VI - Entretenimento Doente, Mas Aposto Que é Bom

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Dominic envolvia seus braços em Heather, no lado de fora, aumentando a frustração de Chester, que agora além de desejar uma banda, desejava uma namorada. Scott encarava Todd do canto do salão, enquanto Todd apenas abraçava Faye em uma das únicas mesas do local. Micaella ajudava a banda a instalar os equipamentos e configurava o retorno de áudio. O teste de áudio era um ruído prazeroso para Kane, mas esse prazer não duraria muito tempo.

- Kane. - Disse Jackson, entrando no salão.

- Ah, você é... Aquele nojentinho pegador de irmã... - Disse Kane, sorrindo maléficamente.

- Toda vez isso? - Jackson suspirou. - Escuta... - Ele se aproximou do ouvido de Kane. - Não é comigo que você tem que se preocupar, confia em mim. Agora, se não se importa, podia me dizer onde tá a sua irmã? Ou devo procurar sozinho?

- Dentro da casa, idiota. - Enquanto Jackson se afastava, Kane lentamente se arrependia. - E se você tentar algo estranho, eu acabo com você!

Jackson, ainda de costas, sem parar sua caminhada, erguia a mão esquerda, mostrando seu dedo do meio. Enquanto o garoto saía, três garotos entravam no salão.

- Marshall! - Disse Kane. - Não esperei que você fosse vir.

- E aí! - Disse Marshall.

Marshall Dior era o garoto mais sociável na existência do colégio. Não existia um ser com quem ele não se dava bem. Cabelos curtos e loiros, olhos azuis, e pele de bebê. Ele veio acompanhado de...

- Esse lugar tá fedendo a rock. - Disse Mike.

- Fica quieto, boboca. Seu irmão tá no palco. - Disse Taylor.

- Mas e então, Kane? Problemas com o tal do garoto que quer ser o Matt?

- Eu só tenho medo que ele faça qualquer coisa estúpida com a Kaelyn... - Disse Kane. - Mas ela parece gostar da companhia dele... Então eu não tenho muito o que fazer.

Jackson deslizava seus dedos nas paredes enquanto subia as escadas da casa dos Ravat, indo em direção ao quarto de Kaelyn. Ele se aproximava da porta, até que ela se abriu antes que ele tocasse a maçaneta.

- Você tá nervoso? - Perguntou ela.

- O quê?!

- Seus passos tão mais pesados que o normal.

- Que tipo de psicopata é você?

- Bom, que seja. Da próxima vez, entra pela janela. É mais romântico.

- Você fala isso como se eu quisesse um romance com você.

- Você fala isso como se não estivesse olhando pro meu pescoço de forma sedenta.

- Você fala isso como se eu não estivesse confuso por enxergar uma mancha preta nele.

- Ah, claro. - Ela puxou a gola da camiseta, revelando uma tatuagem de rosa preta flamejante. - Eu fiz hoje.

- Isso é... Incrível e ao mesmo tempo o meu pior pesadelo.

- Talvez se você me mostrasse as suas tatuagens, eu tivesse uma inspiração um pouco melhor.

- Eu já disse, você vai ter que tirar minha blusa se quiser ver elas.

- Eu tiraria.

- Esse papo tá esquisito.

- Quando você resolver entrar pela janela, eu trago o papo de volta.

- Você deve ter assistido o clipe de Bulls In The Bronx muitas vezes.

- A culpa é sua por me apresentar Pierce The Veil. - A banda começou a tocar. - E por falar nisso... Disasterology.

Nada estava planejado. O setlist foi montado de última hora, e era um show surpresa. Ainda assim, o solo de Disasterology saía perfeitamente, conforme Nigel o tocava, assim como o baixo que viria depois, o metalofone reproduzido no Keytar de Tina, a bateria de Oliver e os vocais de Matt. Micaella trocava olhares sedutores com Oliver.

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