Um Dia Até Que Tranquilo.

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A chuva caia fortemente do lado de fora da grande casa dos Kuchiki

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A chuva caia fortemente do lado de fora da grande casa dos Kuchiki. Byakuya estava estava deitado em sua cama justamente olhando para os galhos da grande cerejeira que batiam na vidraça da janela. Seu corpo doía resultado da dolorida noite que teve com seu noivo. Levantando em fim para se vestir, já que o alfa de cabelos castanhos não estava em nenhum lugar da residência, pode respirar um pouco mais aliviado por isso.  

Caminhou a passos lentos para o banheiro e como já estava nu, deixou que a água quente escorresse por sua cabeça passando pelo seu corpo. As gotículas de água estavam o machucando, teria que tomar algum remédio para dor. Havia jurado no leito de seu pai que não desobeceria mais uma ordem, não quebraria mais uma regra, já havia o feito na adolescência e não voltaria a fazer de novo, pois já não era mais um adolescente rebelde. Mesmo que isso custasse a sua felicidade.

Desligando o chuveiro, em fim pegou a toalha e saiu de seu banho indo vestir suas roupas. Seu reflexo no espelho denunciava seu estado com as marcas roxas sobre sua pele, em especial as do pescoço. Vestiu o shihakusho, com o haori de capitão e colocou o cachecol caro ao redor de seu pescoço, depois de secar seus cabelos ajeitou as kenseikans na cabeça. Havia acabado de se vestir e seguiu para o distrito, indo direto para o escritório da sexta divisão. Foi para o seu lugar em frente a mesa e puxou a gaveta mexendo em alguns papeis que estavam por lá. Em seguida a caneta tinteiro foi pega e as primeiras palavras começaram a serem escritas.

— Bom dia, capitão! — disse um eufórico Renji ao atravessar a porta do esquadrão ganhando a atenção do ômega.

Já havia acostumado com o bom humor e a euforia de seu subordinado. Levantando o olhar para ele se deparou com a imagem não tão diferente do mais jovem que tinha seus longos cabelos vermelhos presos em um rabo de cavalo alto com a bandana em torno se sua testa e o shihakusho aberto em seu próprio estilo deixando boa parte do peitoral exposto.

Por muitas da vezes era quase como se nada o abalasse, no longo tempo em que se conheceram sabia que não era uma criatura calma, e sim tinha um temperamento explosivo, teimoso e impaciente que o fazia falhar em seu treino de kido, o qual ele insistia serem os mais chatos.

O que o marcou desde o primeiro dia que se conheceram no bairro de Rokun eram as saudações e o respeito. A princípio havia pensado que todo esse respeito era por estar na presença de seu pai. No entanto, mais tarde toda vez que o encontrava seja a circunstância que fosse o ruivo se direcionava a ele da mesma maneira, até que suas diacomfiancas foram quitadas. E quando ele foi escolhido como tenente sobre sua subordinação fora como se o jovem shinigami tivesse ganhado na loteria.

— Bom dia, Renji! — voltou a escrever o relatório daquela manhã. — Sente-se no seu lugar e comece o relatório. Temos muito trabalho hoje. — A seriedade em sua voz e rosto era um costume, então não era como se ele fosse estranhar a seriedade de seu capitão.

O ruivo faz o que lhe foi pedido dando-lhe um curto sorriso e caminha para a sua mesa. Pegando uma pequena pilha dos papéis ele começou a redjir os relatórios das missões e assinar alguns deles para passar para Byakuya, que como capitão era aquele que dava a assinatura final. Porém, Renji gostava da ação. De estar no campo nem que seja patrulhando, gostava de qualquer coisa que não fosse ficar dentro de um escritório com a cara enterrada em um monte de papeis assinando documentos ou escrevendo relatos sobre as missões. E assim as horas e dias passavam.

Mais um mês se passou e lá estavam eles. Do mesmo jeito, já que os papéis eram intermináveis. Um suspiro entediado deixa os seus lábios e o jovem ajeitou os papéis e desviou os olhos para ver a bela e imponente figura na mesa a frente concentrado em assinar os papéis. E foi então que seu capitão apertava o ombro como se o massageasse. Talvez fosse apenas por causa de já estar há horas escrevendo então resolveu ignorar, embora tenha o fitado pelos cantos dos olhos uma vez ou outra tendo certeza de que era por dor já que aquele ômega era um tanto quanto orgulhoso e não lhe falaria nada.

