"Amave pro me, pro te et pro nobis" (Eu amei por mim, por você e por nós dois.)
— Autor desconhecido
Aubalith
As coisas na Assíria estavam indo mal, Mardok não conseguia focar em nada, nada que não fosse Kassandra e sua dor. Tomei as rédeas de uma boa parte da situação, mas sem o Imperador parecia que as tropas perderam o moral completamente. Em contrapartida minha Andreyna estava cada dia mais enredada em minha teia de sedução. Nunca pensarias que o meu infortúnio com Serena, aquela vadia ardilosa faria com que a cigana se aproximasse de mim. Eu não era um bom homem, usei a criança para amolecer o coração sofrido de Andreyna e não me arrependo disso.
Nunca forcaria – me em uma mulher, mas desejava – a demais para deixar as coisas a cargo do destino se eu não empurrasse Andreyna ela continuaria fechada em sua concha de dor. E ela seria minha, mas seria minha por vontade própria. Assim que Serena deu a luz tirei dela a criança que a prostituta queria usar como barganha, minha filha ou não, eu não permitiria que a menina fosse exposta aos ardis daquela cobra peçonhenta com a qual eu tive a insanidade de me deitar.
Insano.
Era realmente assim que estava quando bêbado tive a brilhante ideia de afogar as magoas das rejeições de Andreyna naquela boceta imunda. Suspirei sentado em uma das instalações de treinamento espalhadas pelo complexo militar ao redor da Assíria. A cigana cuidava da menina como uma mãe amorosa, e me deleitava que em um futuro ela poderia carregar meu filho em seu ventre. Ao primeiro chorar de Talaitha cortei a cabeça da vagabunda ardilosa que a gerou e entreguei – a aos braços calorosos de Andreyna que a acolheu disposta. Tão disposta que em algumas semanas como mãe da criança, a cigana produziu leite, segundo Ninsina esse evento se deu pelo fato de o corpo Andreyna ter escolhido Talaitha como filha em toda sua plenitude.
Ainda estava acostumando – me a criança, mas o fato dela me lembrar Andreyna de alguma forma fez – me afeiçoar – me a ela rapidamente. Incomodava – me a insistência do meu belo pássaro em não querer ajuda e se dedicar totalmente a criança. Ressentiu – me um pouco no começo, mas Ninsina e Amaranta garantiram que isso passaria. Eu esperava que sim para o bem de todos. Estiquei os dedos das mãos machucados e calejado de tanto treinar, temia pelo futuro da Assíria. A ideia de Mardok sobre a A legião de Nergal incomodava – me, era completamente fora da curva o imperador liderar uma tropa que foi feita para ser de certa forma aniquilada. Além de tudo sentia – me desconfortável com algumas coisas que Aurya disse.
A vagabunda senil falou sobre uma invasão e isso não me parecia algo que a mente burra da Ayra inventaria do ar. Ela ouviu algo e sua mente desprovida de sagacidade não conseguiu unir os fatos. Elif não quer a Assíria, ela quer Mardok, mas Alaha... Alaha, ele queria o poder, queria a coroa e o território. O homem acha que seria melhor imperador, invejou Mardok Uard I, e por tabela inveja o poder do segundo.
Invasão.
Serias Elif tão ousada a ponto de orquestrar uma invasão a capital da Assíria. Uma invasão ao tão protegido e restrito palácio?
Alaha seria tão insano para aceitar algo assim tão arriscado?
Hana, o pai de Elif parece – me apenas um fantoche conveniente para a filha e para os planos de poder de Alaha. Mas quem mais me intrigava nisso tudo era Ador. O homem não parecia – me ter ambições de tomar o poder, ele me era uma incógnita e isso fazia - me irritado. Eu lia as pessoas muito bem, traçava seus perfis e as usava da maneira que me era conveniente, mas Ador em um momento parecia – me uma hiena ambiciosa, em outro um tolo apaixonado. Talvez o fosse os dois.
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Da guerra ao Amor
RandomNo início das guerras, forjado no calor da batalha, sem nenhum tipo de pudor, onde a violência impera e o sangue é mais fácil de ser achado do que água perecerá dois destinos, escolhas surgirão, decisões precipitarão tragédias e onde a vontade de...