Prólogo

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Oi.
Sim, estou postando uma história nova, e quem gostou de luar, seja bem vindo.
Esse capítulo é apenas introdução, a fic se passará 90% no POV do Levi.
E me desculpem pelos atrasos, gente, eu tive um mês muito ocupado, mal consegui parar para cagar, quem dirá escrever, essa historia já estava pronta, com roteiro e tudo, então foi fácil só revisar para postar.
Mas liberdade e DQTC estão no meio do caminho, então não vai demorar muito.
Ayanmo: destinado

Boa leitura

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Estou confortável. A pressão contra minhas costas soa como plumas de algodão, mantém meu corpo relaxado e quente enquanto encaro um céu tão azul que é surpreendente. De onde venho, a fumaça das fábricas é tão forte que nada além de cinza pálido pode ser visto no céu da noite. Aqui, estrelas incandescentes brilham tanto que ardem meus olhos, lindas luzes que parecem aumentar cada vez que pisco para elas, me hipnotizando como enormes olhos me avaliando do céu, como se as próprias Deusas, Maria, Rose e Sina estivessem lá em cima, me dando a chance de vislumbrar uma parte de si mesmas.

Como olhos redondos e coloridos enxergando minha alma com calor e felicidade, como se minha vida patética fosse mais do que realmente é, algo em meu âmago espreitando pelas frestas do meu desprezo por mim mesmo, vendo além do homem sem esperança que nasceu e cresceu cercado por demônios se prostituindo, vendo a própria mãe sucumbir a terra e crescendo escondendo a capacidade de controlar magia para fugir do destino.

Será essas as cores dele? Do acaso? Um olho verde e outro dourado, as cores ao redor de pupilas negras, como de um lobo surgindo no céu para me salvar?

Isso é um sonho?

Piscando, eu acordo com o som alto das criaturas despertando para os trabalhos nas fábricas ou no exército, sons misturados ecoam pelos becos escuros e ruas sujas.

Em um desses, bem ao lado de uma saída dos fundos de um bar decadente, eu me encontro deitado, ainda meio bêbado e enjoado com mais uma noite agitada ao qual participei após voltar de mais um campo de batalha sangrento.

O chão treme sob meus pés quando me levanto, o cheiro de fuligem, carvão, sal e sujeira invade minhas narinas com violência, o gosto amargo de bile e álcool misturados deixam minha língua dormente e os anéis prateados em meus dedos pesam como chumbo.

– Noite animada, capitão. – O chão treme mais uma vez quando um dragão de escamas douradas se move para longe do beco, minhas sobrancelhas franzem na direção da criatura de voz feminina, a cabeça pesando com zero lembranças sobre ela. – Até a próxima, gracinha.

Meus olhos ardem com a luz do amanhecer enquanto meu cérebro lento e ainda embriagado faz o favor de ignorar o óbvio flerte da criatura roserínia, se eu não lembro, não fiz, certamente.

Tropeço nas minhas pernas e um bufo divertido escapa sem permissão de meus lábios franzidos e secos quando encontro minha garrafa de sakê deixada a poucos metros do meu corpo desmaiado. Ainda está pela metade quando a pego e o líquido alivia os sintomas da ressaca surgindo lentamente em meus intestinos.

Cambaleando até a entrada do beco, encaro as ruas principais com escárnio, os braços cruzados sobre o peito, a mão segurando firmemente meu santo álcool e os olhos olhando, mas não vendo realmente, cada criatura de Rose começar seu dia como todos os outros.

Quando o universo surgiu, Maria, Rose e Sina deram a luz para o mundo que vivemos hoje, o titã. As Deusas abençoaram um terço do mundo cada, deixando suas sementes para viver e cuidar da criação deixada.

Sina, o país mais brilhante dos três, herdou os diamantes incrustados do coração da deusa, suas criaturas, humanos, bruxas, alquimistas, metamorfos, valquírias e muitos outros são a semelhança de sua criadora, ambiciosos, maliciosos e cruéis, é o reino que possui o maior e mais forte exército.

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