Fim De Tarde.

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As vezes eu o observo,
Me pergunto o que se passa
Em sua cabeça...

A boca do capitão da sexta divisão se abriu em um bocejo discreto, seus olhos passavam sobre as palavras escritas de modo formal no relatório em que estava prestes a assinar

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A boca do capitão da sexta divisão se abriu em um bocejo discreto, seus olhos passavam sobre as palavras escritas de modo formal no relatório em que estava prestes a assinar. Aquele documento era pertencente da 11ª divisão, a letra de Zaraki já estava rubricada faltava a sua. Esse papel em específico documentava uma missão que haviam feito em conjunto, os dois capitães e os dois tenentes. Então, não estranhou em ver a assinatura de Yachiru logo abaixo. Um suspiro deixou seus lábios, a medida que as horas se passavam, a vontade de não voltar para casa se apossava de si. Desde que não visse Unohana estaria tudo bem ficar por aqui, Watanabe não podia ir para o distrito das divisões de guardas.

Volta e meia Renji prestava a atenção em seu capitão. Estava preocupado, nunca havia o visto tão pálido e as visíveis marcas ainda o incomodava, marcas roxas que desciam de seu maxilar sumindo no fino cachecol de fios de ouro em tons de verde perolado. Por algum, motivo hoje conseguiu o acompanhar, trabalhando no mesmo ritmo que seu capitão. Estava vendo isso como um mal presságio; um aviso de que algo estava para acontecer.

Quando Byakuya resolveu cortar os cabelos e abdicar das kenseikans respirou aliviado, pensou que seu capitão teria paz já que naquela época ele tinha uma grande responsabilidade pesando em seus ombros. Ele ficou feliz naquele momento. No entanto, nenhum dos dois pensou que o avô dele lhe trariam alguém do clã Watanabe para que se casasse com ele a força. Há muito tempo sabia que ele não estava feliz e não desconfiava que seu nobre superior estivesse sofrendo.

Assim que o moreno terminou de assinar aquele relatório e passou para o tenente, nem notou a velocidade com qual o pegou já que estava perdido em seus próprios pensamentos. Acabou o surpreendendo de modo que seus olhos focaram no seu subordinado de fios rubros. Os lábios semiabertos se fecharam e sua atenção se voltou a janela.

Essa foi a vez do capitão se distrair tomando um leve susto quando o tenente acabou tocando sua mão, sem querer, em busca de outro documento.

— Capitão? — sua atenção em fim foi para o rosto do mais velho e o observou quando esse apenas pegou outro papel da pilha lendo-o com atenção e já o entregando.   

Renji pegou e ainda permaneceu olhando o rosto cansado, mesmo que alguns fios caíssem nas laterais de seu rosto. Sim, fazia um tempo desde que havia visto os fios negros de Byakuya fora de seu haori. Sentia falta de vê-los balançar a cada movimento dado pelo nobre. Seus cabelos estavam maiores do que costumavam ser e mais bonitos.

E assim quando já havia pelo menos quatro documentos e antes que seu capitão se irritasse, voltou o seu serviço e assim seguiu a tarde. O Kuchiki nunca foi de falar e já estava acostumado com o silêncio que imperava na sala. Mas a distração e a insistência de direcionar seus orbes azulados para a porta — mesmo tentando disfarçar — estava-o deixando preocupado.

A fim de acalmá-lo, de forma discreta resolveu lhe preparar um chá de lavanda. Levantou como de costume e pedindo licença para seu superior saiu da sala. Byakuya apenas deu um aceno de cabeça em quanto o outro se curvava em respeito. Não demorando muito como achou que fosse, viu a porta abrir passando por ela Renji com um copo fumegante na mão e caminhando novamente para o lugar colocou-o em frente ao menor.

Os olhos azulados e curiosos repousaram sobre a xícara fumegante olhando para seu interior. A cor era levemente roxa e o cheiro era diferente do damasco ou cidreira, que geralmente era o chá que tomava. Levou o olhar para o rosto de seu jovem subordinado o fitando por alguns segundos antes de falar.

