"Rosas são vermelhas,
Mas sei que o seu amor é todo rosa
Você não vai sair da minha mente
É como se você estivesse em todo lugarVocê é como um anjo de asas macias
E meu maior ansioso desejo é beijar-te
E enquanto olho para esses seus olhos verdes
Me pergunto o quanto vou ter que esperar
Pra que você seja minhaMeu vício está nos seus lábios doces
Você é tudo e mais um pouco
Meu pequeno doce rosa"Era um poema escrito por Matt, que uma certa garota lia, escondida sob a sombra de uma árvore no pátio do colégio, sentindo o ar no seu rosto. Ela então dobrava a folha novamente, e lia um segundo poema, escrito semanas depois.
"Pensei que já estivéssemos fardos
Desgastados por todas as promessas plásticas
Mas você fez questão de quebrar uma últimaPor que não se apressa e perfura meu coração
Com cada única bala que você ainda tem?
Talvez você só tenha aceitado enfim
Que as suas balas já não me afetam da mesma formaNão tente dizer que está tudo bem
Não vou perder meu tempo relembrando
Todas as vezes que dançamos na chuvaVocê apagou e quebrou cada pedaço
Do espelho que encontrou em mim
Seria eu uma mísera desculpa
Pra você escapar da sua realidade?"Gwen dobrava a segunda folha, com uma única lágrima escorrendo, deixando de sentir o vento em seu rosto, por agora cobrí-lo com uma máscara de coelho forrada internamente por lã. Era confortável, e não era tão difícil de respirar quanto parecia. Era a máscara que mais chamava a atenção de Matt.
- A aula já deve estar começando, vamos lá. - Disse Juliet, desligando o microfone.
- Eu mataria o ano inteiro de aula, se fosse pra tocar. - Disse Faye.
- Pois é, mas nem todo mundo é o terceiro ano. Os professores genuinamente ligam pra o que a gente faz.
- Errada ela não tá. - Disse Chester, desconectando o cabo P10 da entrada da guitarra. - A gente pode continuar no recreio.
Faye sorria de forma pouco animada, mascando um chiclete e fazendo twirls com a baqueta.
Matt e Nigel saíam da sala de música, enquanto Rex observava Nigel de trás de uma cadeira, de forma quase discreta, como um pequeno esquilo à espreita.
Carol corrreu até Juliet e se enroscou em seu braço.
- Você é incrível! - Disse ela, esfregando seu rosto no de Juliet, que dava risadas e retribuía o carinho.
Avril se aproximava de Matt.
- Você também foi muito bem. - Ela pôs a mão sobre o seu peito. - E pensar que quando a gente começou a se falar eu te odiava...
- Músicos devem ficar unidos. - Disse ele segurando a sua mão. - Pra que competição quando existe colaboração?
Matt e Nigel continuavam andando.
- Cara... Você acha mesmo que tá escondido? - Perguntou Viktor.
- Escondido? Não. Apaixonado. - Disse Rex.
- Eu consigo ver você, cerejinha. - Disse Nigel, passando pela porta do auditório.
- VIIIIKKTOOOOR!! - Gritava Rex, em pânico.
Depois de sair do auditório, Oliver apareceu no caminho.
- Vocês tavam fazendo um belo som, ali. - Disse ele. - Sem mim, por sinal.
- Cara... Tem uma marca bem forte de batom na sua bochecha. - Disse Nigel.
- E uma marca de chupão bem forte no seu pescoço. - Disse Matt.
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Ordinary
RomanceEra uma vida escolar diferente de qualquer outra. Ainda com um pingo de monotonia interna, mas as cores vinham aos poucos. Os rostos podres, adoráveis e cheios de cicatrizes da escola Rainer High cercam e contaminam a realidade de qualquer novato, m...