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Emma


Miller e eu não acordamos grudados um no outro sem saber onde um começa e outro termina. Ele veio em seu carro e eu no meu e chegou bem rápido. Quando cheguei no prédio ele só me disse pra ir de escada que não queria mais ver minha cara, mas mesmo assim eu fui até o quarto dele. Deitei no chão e dessa vez foi aqui que amanheci, durante a madrugada levantei pra ir até meu quarto pegar cobertas.

Eu ainda não estava me entendendo de porquê fazer aquilo, eu estava me humilhando do mesmo jeito que ele fazia comigo, mas eu só não conseguia tirar aquela expressão de medo do rosto dele. Parecia que ele tava sentindo dor naquela momento. O que alguém devia passar pra sentir aquilo quando a noite chegava?

— Foi atrás do Chris? — ele pergunta sentando na cama, já é manhã.

Sento também e pego minhas coisas ficando em pé.

— Ele foi. Queria saber de você — viro meu pescoço de um lado pro outro. Eu não tinha pegado meu travesseiro e depois tive preguiça pra ir buscar. Foi uma má ideia como todas que ando tendo ultimamente — O que quer pra me arrumar um emprego e me deixar ficar nele? — digo as palavras das quais fiquei pensando durante a madrugada enquanto eu sabia que ele também não dormia.

Talvez de todas essa seja minha pior ideia, mas poderia ser a última também. Eu não podia mais continuar aqui com ele, vivendo tão perto. Já bastava na faculdade. Eu precisava de um intervalo de estar nas mãos do maldito bad boy do lugar.

Miller me encara e por mais que não seja a primeira ou segunda vez não consigo não ficar em partes satisfeita e surpresa como ele, por estar surpreso por algo vindo de mim. Eu sei que sempre me achou previsível e eu sou ou era.

Ele fica em pé e o sorriso do mal que tem nos lábios me faz se arrepender na mesma hora e dar uns passos pra trás.

Ele agarra meu cabelo.

— Mais do que te chupar — responde me dando mais um sorriso.

Engulo seco e sinto meus olhos cheios de lágrimas.

— Posso pensar?

De novo ele fica surpreso. Eu também, mas não pela surpresa dele por mim mesma, por conta das minhas palavras.

— Quero sexta a noite — puxa meu cabelo antes de me soltar — Sai daqui agora.

Eu teria dois dias até lá.

(...)

Parece que agora tudo o que acontece a minha volta é pra lembrar da proposta. Primeiro na aula falando sobre acordos, depois um grupo de amigos falando sobre suas experiências no sexo, aí teve Natalie minha antiga colega de quarto e a menina que pensei que fosse ser minha amiga se gabando de ainda estar sozinha no quarto do dormitório e agora Vanessa me perguntando se encontrei Miller. Foi ela que encontrou ele pra mim, uma das garotas do dormitório dela estava fofocando sobre ele e Mark chegarem lá machucados.

Quando os pés dela começaram a doer de tanto que andamos a procura dele e foi trocar. Eu aproveitei pra ir no apartamento sem ela não quero que ninguém mais saiba que vivo com ele. E vai ser por pouco tempo. Suspiro e isso faz com que ela pare de falar, ela fala muito.

E pra completar a fileira, aparentemente eu era a namorada do Lucas Miller, eu nunca tinha ouvido tal absurdo em toda a minha vida.

— Ele te machucou? — pergunta preocupada.

Era estranho isso. Só minha família se preocupava comigo e aqui era eu e eu.

— Não.

Minto deixando de lado o aperto em minha mão e o empurrão quando o acordei. E o maior deles. Aquelas duas meninas semanas atrás aparecem de novo na minha cabeça, sobre como ele fode. Miller iria me machucar, não imaginei que seria assim minha primeira vez, pensei que fosse ser especial. Suspiro outra vez. Pelo menos eu vou estar livre. 

— Emma — ela chama com aquela voz de pena. Abaixo minha cabeça na mesa e choro — Põe pra fora mesmo— diz carinhosa segurando minha mão.

