Cap 10: Despedida ou despedidas?

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- O carro bateu de frente com um caminhão.

- Mas ele está bem? ele está vivo? me fala

- Ele foi levado pro hospital e está desacordado.

- Ele vai acordar! eu sei que vai.

Minhas aulas pareciam não acabar nunca e eu só queria ir pra casa.

Faltando 15 minutos pro fim da última aula meu telefone toca novamente e eu vou pro banheiro atender.

- Madrinha?

Eu ouvia o choro e o desespero dela no fundo

- Não, sou eu.

Eu reconheci a voz da namorada do Bruno.

- Ei, o que está acontecendo?

- Ma, ele se foi

Meu coração parou por alguns segundos eu tenho certeza e eu senti meu rosto ficar triste e lagrimas escorriam do meu rosto sem parar.

- Nosso anjinho se foi pra sempre Ma e eu não sei o que fazer.

Eu tentei manter ela calma já que ela estava gravida e eu tinha medo disso atrapalhar a gravidez dela, mas eu estava destruída.

Como eu ia lidar com isso? como eu ia aguentar perder a única pessoa que me entendia no mundo?

Eu não sentia mais fome, eu não sentia vontade de estudar, não sentia vontade de nada.

Minha vida parecia sem sentido.

Eu só chorava no meu quarto e no banheiro e no resto dos meus dias eu fingia estar bem pra não preocupar ninguém.

Minha família tinha muito com o que se preocupar com meu pai doente e eles não podia se preocupar com o que eu estava sentindo nesse momento.

Meu pai em fevereiro tinha discutido comigo e disse que eu não era mais filha dele e bom com ele de cama eu tinha que ajudar a cuidar dele mesmo ele dizendo essas coisas pra mim.

E agora por birra eu simplesmente fazia tudo sem trocar nem uma palavra com ele.

Até que eu estava na escola e tinha acabado de estourar aquela brincadeira idiota de Charlie Charlie e todo mundo estava brincando com isso e até aí tudo bem.

Durante as brincadeiras eu desmaiei dentro da sala de aula e fui carregada no colo ate a sala da diretoria no caminho ate la eu tinha a sensação que eu estava acordada e eu ouvia alguém falando no meu ouvido que a hora estava chegando.

Chegando na sala da minha mãe eu acordei e repeti pra ela o que eu tinha ouvido...

Assim que minha pressão voltou ao normal eu voltei pro final da aula e perguntei se alguém tinha falado aquilo comigo e todo mundo disse que não.

Quando cheguei em casa minha mãe já tinha contado pros meus irmãos e quando cheguei expliquei direito o que tinha acontecido.

Ambos falaram que eu devia falar com meu pai que ele estava bem ruim e que eu não poderia continuar com raiva dele pois se ele morresse eu iria me sentir culpada.

Eu subi as escadas e fui ate o quarto dele a principio eu só olhei pra ele, eu não esperava nada dele já que ele nem conseguia falar mais por sua língua ter inchado.

- Pai? Ta acordado?

Ele abriu o olho e olhou pra mim.

- Me desculpa... por não ser a filha que você queria e nem ser como você queria.

A melhor parteOnde histórias criam vida. Descubra agora