Capítulo 2

138 8 1
                                    

Yoon Bum estava estourando em dor de cabeça.

Depois de algumas horas organizando os quartos, decidira fazer uma pausa. Acabou dormindo por um minuto, e quando acordou, a dor começou.

Já era por volta de seis da tarde, e a casa — por sorte — estava silenciosa. Sangwoo ainda não havia saído do porão, e Jiensoo estava trancada em seu quarto. Mais cedo ela havia demonstrado estar irritada com algo, e Yoon Bum achou melhor evitar qualquer contato. Jiensoo ainda assim era parecida com seu pai, então ele tinha medo.

O garoto se encolheu e pressionou as têmporas com as palmas das mãos. A dor começava a se tornar insuportável.

— Por que dói tanto?

— O que que dói?

Bum levantou a cabeça e enxergou Sangwoo.

— Você está com dor? Onde dói? — Perguntou novamente.

— A minha cabeça — respondeu Bum hesitantemente.

— A sua cabeça? — repetiu enquanto contornava a mesa. — E você já tomou algo?

Yoon Bum fez que não com a cabeça.

— Certo — Sangwoo foi até um armário e pegou um remédio. —, tome isso daqui. Descanse um pouco. Vai te fazer se sentir melhor.

O garoto permaneceu calado enquanto pegava o remédio que o parceiro entregava. Ele observava enquanto o outro enchia um copo com água.

Queria fazer perguntas. Queria saber por que ele estava irritado mais cedo. Queria saber o que irritou Jiensoo. Queria saber como Sangwoo estava agora.

Mas também não queria que Sangwoo se irritasse de novo. Não queria que ele gritasse. Então optou pelo silêncio.

Após tomar o remédio, Bum apoiou o copo na mesa e encarou o chão.

— Vá para o quarto — Sangwoo acariciou delicadamente o cabelo de Bum —, prometo que já irei também — e então saiu da cozinha.

Yoon Bum espiou pelo portal e o viu entrar no banheiro.

E o silêncio dominou novamente.

O garoto respirou fundo e se levantou. Sua cabeça latejava. Obedecendo a ordem de Sangwoo, seguiu para o quarto. O caminho parecia longo diante da dor.

Ao chegar no último degrau da escada, Yoon Bum viu uma mulher pelo canto do olho. Instantaneamente virou a cabeça na direção dela, mas não havia ninguém lá.

Não era o que costumava fazer, mas ele tentou ignorar. A dor devia ter causado isso.

Bum continuou seu caminho até o quarto. Seu coração batia mais rápido. Apesar de tudo, ignorar era algo que ele não iria conseguir fazer.

Por mais que vultos e alucinações fossem comuns para ele, ainda o assustavam. Sua paranoia acabava o fazendo surtar. Certa vez ele fez Jiensoo procurar na casa inteira por um homem que ele jurava ter visto atravessando o corredor. Acontece que a casa estava vazia. Apenas ele e a filha estavam lá. Todas as portas e janelas estavam trancadas. Era impossível ter alguém além deles na casa.

— Se está assim tão preocupado, fale para o papai — Jiensoo largou o taco de beisebol no chão e cruzou os braços. — Eu já disse que não tem ninguém nesta casa. Quando papai voltar, diga a ele para que cace o "invasor".

Nessa época Jiensoo lhe causava menos medo. Era apenas uma garota de dez anos. Era menos explosiva e mais brincalhona, idolatrava o pai e sempre fazia questão de alegrar a mãe.

Jiensoo - Killing stalking Onde histórias criam vida. Descubra agora