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Emma

Ajeito os cobertores dos meus irmãos, quando fui pra faculdade, Max ficou com meu quarto, mas sempre que eu vinha pra casa, ele voltava a dormir com Ethan.

Fico me perguntando se Lucas está na sala ou ainda no celeiro, entrei de fininho pra chamar ele pra ir dormir comigo, porém não o encontrei.

Na sala, papai e mamãe dormem agarradinhos, era tão lindo a forma como eles se encaixavam, se um dia eu fosse ter alguém, quero que seja como eles dois. Também desligo a televisão e uma última olhada me faz pensar em Lucas, eu tinha mesmo que parar com essa estupidez, esquecer essa paixão.

Suspiro e vou atrás dele. Tinha esfriado bastante.

— Não, não, não — Lucas murmura fazendo uma careta de dor, se remexendo encostado na parede, até Arco-íris acorda e começa a mexer nele.

Antes que eu chegue perto, ela o acorda, mas seus olhos se voltam para mim.

— Por que não foi para meu quarto? — me aproximo e me sento ao seu lado, Lucas está suando e sua mão treme, eu a seguro — Não precisa ter medo, eu tô aqui agora — trago sua cabeça para meu ombro, ele não diz nada, apenas deita e fica me observando.

Arco-íris encosta em minha cabeça e ficamos os três em silêncio.

Quando o silêncio é quebrado, Arco já está em seu cantinho e estou quase pegando no sono, pelo silêncio e de tão quietinho que ele estava, também pensei que ele tinha dormido, porém não.

— O abrigo onde eu vivia pegou fogo. Minha mãe me deixou lá quando eu tinha oito anos. Ela escolheu entre a grana dos pais a mim — derrama tudo de uma vez em cima de mim, uma lágrima escorre até que outras vem praticamente no mesmo segundo, eu aperto mais forte sua mão — Veronica e Erick eram adolescentes, ele se mandou quando soube, Veronica ficou por um tempo, mas cansou.

Lucas tira sua cabeça do meu ombro.

— Sinto muito — ele revira os olhos.

— Já passou.

— Não, não passou. Te atormenta todas as noites.

Dá de ombros.

— Cicatrizes são para toda a vida, Parker.

A forma como ele diz, carrega tanta dor que me faz chorar mais.

— Não devia.

Ele me olha profundamente.

— Mas são. É a vida. E na vida, você é o que cria as cicatrizes ou o que as carrega — a dor está de volta, nunca se foi na verdade, mas a raiva se junta. Ele fica em pé e me estende sua mão, eu a agarro e logo estou em pé — Quando voltarmos isso acabou — diz soltando a minha mão e começando a andar para longe, e eu nunca imaginei que Lucas poderia me dizer algo que doesse tanto, sempre acreditei que já tínhamos passado dessa fase, mas não.

Lucas Miller realmente me tinha em suas mãos e acabou de provar.

— Não! — eu digo tão baixo que me surpreende ele parar e se virar.

Lucas volta para perto de mim e para em minha frente.

— Não?

Assinto com a cabeça.

— Não enjoei.

Ele me olha sem acreditar.

— Eu vou te machucar.

— Já o fez.

Chego mais perto. Ele tinha deixado uma certa distância.

— Vou fazer mais.

Nas Mãos Do Badboy - 1º da série Nas Mãos Do Amor {COMPLETA 🔞 - BULLY ROMANCE}Onde histórias criam vida. Descubra agora