O Tenente Dedicado.

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Fugir é fácil,
Permanecer vivo é difícil...

Os corredores enormes que davam acesso a sexta divisão de guardas estava vazio

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Os corredores enormes que davam acesso a sexta divisão de guardas estava vazio. Eram quatro horas da manhã e o capitão mal havia pregado os olhos e também como poderia? Em seu corpo haviam marcas que já estavam roxas fora as poucas cicatrizes que haviam em seus braços por causa da luta contra o hollow em Karakura.

Vestia o shihakusho e a haori de capitão, os atuais kenseikans estavam no alto de sua cabeça. Os olhos pesavam e rezava a qualquer divindade que ninguém de sua divisão estivesse por lá para vê-lo nesse estado. Byakuya só queria um lugar para ficar em paz, qualquer residência de sua família não o deixaria, além de insistir que ele deveria seguir em frente com aquele casamento.

Se perguntava qual era a dos seus avós. Um deles era um ômega e ainda sabendo como era tratado, um suspiro cai de seus lábios e andava mais devagar do que fazia no seu habitual.

Chegando próximo a porta de sua sala tirou as mãos que resposavam dentro da manga do shihakusho quando tocou na maçaneta da porta sentiu a ser empurrada tomando um susto e dando um passo para frente batendo no peitoral largo e se afastando para trás no mesmo momento colocando a mão no nariz dolorido.     

Renji chegou mais cedo do que costumava chegar porque não conseguiu dormir direito e resolveu adiantar seus relatórios atrasados. Para sua surpresa restariam os que tinha para fazer junto com o seu capitão e isso já lhe deixava mais aliviado pois não queria decepcionar o mais velho. Arrumando os documentos dentro da gaveta do arquivo certo resolveu que faria o chá favorito e os amados daifukus do Kuchiki. Porém quando ia arruma-los direito em uma bandeja não esperava vê-lo tão cedo assim quando puxou a maçaneta da porta e o moreno veio junto.

— Capitão?! — colocou as mãos nos braços do moreno para que ele não caísse. — Bom dia! O que o senhor faz aqui tão cedo? — o questionou.

— Renji. — ficou estranhamente aliviado ao saber que era seu tenente que estava lá. — Eu quem deveria fazer essa pergunta. — abriu os olhos o encarando nos olhos.   

O ruivo levou a mão a nuca a coçando e sorriu largo feliz ao ver seu capitão. Abrindo os olhos reparou no rosto de seu capitão, sua expressão foi ficando mais séria a medida que sua mão deslizava de onde estava.

— O que foi? — levantou o rosto para o encarar já sabendo a pergunta que viria a seguir. Estava tão cansado que apenas suspirou esperando pelo que o tenente faria a seguir.

— Me desculpe ficar o encarando, mas além dessas olheiras o senhor está machucado. — o tom de preocupação na voz grave do ruivo e o toque de pontas de dedos em seu maxilar, o fez arregalar um pouco os olhos.

Byakuya não lembrava do corte em sua bochecha e tão pouco o roxo em seu maxilar. A verdade é que haviam hematomas pelo seu corpo todo, isso apenas o fazia se lembrar do que aconteceu na noite e de como ainda estava com dor.

O capitão poderia ter afastado a mão do Abarai com um tapa, mas estranhamente ele era o único o qual não queria longe. Não sabia se era por estar sensível com o que estava acontecendo ou se de fato o jeito de seu tenente havia o cativado.

— Renji, não é nada. Não se preocupe. — sua voz sairá mais baixa do que o normal.

Percebendo que algo havia se passado com o Kuchiki intensificou o carinho, mas não insistiu em forçá-lo a falar o que não queria. Ah! Se ele soubesse quem ousou a machucar ele dessa forma. O mais alto sorriu de forma gentil para ele.