— É um novo chá? — questionou não se lembrando daquela fragrância, embora que a cor lembrasse as pétalas das flores que formavam a bankai de sua tia.

Os olhos de Renji se fixaram nos de seu capitão e um sorriso lhe brotou nos lábios lembrando-se de quando Unohana havia lhe dado um pequeno pacote com pétalas roxas. Ele sabia que aquelas flores eram lavanda, porém não sabia que servia como chá e tão pouco que sua propriedade calmante era mais forte que a camomila.

— Sim, é de lavanda. Cortesia da capitã do quarto esquadrão. — comentou sentando ao lado dele, em seu lugar.

O aroma era maravilhoso e só ele já conseguia relaxar o seu corpo. Ao tomar um gole acabou por dar um suspiro de satisfação em seguida. Tomando tudo em alguns longos minutos, retorna a assinar os documentos que faltavam.

Seu corpo estava sonolento, nem podia culpar o chá que o ruivo lhe trouxe, pois não tinha conseguido fechar os olhos a noite toda. Sua cadeira estava mais agradável e com um braço apoiado no apoio da cadeira acabou por pegar no sono.

Uma batida na porta é escutada e Renji levanta para ver quem é. Seus olhos se deparam com uma pessoa que infelizmente era conhecido como noivo do lorde ômega que era seu capitão. Seus bravos estavam cruzados em frente ao peitoral, por cima do shihakusho preto estava um grande casaco de tecido fino e azul. Aquele homem não era digno de Byakuya Kuchiki.

— Cadê o Byakuya? — ríspido e com o sorriso de canto.

— Meu capitão não está por aqui no momento! — curvou as sobrancelhas e respondeu no mesmo tom rispido

O cheiro característico do Kuchiki e sangue se misturavam nesse homem e seu alfa interno gritou para que pulasse nesse homem e rasgasse sua garganta. Sabia quem ele era e por saber que esse noivado era forçado já o irritava e se chegasse à uma conclusão isso poderia não acabar bem.

— Oh!... — Hideki o olhou. — Vou escolher acreditar em você garoto. — estava desconfiado, mas apenas deu meia volta e se retirou.

Renji fez menção de sair, mas logo voltou para dentro. O moreno ainda ainda parecia dormir quase que tranquilo. Aproximou-se apenas para tirar o incômodo kenseikan e uma mecha de cabelo que estava em seu rosto.

Deixou o adorno do nobre em cima da mesa e admirou seu rosto por meros segundos. Ele era mais que seu capitão e faria de tudo para seguir sua intuição sobre mantê-lo longe daquele momento. Seus pensamentos foram tão longe que nem percebeu quando os olhos dele se abriram deixando-os entreabertos.

— Renji?... — sentiu a ponta dos dedos compridos em seu rosto fazendo um carinho em seu maxilar.

O ruivo piscou os olhos e deu um sorriso amarelo. Nem notou que ainda mantinha os dedos em contato com o rosto dele.

— Capitão Kuchiki me perdoe. Não quis tocá-lo sem sua permissão apenas tirei o kenseikan para não machucá-lo na cabeça. — o Abarai foi sincero e aquele hematoma no seu capitão lhe incomodava.

Byakuya admirou o toque delicado em seu rosto. Aquilo era tudo o que sempre quis. Renji fazia mais por ele do que qualquer um sempre fez era como se o jovem adivinhasse o que ele estava pensando e o que estava pensando.

Seus olhos arderam e para evitar qualquer lágrima mordeu os lábios. O tenente se preocupou com aquela reação e tirou a mão do rosto alheio quando sentiu seu pulso ser agarrado em seguida.

Taichou... — Renji suou frio.

Byakuya ainda ficou em silêncio alguns minutos. Em seguida levou os dedos ao queixo de Renji e se inclinou dando-lhe um beijo na bochecha.

—... — os olhos do ruivo se arregalaram olhando para seu superior.

𝐀𝐒 𝐏𝐄́𝐓𝐀𝐋𝐀𝐒 𝐃𝐀 𝐂𝐄𝐑𝐄𝐉𝐄𝐈𝐑𝐀 ¦¦ RenByaOnde histórias criam vida. Descubra agora