Capítulo 12

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    Ryu-suck ainda dormia. Estava suado e quente. Jiensoo sentiu-se levemente deprimida ao observá-lo daquele modo: torto, sujo com a própria urina e com baba escorrendo pelo canto da boca. Era até desconfortável, parando para pensar. Jiensoo só queria ter a companhia do Ryu-suck divertido e gentil de antes. Agora, em sua frente, só restava uma carcaça deprimente e vazia.

  "Ele ainda está dormindo. Tenha calma."

  Jiensoo tentara ir até lá para esquecer Seungbae. Esquecer de Jun-seo. Esquecer de Jee-hye. De certa forma, funcionara. Não do jeito que ela queria, mas funcionara.

  Jiensoo fora tomada por angústia e arrependimento e nojo. Nojo de Ryu-suck e toda aquela sujeira e podridão. Isso não fazia sentido. Ela o amava. Não deveria ter nojo de vê-lo vulnerável daquela maneira.

  Ela engatinhou para perto dele, notando sua respiração pesada. O cabelo escuro estava molhado e grudado na testa. Os óculos estavam tortos, e era até um milagre ainda estarem em seu rosto. Os ombros estavam puxados para trás devido as mãos algemadas. O rosto molhado estava encostado no chão frio e sujo. Parecia ser doloroso. 

  — Eu sinto muito. — sussurrou Jiensoo.

  Ela puxou a gola de sua blusa branca — que, por sinal, agora estava manchada e amarelada, até com um pouco de terra — e enxugou cuidadosamente a saliva que escorria. Hesitou por um momento ao notar sua boca tremer. Talvez ele tivesse medo do toque de Jiensoo. Não era isso o que ela queria.

  Delicadamente, Jiensoo pôs Ryu-suck sentado e desabotoou sua blusa. Desceu-a até que ficasse na altura de seus pulsos, já que as algemas impediam que ela fosse retirada por completo. Notou um pequeno corte em sua cintura. Sangue seco o envolvia, encrustado em sua barriga e costas. Jiensoo o tocou, perguntando-se de onde ele havia surgido. Olhou para o rosto de Ryu-suck, observando uma leve expressão dolorida. As mãos dele tremiam. Jiensoo levou a mão à testa dele. Quente. Talvez ele estivesse com febre. Ela se levantou e subiu as escadas do porão, logo em seguida voltando com um balde de água fria e algumas toalhas. Sentou-se novamente de frente para ele, apoiando as coisas ao seu lado. Retirou o óculos de Ryu-suck e o dobrou, colocando-o sobre suas coxas. Molhou uma das toalhas e esfregou delicadamente o rosto do garoto, começando pela testa. Desceu pela bochecha, seguindo pelo pescoço até chegar em seu peito. Era fino, liso e delicado. Pálido, também. Gotas de água escorriam pelo seu abdômen, molhando sua calça. Jiensoo enfiou a toalha no balde novamente e esfregou o sangue seco. Ryu-suck se contorceu, mas pareceu não acordar. Enquanto esfregava a toalha em sua barriga, Jiensoo se deteve acima da abotoadura de sua calça. Engoliu em seco, afastando a toalha e espremendo-a no chão. Apoiou-a na borda do balde e levou as mãos ao cinto dele. Retirou-o e começou a desabotoar sua calça úmida.

  — Pare.

  Jiensoo olhou para cima. A voz grogue de Ryu-suck saiu quase como um sussurro. A cabeça estava caída para trás, apoiada no poste em que suas mãos estavam presas. Seus olhos permaneciam fechados. Parecia ainda estar inconsciente. Ela o ignorou e retomou a desabotoar os botões.

  — Por favor... 

  — Você está mijado. Não posso te deixar desta forma. — explicou Jiensoo, com a voz firme. 

  Ryu-suck soluçou, aparentando ainda estar dormindo. Ela puxou a calça dele até a altura dos tornozelos, onde estavam as outras correntes. Pegou a toalha molhada novamente e esfregou suas coxas, dessa vez com mais força.

  Era uma situação humilhante, de fato. Para os dois. Jiensoo podia sentir seu rosto arder cada vez que tocava Ryu-suck. Ele gemia de dor. Aparentava estar inconsciente novamente. Era melhor assim.

Jiensoo - Killing stalking Onde histórias criam vida. Descubra agora