Pov Sadie Sink
Eu estava muito feliz em estar de volta naquele lugar tão acolhedor, com pessoas acolhedoras e um carinho sem fim. O lugar que me tranquilizava tanto que me fazia parecer ser abraçada mesmo sem ter braços ao redor do meu corpo: A casa da família Collins.
Quando fiquei em cativeiro por pouco tempo sobre o ataques de Edward, eu senti muito a falta daqui. O cheiro da comida que Sn e a senhora Collins faziam era...era... incrível! Com as combinações de doce e salgado, intercalando entre o jantar e a aguardada sobremesa. A voz um pouco irritante e grossa de Connor por incrível que pareça também me fazia falta, e o cheiro do perfume masculino amadeirado que emanava dele depois do banho também era um elemento que se misturava com a forma acolhedora que aquela casa tinha. O jeito de pai coruja do Collins mais velho era uma das coisas que eu mais gostava. Muitas coisas que ele fazia ou dizia, fazia-me lembrar de meu pai. E até a forma como sorria. Sendo essas muitas coisas, as mesmas que eu achava um máximo quando meu pai também fazia, e eu gosto de lembrar disso agora. O carinho que tenho por Ethan é quase tão grande quanto o que tenho por Mitchell. Por mais que ele não curta tanto ficar numa roda de conversa por muito tempo, pude conhecer muito dele também. E Sn, ela... ela é tudo o que eu nunca pude ter até hoje. Tudo o que eu sempre quis em uma companheira, ela tem. Tem de montão! Tem exageradamente!
Aquela garota me fazia sentir coisas inacreditáveis com um simples toque, um simples selar de lábios, um simples olhar ou um simples carinho. Eu acho incrível como em tão pouco tempo, eu pude descobrir coisas lindas sobre ela. Cada palavra que ela diz são como poemas. Cada palavrinha. Ela ainda não sabe disso, mas eu a amo incondicionalmente.
Sn saiu do banho e caminhou até a cama onde eu estava deitada, imóvel, parecendo um defunto para não sentir dores.
- Oi, linda! - ela sorriu como uma criança antes de pedir algo aos pais.
- Oi, gatinha. - sorri com a cena. - O que quer? - perguntei
- Beijinhos! - ela se aproximou deitando devagar na cama - Muuuuuuuitos beijinhos. -
- É mesmo? Eu posso te dar quantos quiser! - sorri.
- Então quero milhões. - ela fechou os olhos e esperou ter os beijos depositados na sua bochecha.
- Maaaas, só depois que me trouxer um balde cheio de pipoca. - sorri vitoriosa.
Ela bufou.
- Isso não é um problema. CONNOR!!! - chamou o loiro.
- Para de ser folgada?! eu tô pedindo pra você ir, não seu irmão! - cruzei os braços e gargalhei.
- Então você me chantageia e eu que sou folgada, é isso mesmo que eu entendi?! - ela arqueia uma sombrancelha.
- É.
- Eu te odeio!
- Nós duas sabemos que isso não é verdade! - sorri.
Ela me encarou com os olhos entreabertos e saiu do quarto a procura de fazer a pipoca. Em poucos minutos eu pude ouvir os estouros dos milhos ao fogo quente vindo do andar de baixo.
Fechei os olhos e respirei fundo, jogando a cabeça para trás cansada. Eu só queria dormir sendo abraçada por Sn, por mais que fosse oito da noite.
Pude ouvir batidas na porta.
- Oi, Sink! Como você está? Precisa de alguma coisa? - Connor se escorou no batente da porta usando uma regata branca, calça de moletom quadriculada e meias estampadas do Bob esponja. Parecendo uma criança prontinha pra dormir.
- Oi, loiro! - dei um sorrisinho. - Por enquanto não, estou bem, Mas obrigada.
- Eu te chamaria pra assistir alguma coisa, mas acho que você não vai querer sair daí. - ele riu cruzando os braços.
- Eu sinceramente aceitaria, mas você já sabe a resposta. - brinquei.
Ele olhou rápido os lados do corredor antes de entrar no quarto de fininho e parar do meu lado.
- Eu queria dizer muito obrigado por estar fazendo a melhor versão da minha irmãzinha chata! - cochichou. - Acho que nunca vi ela mais feliz que agora, e eu acho a coisa mais linda ver ela sorrindo bobinha quando te encara. - eu sorri com aquelas simples palavras.
- Eu que agradeço por esse elogio. - ri
- Não conte à ela que lhe disse isso. Ela vai se gabar até a morte. - ele revirou os olhos e sorriu antes de sair do quarto com uma pequena corridinha.
(...)
Acordei umas duas vezes de madrugada por conta de dores. Por mais que tenha diminuído, com muito esforço meu tórax volta a doer como pontadas, e eu me mexo muito quando durmo.
Sn optou por dormir no chão enquanto eu não melhorar. Ela não queria me machucar, e por mais que eu sinta falta de seus toques, eu achei isso o nível máximo de fofura.
Meus olhos abriam devagar diante dos raios de sol que atravessavam as cortinas brancas. A neve havia diminuído muito nesses últimos dias, mas creio que não irá demorar para nevar novamente.
Olho para o chão ao lado da cama e vejo Sn ainda dormindo. Eu não fazia ideia de que horas eram e também não fazia questão de saber. Os meus pés estavam gelados mesmo com meias e meu corpo estava um pouco encolhido. Estava um frio da porra.
Esfreguei os olhos e me sentei na cama, pegando o controle remoto no criado mudo e ligando a TV no volume baixo. Encostei a cabeça na cabeceira da cama e olhei para o teto.
As lembranças do que acontece naquele lugar estranho vinham algumas vezes na minha cabeça.
Eu não sei como Edward morreu, mas sei que ao mesmo tempo que os policiais entraram naquele quartinho podre, eu levei um coronhada do revólver de Edward e eu apaguei. Apenas isso. Mas eu passei por coisas ali que nunca imaginei que passaria na vida. Quem seria covarde o suficiente para quase matar uma garota de tanto bater?!
Existem coisas que me dão arrepios só de lembrar.
VOCÊ ESTÁ LENDO
𝙈𝙮 𝙡𝙞𝙩𝙩𝙡𝙚 𝙧𝙚𝙙𝙝𝙚𝙖𝙙 - 𝙎𝙖𝙙𝙞𝙚 𝙎𝙞𝙣𝙠 𝙖𝙣𝙙 𝙮𝙤𝙪
Teen Fiction(Minhas idéias são baseadas na Série "Atypical",na relação da Casey e da Izzie, então muitas partes vão ser iguais as cenas,ok?) Talvez conhecer uma pessoa e gostar dela tão rápido pode parecer meio psicopata,mas isso não pareceu ser estranho quando...