Depois de algumas horas banhadas a álcool barato e Nat King Cole de trilha sonora, Charles fora agraciado e surrupiado por uma dama de vinte e poucos anos à uma visitinha rápida ao seu quarto na parte de cima do bar.
Harry ficara abandonado por ali, sentindo a pele tremelicar enquanto sua cabeça explodia de dor. Ele poderia ir embora, se tivesse a oportunidade de se mexer.
Seus músculos não obedeciam ao seu cérebro, então ele deitou a cabeça na mesa e resmungou baixinho e desconexo, esperando que mais ninguém vislumbrasse de sua vergonha desinibida.
Uma garota jovem, de cabelos acastanhados e saia curta apareceu em frente ao seu rosto, mordendo os lábios.
"Sou Francine. Precisa de ajuda?"
Harry nada murmurou, ainda com os olhos extremamente abertos e cansados.
"Bem, posso tomar isso como um sim, rapaz?
"George."
"Desculpe?"
"George."
"Tudo bem, George. Você pode ficar aqui, ou eu te coloco em um taxi, soa bom?"
Ele não disse nada, mas engoliu todo o líquido da garrafa transparente de água que lhe foi estendido. Francine sorria calma, com seus olhos azuis brilhantes e seu decote apertado, destacando seus peitos fartos e o sutiã branco.
"Pode me deixar na delegacia."
"Eu jamais faria isso. Estava com um rapaz?"
Harry se inclinou na direção da garota, mas nada dissera. Ele arrancou uma nota de cinquenta do bolso e a deixou na mesa.
"Eu moro na trinta e três."
"Certo, eu te acompanho."
Eles deixaram o lounge e seguiram pelas ruas escuras de Folks. Francine agarrou seu braço e os entrelaçou, dando suporte ao rapaz que quase caía ao andar.
Por outro lado, Harry pensava em tudo que fora dito nessa noite. Woolley era um maldito presunçoso que sabia persuadir as pessoas, e ele quase caiu em uma de suas barbaridades.
Doces e meigos sorrisos eram lhe dados, e embora Harry sentisse a amizade nascer em meio à um copo de conhaque, ainda tinha aquela parte gritante de sua cabeça que dizia que o homem à sua frente poderia ser potencialmente um grande mentiroso.
Ou talvez ele só fosse muito excêntrico e paranóico.
Bem, entre qualquer uma dessas merdas, nada poderia ser pior do que ser visto com uma mulher às duas da manhã por um certo alguém que fumava um cigarro na frente do posto de segurança.
Harry sentiu-se apunhalado pela forma como os olhos do outro arderam e permaneceram imóveis, acompanhando os passos que o possível casal dava.
Ele largou o cigarro entre os dedos e deixou que se queimasse sozinho, por completo. Nenhum dos dois conseguiu quebrar o olhar até Francine puxar Harry para que eles pudessem virar a esquina.
De uma maneira estranha, ele desejou que estivesse com a tal intenção vendida nos olhos do xerife enquanto os observava. Desejou querer arrancar as roupas daquela garota com as mãos e se deliciar em uma noite ardente em sua cama.
Ele sentiu raiva. Sentiu raiva por permanecer com aquela dose de culpa na mente como se existisse uma responsabilidade viável ali.
Que se foda tudo.
Francine não parecia nada como uma prostituta ou algo assim, mas Harry esperava que ela fosse.
Suas mãos agarraram o braço da garota que gemeu com tal brutalidade, derretendo-se no peito de Harry ao ser beijada no pescoço.
Ele subiu a mão pela saia da garota e a tocou da maneira que conseguiu, de pé, sentindo uma vontade imensa de se trancar no guarda-roupa para sempre.
Francine o ajudou a escalar a cama velha e segurou o latão com as duas mãos quando Harry arrancou seu sutiã e beijou seus seios.
E ela estaria aproveitando muito, se não tivesse sentido sua pele se molhar e a respiração pesar mais forte contra seu corpo.
"Ei."
Vestiu sua blusa de qualquer jeito, e segurou o rosto alheio com as duas mãos.
"Deita aqui." Instruiu, puxando o cobertor para o corpo de um Harry que chorava, agora, descontroladamente. "Você parece estar segurando isso à um tempo. Vamos lá, se acalme."
Francine deixou que o rapaz esgotasse todo o estoque de líquido que havia dentro de si enquanto o embalava numa conchinha desajeitada.
"Bem, você não me conhece. Se quiser me contar o que te assombra tanto, talvez eu possa te ajudar. E amanhã mesmo, esquecerei de tudo que foi dito."
"É Harry."
"Eu imaginei."
Ele deu uma fungada antes de se virar, enxugando o rosto com o travesseiro. "Vai esquecer mesmo?"
"Eu juro."
"Tudo bem."
Ele se acalmou, ponderando a ideia. Talvez se sentisse bem ao confidenciar para alguém sua discrição mais sigilosa.
"Você conhece o Xerife Tomlinson?"
"Claro. Ótimo rapaz, apesar das escapadas de madrugada."
Harry engoliu em seco pela possibilidade de já ter sido visto perambulando por aí silenciosamente com Estrela.
"Bem... O xerife anda me despertando coisas. Coisas que não consigo entender e nem sequer explicar."
"Você pode tentar."
"Ele me traz calor, com toda sua aura aconchegante e o abraço forte na minha sala de estar. Ele cheira a mel e gosta de beijar atrás da minha orelha. Mas ao mesmo tempo... Ele é frio, e distante. Mantém um pesar gigantesco ao meu lado e às vezes sinto como se me repudiasse."
"Vocês conversam?" A garota pergunta, transpirando saber muito mais sobre a vida sendo mais jovem do que Harry, com seus trinta e quatro anos e sua imaturidade de doze.
"Não muito, na verdade. Apreciamos o silêncio em conjunto."
"Bem, talvez esse seja o problema." Francine aponta, segurando o braço do rapaz com as unhas grandes o suficiente para o machucar.
"Eu não sei como fazer isso, você não entenderia. É tudo muito novo pra mim." Ele se atrapalha, sentindo suas bochechas ruborizarem e os olhos voltarem a umedecer. "Eu queria que fosse mais simples."
"Talvez seja simples. Talvez vocês que compliquem as coisas."
"De qualquer jeito, não nos falamos à semanas. Ele deve ter se arrependido de tudo e agora está seguindo em frente enquanto finge não me conhecer."
"Vá até a casa dele."
"De forma alguma eu faria isso. E eu nem sei onde fica."
"Bem, descubra." Francine diz, recolhendo o resto de suas peças de roupa do chão. "Preciso ir."
"Eu te levo de volta até o bar." Harry prontificou-se, levantando do colchão e agarrando um casaco, enquanto estendia em direção à garota.
"Não se incomode, eu moro por aqui." Respondeu, calçando o salto agulha vermelho bico fino e devolvendo o casaco. "Não quero que seu amante me veja desfilar por aí com suas roupas, acho que pegaria mal pra você."
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breakfast at folks | hiatus.
FanficEm uma cidadezinha no interior de Goldland, as manhãs cheiravam a trapaça e tudo que se ouvia eram os galopes costumeiros e o relinchar dos equinos. Harry Styles trotava com sua égua de cidade a cidade procurando algumas presas indefesas, mas não e...