Era como se mesmo não sabendo os detalhes Vanessa me entendesse e entendia de um jeito. Lembro do que me contou de Chris.

Lucas

Emma chega no horário limite na aula de química, mas o filho da puta do professor não disse nada apenas balança a cabeça quando ela pede licença, ele olhou pra mim antes de fazer isso. Sorri antes dele abaixar a cabeça e encarar o notebook.

As pessoas vão olhando dela pra mim enquanto anda até a nossa bancada, eu tinha ouvido alguns cochichos sobre nossa cena na clínica e se ela ouviu não se importa ou é exatamente por isso que anda encarando os pés.

— Oi, namorada — zombo quando ela senta ao meu lado.

Era isso que andavam dizendo. Que estávamos juntos e por isso a ajudei no refeitório, já falavam sobre uma briga da qual eu tava envolvido no restaurante também e que ela estava no lugar.

Filhos da puta que não cuidam da própria vida.

— Você acha isso engraçado? — pergunta em um sussurro com raiva. Rio — Imbecil — diz ainda mais baixo.

Ela abre o livro que o otário anotou a página no quadro e começa a ler e fazer anotações. Ignoro um e outro olhar que permanecem em nós dois.

Eu fico olhando ela. Ainda nem tinha caído minha ficha direito sobre o que propôs, mas ela não iria topar. Eu vi o medo nos olhos dela. Emma Parker nunca me daria sua virgindade.

— Não trouxe o meu livro — puxo o dela — Nem meu caderno — puxo também garantindo que algumas folhas sejam rasgadas no processo — E que merda de memória, esqueci o meu estojo — ela me olha com tanta raiva enquanto jogo as coisas dela na minha mochila que poderia voar em cima de mim e me encher de porrada, mas não vai fazer isso talvez se estivéssemos em casa.

Com a lista de presença chegando na nossa mesa, anoto meu nome e dou o fora dali bem consciente que ela me segue.

(...)

Quando abro a porta Emma não demora muito a passar por ela logo atrás de mim e puxa minha mochila.

— O que é, namorada? — zombo outra vez tirando a mochila das costas e ela não solta, só tinha uma alça em meu ombro.

Puxo, mas ela não deixa ir e aí puxo mais uma vez e quando ela vai pra puxar de novo eu deixo ir. Emma cai e a caipira tem sorte, vai com tudo pro sofá.

— Sim — diz quando a deixo ali, por algum motivo eu vou tendo mais raiva do que eu já tenho normalmente dela e aqueles olhos grandes e verdes que parece que estão constantemente me observando, sempre parecendo inocente e nenhum pouco suja. 

— Sim o que, namorada? — a primeira coisa que passa na minha mente é sua proposta, mas de novo ela não me deixaria tocar nunca mais nela daquele jeito.

Emma Parker sairia e iria ficar com outro cara e pra ele quem ela daria sua primeira vez. E provavelmente seria um estúpido como ela.

— Faz mais que me chupar. Se realmente for cumprir com o acordo.

Eu não consigo nem se tentasse esconder a surpresa.

— Como é?

— Tira a minha virgindade, Lucas Miller — diz baixo, mas dá pra notar que tentando ser confiante — Em troca, me arruma um emprego e me deixa ficar nele. E tenho mais três condições — fico em silêncio porque ainda tô processando e ela continua a falar — Não vai doer além do normal, dessa vez não vai me expor e não vai mais me encher. Vai ser como se eu nunca existisse pra você. Certo, Lucas?

Eu assinto ainda sem acreditar muito, a diferença que agora já não tô deixando evidente ou muito evidente.

Caminho até ela e estendo minha mão. Ela agarra e a puxo pra levantar, se bate em mim, suas mãos ficando espalmadas em minha barriga. 

— Certo, Emma — digo encarando seus olhos.

Eles brilham e ela engole seco.









Acendam a estrelinha e comentem bastante 💜

Nas Mãos Do Badboy - 1º da série Nas Mãos Do Amor {COMPLETA 🔞 - BULLY ROMANCE}Onde histórias criam vida. Descubra agora