— Você está bem, capitão? — perguntou o Abarai olhando em direção para o Kuchiki que parou de escrever no mesmo instante.

Byakuya arregalou os olhos pela surpresa, mas rapidamente os fechou ignorando por hora seu comandado e assim afastou a mão que nem notou estar em seu ombro olhando para ela em alguns minutos. A seriedade ainda estava em seu rosto e o jovem não pode ver certa tristeza e preocupação do seu superior enquanto olhava para a sua esquerda.

— Não é nada, Renji. Volte ao trabalho! — respondeu o capitão terminando o penúltimo relatório que tinha a ser feito naquele dia.

— Capitão... — o ruivo colocou seus olhos nele mais uma vez agora estando preocupado, vendo-o levantar de onde estava.

Abarai não ficou atrás, e quando Byakuya passou por ele, ainda que o nobre mantesse seus olhos fechados parou em determinado momento. Abriu a porta e se virou para o tenente mantendo a seriedade de seu rosto sem vacilar um segundo.

— Termine os relatórios, Renji. Estou saindo agora, mas volto ainda hoje. — atravessou a porta e a fechou logo atrás de si.

O ruivo ficou olhando para onde antes Kuchiki estava e sem querer ou saber o porquê, um suspiro deixou os seus lábios. Isso o fez lembrar de alguns anos atrás quando o pai dele, o Lorde Soujun veio falar com ele. Era como se aquele nobre tivesse ido ao Rokungai apenas para escolher ele até chegar nesse momento.

A medida que ia escrevendo não foram essas a última lembrança que teve. Naquela visita, Byakuya estava com ele também. O viu de longe e o admirou desde aquele dia fazendo de tudo para poder ter a chance de trabalhar ao seu lado. E conseguiu, só que algo sobre o mais velho o preocupava. O fato dele estar mais cansado do que deveria e ainda parecendo estar dolorido o incomodava, mas resolveu não pensar nisso e apenas se concentrou em terminar os arquivos.

Estava tão empenhado de terminar antes que Byakuya retornasse, que acabou antes mesmo de perceber que poderia ter feito isso. Agora apenas havia uma jarra com água a sua frente a qual colocava no copo que sua mão esquerda o qual está distraído bebendo. Quase não percebeu que seu capitão atravessava a porta, ele estranhou que o jovem estava parado e iria perguntar o porquê de estar parado com tanta coisa para fazer, até que franziu o cenhi fazendo um curto bico incrédulo.

— Renji! — pronunciou parado no mesmo instante. — Você já terminou? — Ele teve que perguntar para ter certeza.

Não era como se o Abarai não cumprisse com suas tarefas, mas ele sempre demorava a fazer os relatórios por achar aquilo muito chato e tedioso. O capitão ficou nada mais do que surpreso e até orgulhoso por ele já ter terminado, não que ele precisasse saber dessa última.

Taichou! — o tenente falou indignado, mas sorriu em seguida. — Apenas achei que se terminasse teria algo melhor que ficar dentro desse escritório o dia todo. — não era uma completa mentira, embora que adorasse a companhia de seu superior não suportava ficar escrevendo o dia inteiro.

O rosto de Byakuya voltou ao normal com a resposta dada, mas não antes de Renji notar um curto sorriso em seus lábios rosados. Uma raridade que o maior admitia ter gostado bem mais do que deveria.

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Notas da Autora:

E aí pessoal, espero que estejam gostando. No começo é assim mesmo, muita coisa parece não ter sentido mais em breve Hideki começa a aparecer mais e com ele mais sobre o Byakuya ter chegado há esse ponto.

𝐀𝐒 𝐏𝐄́𝐓𝐀𝐋𝐀𝐒 𝐃𝐀 𝐂𝐄𝐑𝐄𝐉𝐄𝐈𝐑𝐀 ¦¦ RenByaOnde histórias criam vida. Descubra agora