Obs.: capítulo não revisado
*Palavras tiradas de um antigo dialeto mesopotâmico
Nuri - cigana
Allat – Deusa
Anat – Pura, inocente
"Ut sementem feceris, ita metes"(Cada um colhe o que planta.)
─ Cícero
Andreyna
Após me despedir da minha querida Sandra fui em direção ao meu destino, encarei o meu algoz de forma séria, temia que estivesse indo para a minha morte, pois não suportaria ter que ser tocada contra a minha vontade novamente. Quando era mais moça fui forçada e subjugada por quem deveria me proteger, meu irmão mais velho não teve piedade e nem remorso. Quando contei aos meus pais fui espancada e desacreditada, fugi sem rumo, e me juntei a um grupo de renegados que poderiam não ter nada, mas tinham honra e dignidade. Vivi com eles vagando durante anos, até que veio a guerra.
A família que achei que finalmente tinha e a vida que estava entrando nos eixos, pois iria me casar com Razor, foi destruída em questão de segundos. Eu ousei pensar que teria filhos, uma vida diferente, ousei sonhar que seria amada e que seria tocada com amor por um homem.
Razor foi decapitado na minha frente, ele resistiu, lutou por nós e pagou com a vida por isso.
Logo depois fui capturada, levada para servir os nobres Assírios, servir o povo que destruiu a minha vida, arrancou meus sonhos e me deixou a deriva. A Kassandra foi o anjo que os Deuses trouxeram para eu cuidar, como não pude fazer com Talaitha, minha jovem irmã. Ao me dirigir para o local indicado logo avistei um homem enorme com uma pequena comitiva acariciando um grande garanhão todo branco, ao que parecia partiríamos agora a noite mesmo. Meu senhor não queria esperar, senti um grande frio na espinha, pois temia que sua agonia em ir embora se devesse a mim ou melhor, ao seu desejo em me possuir. Me aproximei apreensiva.
─ Estás pronta? ─ Encarei – o desconfiada e assenti levemente. O senhor Aubalith não pareceu se importar muito com minha falta de fala. Ele era grande, robusto, talvez um pouco mais baixo que o demoníaco imperador, mas tão intimidador quanto.
─ Irá comigo. ─ Levantei a cabeça rapidamente pelo susto, olhei ao redor e percebi mais três cavaleiros e uma carruagem talvez com algumas servas ou outras amantes dele que era onde eu preferia ir.
─ Sim, meu senhor. ─ Percebi ele satisfeito com a minha concordância. Ele subiu e me puxou colocando – me a sua frente.
─ Não se preocupes, Allat, a viagem é curta logo chegaremos. ─ Fiquei curiosa pelo nome que ele usou para se referir a mim, talvez seja sumério antigo ou alguma variante comum da língua assíria que eu não conhecia. Eu cresci ao redor do império assírio que crescia sem medidas, acabamos o adotando como dialeto comum, com algumas variações.
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Da guerra ao Amor
CasualeNo início das guerras, forjado no calor da batalha, sem nenhum tipo de pudor, onde a violência impera e o sangue é mais fácil de ser achado do que água perecerá dois destinos, escolhas surgirão, decisões precipitarão tragédias e onde a vontade de...