A Guerra

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"Hoc non pereo habebo fortior me"
(O que não me mata me fortalece)

                                    ─ Nietzche


Kassandra

Em meio aos mortos eu corria vi minha família morrer, meu pai, meus irmãos foram assassinados por não se renderem ao inimigo, minha mãe morreu ainda quando era pequena só me restara meu pai e irmãos que agora estavam mortos e tudo por culpa do poder, corri o mais rápido que podia, minhas pernas latejavam, meus olhos nublados pelas lágrimas não enxergavam quase nada a sua frente, simplesmente corria não sabia pra onde ir, só ouvia os gritos de dor, o som das lâminas cortantes dos soldados assírios em suas velozes carruagens, o som horripilante das armaduras rangendo, o som do sofrimento da sua gente que agora perecia diante do poderoso imperador Mardok.
Um banho de sangue. Carnificina. O cheiro de morte exalando trazendo consigo náuseas.

Minha corrida foi abruptamente parada por algo duro e firme, "Oh! Pelos Deuses fui pega" ─ pensei ao olhar a armadura assíria reluzente, sim havia sido pega e agora só restava esperar o meu amargo destino.

─ Ora, ora o que temos aqui, estavas fugindo menina, tens medo de nós? ─ Uma macabra risada cortou o ar fazendo - me prender a respiração de pavor.

─ Respondas o porquê de tanto medo já que viverás melhor como escrava do que estava agora? ─ Tinha um nó na garganta, mas baixei a cabeça e respondi aquele que parecia mais do que apenas um soldado.

─ Sim senhor. ─ Falei assustada em sua língua num sopro de voz.

─ Venha você vai ficar com as outras capturadas e sem gracinhas menina ou não titubearei em corta - lhe o pescoço. ─ Falou enquanto me puxava pelo braço levando - me para uma carroça onde existia uma jaula de ferro, onde estavam várias mulheres presas de guerras, dali parte dos soldados levariam os escravos capturados para Assur capital da Assíria aonde cada um dos presos receberiam funções em troca de comida, eu não era completamente ingênua sabia que a mão de obra escrava era muito utilizada e o seu senhor poderia punir os desobedientes da maneira que lhe achasse melhor.

Minhas costelas doeram pela violência com que fui jogada na jaula, onde estavam tantas mulheres sujas de sangue e assombradas pela tristeza de terem perdido seus entes queridos e por não saberem o que as esperavam, daqui para frente suas vidas mudariam radicalmente.


Mardoc Uard II, Soberano Supremo do Império Assírio

Assur, Capital do Império Assírio

Estávamos de volta em terras Assírias e alguns dos meus generais festejavam, finalmente havíamos conquistado a Babilônia e era só o começo, eu conquistaria o mundo. Todo ser vivente se curvaria a minha glória e os que se negassem sucumbiriam a minha ira.

─ Senhor a batalha foi gloriosa é uma honra ter ao meu lado um guerreiro como o senhor e é uma honra maior ainda tê - lo como imperador. ─ Disse pomposo o meu general Aubalit Shima, um dos mais bravos comandantes das tropas do meu valoroso império e de uma das mais tradicionais famílias assírias, também levava a alcunha de meu primo e o considerava meu parente mais próximo.

─ Vocês sabem que matar e banhar - me no sangue inimigo é um dos meus passatempos favoritos.─ Falei levando o pote cheio de bebida a boca arrancando risadas nervosas, pois sabiam que eu falava a mais pura e cruel das verdades.

─ Lutaram bravamente como verdadeiros e destemidos homens assírios, então chamem as vadias e que a comemoração comece. ─ Levantei a bebida com um sorriso de canto, estava feliz e não escondia isso. Eu, o frio, sádico e cruel Mardok estava feliz como nunca estive antes. Conquistar a Babilônia era o começo bem executado dos meus objetivos de grandeza. Eu seria lembrado, e meu nome protagonizaria cânticos por várias e várias gerações até está terra se desfazer em pó e tudo voltar ao começo. Eu serei o rei dos reis, o imperador que conquistou até onde Assur, Deus Supremo da Assíria pode iluminar e além disso.

Da guerra ao AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora