopiando. Há quanto tempo não tinha uma noite de sono tão... completa? Puxa, soníferos eram maravilhosos. Quanto custaria manter uma rotina de remédios para dormir?

Ah, ela se sentia tão revigorada e disposta. O dia parecia perfeito. Talvez até demais. Sentiu até vontade de organizar sua cama, deixando-a um reflexo de seu humor. Poderia ser o seu quarto, mas sua mãe (e ela) já haviam o arrumado por esta semana.

Desceu as escadas de pulinho em pulinho, ainda usando o mesmo pijama preto. Entrou na cozinha, cantarolando uma melodia desconhecida enquanto separava algumas tigelas. Queria fazer um café matinal farto, com sucos, pães, chás, frutas, bolinhos e ovos. Sim, ela definitivamente sentia-se viva. Que se danem os problemas. Hoje o dia será perfeito.

Cerca de uma hora e meia depois, ela estava montando a mesa. Colocara dois pratos, dois copos, dois pares de garfos e facas. Colocou um prato com seis bolinhos de chocolate no centro da mesa. Eles tinham cobertura e recheio de baunilha. Ah, sim, e eram do mercado. Estavam perdidos no armário, mas ainda dentro da validade. Jiensoo colocou metade de um ovo mexido em cada prato, junto com quatro fatias de torrada. Colocou uma caneca de chocolate quente e uma jarra de suco na mesa. Não foi o que ela planejara, mas pelo menos estava atraente. Infelizmente, as frutas haviam acabado.

Jiensoo sentiu-se uma tonta por isso, mas passou no banheiro para arrumar a aparência. Penteou os cabelos, passou um pouco de perfume e de pó compacto. Por mais que não tivesse feito nada exorbitante, sentia-se bonita. Sorriu para o espelho enquanto colocava o cabelo sobre os ombros.

— Não está tão ruim.

Jiensoo saiu do banheiro, saltitando até o quarto ao lado. Abriu a porta do armário, logo em seguida abrindo o alçapão e descendo as escadas até o porão. Aproximou-se de Ryu-suck e se ajoelhou, pondo de lado os cabelos caídos na testa o garoto.

— Hey, bom dia... — chamou, a voz doce como nunca.

Ele não respondeu.

— Eu sei que você está acordado. Vamos, fale comigo.

Jiensoo passou o dedão pela bochecha suada de Ryu-suck, acariciando-a. Ele soltou um gemido de dor. Contorceu-se, causando uma sinfonia metálica.

— O... que... — fora tudo que Ryu-suck conseguira falar.

— Venha comigo. Eu vou cuidar de você — Jiensoo sorriu, fingindo não notar o olhar assustado de Ryu.

Delicadamente ela abriu as algemas que o prendiam ao poste. Colocou as mãos dele para frente, hesitando ao notar os machucados ao redor dos pulsos. Tocou-os por um momento, ouvindo mais gemidos de dor. Suspirou e prendeu as mãos dele na frente do corpo, deixando-o livre da barra. Abriu o cadeado que prendia as correntes nos tornozelos e voltou a acariciar o rosto dele. Sorriu gentilmente antes de se levantar.

— Vamos, me dê suas mãos.

Hesitante, Ryu-suck obedeceu. Jiensoo o ajudou a levantar, segurando-o quando ele caiu por cima dela. O cheiro de suor e mijo que desprendia de seu corpo ardia as narinas. O banho com as toalhas noite passada não deu muito resultado. Lentamente, Jiensoo o ajudou a subir as escadas e caminhar até o banheiro, onde o colocou sentado no chão. Retirou suas roupas, corando levemente ao deixá-lo somente de cueca. Não, aquele não era o momento para isso. Ryu-suck estava apático, parecendo um doente mental.

Jiensoo - Killing stalking Onde histórias criam vida. Descubra agora