— Capitão Kuchiki eu respeito que não queira contar, mas se eu souber o que fizeram e porque fizeram eu não irei perdoar e essa pessoa irá sofrer o pão que o diabo amassou. — o sorriso de Renji ainda estava em seus lábios.

O 28° líder do clã Kuchiki corou levemente mesmo que seu rosto estivesse sério. Abarai não tinha juízo e noção nenhuma e isso chegou a ser fofo para si.

— Não diga esse tipo de coisa, Renji. — Sua costumeira feição voltou ao seu rosto, pediu passagem e adentrou seu escritório.

— Já volto, taichou. — disse lembrando-se da água que ainda estava no fogo.

Renji segue para a cozinha e Byakuya vai para trás de sua mesa. Havia uma pilha de documentos ao lado da mesa, sentou em sua cadeira felpuda preta.

Pegou a caneta piloto em seus dedos junto dos primeiros papéis. Estava desconfortável, mas ignorou e tomou sua atenção para os papéis lendo palavra por palavra e no final apenas fazia sua rubrica passando para a frente onde ficaria o lugar do temente. Haviam se passado alguns minutos e sentiu a falta do outro quando seus olhos anis notou a pequena pilha de papéis que estava acumulada.

Lia o próximo papel. Estava no segundo parágrafo quando sentiu a presença do outro, moveu os orbes para ver o que tinha na bandeja colocada com delicadeza à mesa. O cheiro maravilhoso do chá de damasco que gostava e os três daifukus no pequeno prato o fez levantar o olhar.

— Para o senhor. — ele sorri largo e sem jeito olhando para o capitão. Se já queria o agradar sua voz apenas aumentou depois de vê-lo.

— Renji você... — Byakuya pensou em perguntar se aquilo não era por pena, mas se lembrou que ele era uma das poucas pessoas que sentia um respeito e carinho genuíno por si.

Lembrou-se por um minuto que seu tenente era tão devotado que ao contrário do que pensou ele não chegava cedo para cumprir com seus deveres e sim para ser o primeiro a lhe dar bom dia e como soube disso? Um dia permanecia sério enquanto apreciava o entardecer de primavera embaixo de uma cerejeira quando eles passeavam e Ikaku resolveu o provocar contando que ele só chegava antes para ser o primeiro a cumprimentá-lo.

Isso havia começado com Kenpachi Zaraki reclamando do mesmo ao longe, gerou risos e um ruivo desesperado para se explicar. Aquilo o surpreendeu e teve a leve impressão de que suas bochechas ficaram vermelhas.

— Não, nada. — estendeu a mão para pegar o copo fumegante. — Obrigado! — o moreno agradece tomando um gole esticando a outra mão para pegar um dos daifukus.

A ideia foi boa, desde que vomitou não havia comido nada. As vezes era como se ele advinhasse o que ele precisa. Ao sentir o gosto do líquido suspirou em agrado e se deliciou com os daifukus de frutas diferentes sendo um de banana, e os outros dois de morango.

Enquanto mastigava voltou seu olhar ao outro que já havia sentado em sua própria cadeira parecendo só agora notar os documentos. Se apressou em pegar a caneta para começar a assinar os papéis.

— Leia com atenção, Renji. Nós temos o dia inteiro para assinar esses documentos. — disse calmo já tendo em vista que aquele não era a única pilha.
 
O ruivo olhou rapidamente para seu capitão como se tivesse indignado em não sair para o campo em missão.

— Mas capitão. — reclamou o tatuado, mas depois desfez o bico voltando ao menor. — Eu só queria saber de onde surgem tantos documentos.

Isso resultou em um curto sorriso enquanto tomava seu chá. Fechou seus olhos e pode respirar normal, relaxando por isso.

𝐀𝐒 𝐏𝐄́𝐓𝐀𝐋𝐀𝐒 𝐃𝐀 𝐂𝐄𝐑𝐄𝐉𝐄𝐈𝐑𝐀 ¦¦ RenByaOnde histórias criam vida. Descubra agora