XIX - Cheque-Mate

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Algo se aproxima. Algo com sede de sangue. Os ruídos ecoam pelo shopping, agora vazio. O grupo se aproxima, tentando não se arriscar demais, e de repente, a criatura aparece. Um monstro esquelético com uma televisão no lugar da cabeça.

- Ebony, role um D20. - Disse Franz.

- 17. - Ebony respondeu.

- Você consegue desviar do ataque rápido da criatura, que já parte em disparada para seu próximo alvo. Andy, sua vez.

- O quê? - Andy estava confuso. - Desculpa, eu... Me perdi.

- Cara, tá tudo bem? É tipo... A quinta vez que isso acontece nos últimos vinte minutos. - Disse Vicky, colocando um óculos com uma lente colorida que fazia um degradê entre roxo e rosa.

Andy suspirou.

- Acho que... Eu só preciso de um copo d'água.

- No seu tempo. - Disse Franz, largando os dados.

O Paradisiac continuava com seu clima nas alturas, mas Ginnie tinha um mau pressentimento sobre aquilo. Contudo, seus olhos se aliviavam a ver dois novos clientes, Evangeline e Austin.

Austin usava uma roupa social comum, que complementava o destaque de seus cabelos longos. Evangeline tinha cabelos mais escuros e de comprimento levemente maior. Seu estilo era menos social que o de Austin, e seus óculos eram a cereja do bolo do seu visual.

- E aí, garota. - Disse Evangeline.

- Oi, Ginnie. - Disse Austin.

Ginnie sorriu, e preparou dois drinks.

- Sentem-se. É por conta da casa.

Dell andava levemente em frente a Bierce, fazendo movimentos energéticos e dançantes.

- Tá feliz? - Perguntou Bierce.

- Eu tenho uma banda, cara... - Disse Dell.

- Tem o mundo em suas mãos, rockstar.

- E vou te levar comigo. - Dell segurou as mãos de Bierce, fazendo as duas dançarem na calçada.

Os olhares se encontraram. O silêncio era a única coisa que podia ser escutado... Mas... Dell não sentiu que era o momento.

- Eu quero ficar grudadinha em você na D'Eagles. - Disse Dell.

- Não esperarei menos.

Um flerte era o máximo estágio que as garotas chegariam nas próximas horas.

Faye havia pedido pra que Matt a buscasse. Sua localização era confusa, mas não havia saído da cidade.

Conforme o garoto aumentava sua velocidade, alguém o acompanhava, fazendo com que ele parasse no próximo semáforo. Uma motociclista batia seus dedos no vidro.

- Eu te odeio. - Disse Tina, depois de Matt abaixar o vidro.

- Sobreviveu?

- É, e ganhei a corrida.

- O Nigel gosta de você. Deveria tentar algo.

- Seu plano mirabolante se encerra em um ménage?

- Não coloque coisas na minha cabeça, eu sou capaz de tentar.

- Você tem o mundo em suas mãos, Matt. Eu só errei em acreditar que era especial.

- Não fala desse jeito...

- É verdade. Você recebe mais estímulo do que suporta, e acaba machucando os outros. Não dá pra te culpar, eu não saberia como agir. Eu só... Acabei me machucando. - Ela acelerou. - Topa uma corrida?

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