Sangrei gotas de amor, sobre as rosas despedaçadas do meu amor traído.
— V.G.Oliver
Kassandra
Caminhei apreensiva até a ala do Senhor Aubalith que Andreyna estava residindo. Havia resolvido que era a hora para conhecer a jovem Talaitha, nem a criança nem Andreyna deveriam ser punidas pela minha perda e por minha inabilidade em conseguir superá – la. Zirat estava um pouco sumida do palácio preferindo ficar em uma bela casa na cidade que foi ofertada a família Nimari. Parecia – me que a menina estava se dando muito bem com a família de Rammil, na verdade desconfiava que Zirat andava encontrando – se as escondidas com o jovem pupilo do Senhor Aubalith. Algumas vezes a vi suspirar pelos cantos com um meio sorriso na face jovem.
A invejei um pouco, a forma que o amor deles parecia – me puro e como o Rammil corava quando estava próximo a Zirat, do quanto eles pareciam leais um ao outro. Invejei a reciprocidade. E peguei – me pensando caso eu tivesse tido a oportunidade de apaixonar – me por alguém como Rammil... Teria eu sido feliz? Suspirei com os meus pensamentos vagando para as fendas mais profundas da desolação. Cheguei a pesada porta dos aposentos de Andreyna, os guardas já avisados da minha chegada deram – me passagem rapidamente. Entrei no recinto vendo Andreyna amamentando a filha que seu coração escolheu e mordi meu lábio para reter as lágrimas que vieram – me inoportunas. Poderia ter sido eu a amamentar a minha criança.
Minha Alba.
Engoli em seco e permaneci um tempo razoável contemplando Andreyna alimentar a pequena Talaitha. Estava tão absorta na bela cena a minha frente que não me dei conta que a minha querida amiga falava comigo a algum tempo.
— Kassandra estás bem?
— Irei ficar... Irei ficar. — Disse tentando esboçar um sorriso que parecesse sincero. Eu realmente queria ficar bem, algumas vezes conseguia, mas em outros momentos a dor é a solidão me assolava. Suspirei entrando de uma vez no aposento e sentando – me ao lado de Andreyna. Ainda encarando a pequena que peculiarmente parecia – se com sua mãe adotiva. Cabelos negros e os olhos em um dourado marcante lembravam – me a própria Andreyna.
— Por Sara Kahli, se parece muito a ti, Andreyna. — Minha amiga abriu um sorriso radiante.
— Verdadeiramente achas? — Disse olhando a menina que agora fechava os vívidos olhinhos.
— É uma semelhança notável. — A encarei curiosa. Andreyna notando meu olhar indagativo deu de ombros enquanto explicava - me sobre a origem incerta da pequena Talaitha.
— Não faço ideia quem és sua verdadeira mãe, Aubalith apenas disse – me que a mulher não a queria e que pesarosamente morreu no parto.
— Tu és a mãe verdadeira dessa pequena joia, Andreyna. Tu, não importa se não a carregaste em seu ventre, mirando os teus olhos vejo um amor tão verdadeiro e forte que apenas uma mãe que ama a sua cria com tudo de si podes sentir. És sua. — Vi uma solitária lágrima descer pelo seu rosto.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Da guerra ao Amor
DiversosNo início das guerras, forjado no calor da batalha, sem nenhum tipo de pudor, onde a violência impera e o sangue é mais fácil de ser achado do que água perecerá dois destinos, escolhas surgirão, decisões precipitarão tragédias e onde a vontade de...