A melhor parte

Cap. 11: Adeus papai.

Me tranquei no meu quarto após me despedir das minhas amigas.

Todos já estão na igreja onde seu corpo esta sendo velado e eu não sinto vontade de levantar da cama.

As horas foram passando e meu telefone toca, era uma mensagem da minha mãe perguntando se eu não iria para lá.

Levantei da cama e abri o guarda roupa, passei alguns minutos olhando para as roupas ali e pensando se eu realmente deveria ir pra lá.

Me vesti e caminhei ate a igreja, chegando lá eu não tinha coragem de entrar.

Me sentei no campo que tinha na frente da igreja e pedi forças pra entrar lá.

Assim que pisei lá senti meu corpo pesar, senti minha feição mudar e senti toda dor que eu estava sentindo me fazer desabar.

Caminhei ate o caixão a cada passa que eu dava em direção eu pedia pra aquilo ser mentira.

Quando olhei pra lá e vi ele, senti meu corpo pesar ainda mais e eu só tinha vontade de chorar e comecei a pensar em tudo que eu viveria sem meu pai presente.

Só em pensar que eu ia me formar algum dia e que ele não estaria lá pra mim como esteve pra minha irmã.

Que um dia eu teria filhos e ele nunca os conheceria como conheceu os do meu irmão.

E só de pensar que um dia eu iria casar e ele não estaria lá pra me levar ao altar.

Todos esses pensamentos tomavam conta da minha mente e eu só conseguia pensar em como eu poderia ter sido uma filha melhor.

As horas foram passando e o carro que ia levar o corpo dele para o cemitério chegou.

Eu tentava ter uma força que eu sabia que eu não tinha para encarar tudo.

Fomos a caminho do cemitério meu irmão estava deitado no meu colo depois de tanto chorar.

Depois de velarem o corpo novamente lá, o levaram para a parte onde iriam enterrar ele.

Ver o caixão abaixar foi a certeza do adeus e que eu nunca mais veria ele, que eu nunca mais ouviria a voz dele ou sentiria o seu cheiro pela casa novamente.

Assim que começaram a cobrir o caixão com terra, me afastei olhei pra trás e sussurrei

- Adeus pai, cuida da gente.

Alguns meses depois

As coisas não estavam melhores, eu tinha começado a me conformar com a perda mas eu já não tinha mais vontade de nada.

Eu não sentia fome, não sentia vontade de fazer as minhas coisas e nem vontade de falar com ninguém.

Eu passava boa parte do tempo sozinha e trancada no meu quarto.

Me distraia vendo vídeos na internet, jogando ou lendo.

Comecei a escrever o que eu sentia achando que isso poderia aliviar tudo que eu estava sentindo.

Uma mulher vai vim aqui em casa para fazer orações já que desde que meu pai morreu a energia aqui ficou bem pesada.

Assim que ela chegou e começou a fazer orações pela gente... Ela olhou pra mim

- Ele esta me mostrando sua vontade de morrer, me mostrando que você esta desistindo.

Nessa hora eu só sentia vontade de chorar pois um pouco antes dela chegar eu tinha mesmo pedido pra nunca mais acordar.

Eu decidi depois de tudo isso conhecer a igreja onde meu irmão e minha cunhada estavam frequentando.

Assim que pisei lá eu senti uma paz inexplicável e eu nunca fui muito de acreditar nisso.

Nos próximos dias eu decidi começar a frequentar lá de fato, comecei a fazer parte do grupo dos jovens e comecei a passar mais tempo lá.

Isso acabava me dando menos tempo pra pensar na coisas que me deixavam mal.

Mas eu ainda não tinha certeza que aquele era meu lugar.