Karma

183 42 106
                                    

"O que você entrega ao universo, retorna para você. Seja bom e receberá bondade. Seja mau, e prepare-se para colher os amargos frutos de suas ações."

Narrado em terceira pessoa
Apesar dos esforços de Pirat de não expor Dan, mesmo após sua morte, informações foram divulgadas na mídia, os nomes dos responsáveis expostos para o mundo. Num único segundo, as pessoas na universidade se esqueceram de Mew e suas lives como Ílios, para voltarem-se contra Pat, Tod, Chai e Niran. Os que eram considerados vilões se tornaram mocinhos e os que eram considerados mocinhos deixaram as máscaras caírem. A promotoria queria que a lei fosse aplicada em sua máxima extensão, considerando o dano causado à Dan e os atos subsequentes praticados pelo quarteto.

Após a divulgação das atrocidades cometidas pelo grupo, vários outros alunos tomaram coragem e relataram vários tipos de abusos sofridos nas mãos deles. As denúncias iam de chantagem e coerção a violência física e sexual. As evidências iam se acumulando rapidamente, para a felicidade da promotoria. Sabendo das diversas vítimas, os rapazes se uniram e montaram um grupo de ajuda, que semanalmente se juntava para conversar, trocar experiências e se apoiar. A fama do grupo cresceu de tal maneira que vários outros alunos também vítimas de violência começaram a participar. Pirat se envolveu ativamente no grupo, oferecendo apoio. Somkit ou Kit, aluno do segundo ano, que foi o melhor amigo de Dan, fez questão de contribuir e ajuxiliar como podia. Ele ainda pensava em Dan, e sentia saudades do tempo em que tinha o amigo feliz e sorridente ao seu lado.

Os pais de Pat, Chai, Tod e Niran contrataram excelentes advogados, e tanto a polícia quanto a promotoria temiam que algum juiz corruptível pudesse ser comprado para liberar os rapazes. Até porque a primeira medida legal tomada pelos advogados foi a de emitir um habeas corpus para os acusados, que estavam sendo mantidos afastados de outros detentos em uma penitenciária de segurança mínima, por uma questão de segurança.

Entretanto, o juiz negou o pedido, em face da seriedade dos crimes e da possibilidade de os acusados conseguirem sair do país, evitando o julgamento. Além disso, o referente juiz fez questão de transferir os quatro para um presídio de segurança máxima, sem privilégios. Com a atenção midiática, foi impossível que os outros detentos, todos encarcerados por crimes hediondos, não soubessem os motivos pelos quais quatro rapazes nascidos em berço de ouro terem parado ali. Num país onde a diferença social e econômica é grande, onde a maior parte da população carcerária vem da parcela pobre da população, um confronto seria inevitável.

Se algum dos rapazes achava que tinha chances de sair ileso, se enganou logo na primeira noite após a mudança, quando uma gangue conhecida por "intra muros" invadiu as celas onde os quatro estavam. Estranhamente, não havia guardas por perto para escutar os gritos desesperados dos rapazes. A noite de pesadelos terminou com os primeiros raios da manhã, que encontraram quatro detentos vivos, mas extremamente machucados. Foram necessárias várias suturas, inclusive internas e eles ficaram sem poder andar ou sentar por mais de uma semana. Quando perguntados pelos advogados o que havia acontecido, o quarteto não respondeu, por medo de represálias, já que dali não podiam sair.

Enquanto isso, várias testemunhas foram arroladas. Tay, o mais afetado pelos últimos acontecimentos, foi uma delas, contando com o apoio incondicional de Nick. Eles se tornaram amigos, apesar da diferença de idade de 6 anos. Era comum ver Nick esperando por Tay na faculdade, saindo com os meninos para o cinema ou só para jogar futebol com Mild, James, Gulf e Mew. Cal, seu colega de polícia também passou a sair com o grupo, já que era próximo em idade dos veteranos da engenharia. Tay se descobriu apaixonado por Nick, só que não ousava declarar seus sentimentos. Achava que o que Nick sentia era apenas amizade e uma forte responsabilidade de protegê-lo.

O amor de Mew e Gulf apenas se fortalecia com o tempo. As demonstrações de afeto eram constantes e, morando juntos, eles se sentiam praticamente casados. Não que Mew não pensasse em pedir a mão de seu namorado em casamento. Pelo contrário. Era algo que ele sonhava e já começara a planejar em sua mente. Faltando apenas dois anos para se formar, ele sonhava em se casar assim que estivesse empregado e pudesse dar a Gulf uma vida confortável.

Amor em vôoOnde histórias criam vida. Descubra agora